sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

DILMA DERROTA TEMER NA CÂMARA FEDERAL

Com tumulto e apoio do Planalto, Picciani volta à liderança do PMDB


Pedro Ladeira 
O então líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que tenta retomar o cargo
O então líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que tenta retomar o cargo
Após uma tumultuada checagem de assinaturas, o deputado federal Leonardo Picciani (RJ) foi restituído nesta quinta-feira (17), com o apoio do Palácio do Planalto, à liderança do PMDB na Câmara.
O peemedebista protocolou na secretaria-geral da Mesa Diretora da Casa abaixo-assinado com o apoio de 36 dos 69 integrantes da bancada do PMDB para retornar ao cargo.
Em movimento articulado pelo vice-presidente Michel Temer, ele havia sido destituído na semana passada e substituído pelo deputado federal Leonardo Quintão (PMDB-MG), apoiado pelo grupo do partido favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Para oficializar o retorno de Picciani ao posto, a secretaria-geral teve de checar a autenticidade das assinaturas, o que foi feito sob clima de tensão e confusão.
O órgão não queria reconhecer a autorização dos deputados Vitor Valim (CE), Jéssica Alves (AC) e Lindomar Garçon (RO), que haviam assinado o abaixo-assinado anterior que levou Quintão ao posto de líder.
Para solucionar o problema, aliados de Picciani fizeram força-tarefa para convocar os três a comparecer pessoalmente à secretaria, imbróglio que durou quase duas horas.
No período, além do corre-corre de assessores e aliados de Picciani, deputados governistas acusaram o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de atuar com Micher Temer para obstruir o processo.
"Lamentamos o desserviço que Michel Temer está prestando ao país. O Eduardo Cunha está fazendo tabelinha com o vice-presidente para cometer todas as aberrações possíveis", criticou o vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE).
O deputado federal Hildo Rocha (PMDB-RJ) chegou a ameaçar ingressar com medida judicial caso Picciani não fosse restituído. Com a situação resolvida, o peemedebista resumiu o episódio como um "entrave burocrático".
Ele também não descartou disputar à reeleição da liderança da bancada do PMDB em eleição marcada para fevereiro.
OFENSIVA
Para voltar ao cargo, Picciani contou com uma força-tarefa do governo federal, que mobilizou ministros do partido. O esforço concentrado contou com as participações de Kátia Abreu (Agricultura), Marcelo Castro (Saúde), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Helder Barbalho (Portos).
Ao todo, Picciani conseguiu reverter o voto de sete deputados federais, que haviam participado do abaixo-assinado de Quintão. Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto ameaçou cortar cargos e reverter acordos caso eles não apoiassem o retorno do parlamentar carioca ao cargo.
De acordo com relatos de peemedebistas, Helder atuou pessoalmente para reverter os votos de Simone Morgado e Elcione Barbalho, ambas do Pará. Com Vitor Valim, o esforço foi capitaneado pelo líder do PMDB no Ceará, Eunício Oliveira (CE).
CONTRA-OFENSIVA
Em uma contraofensiva, aliados de Quintão, que permaneceu no posto por oito dias, já se mobilizam para apresentar uma nova lista nesta quinta-feira (17) que o reconduza ao posto.
"Eu vejo isso como um equívoco. Nós demos um passo importante para acabar com esse procedimento que é ruim para o partido. Em fevereiro, teremos eleição diretas, e quem quiser poderá disputar para ser eleito no voto", disse Picciani.
O peemedebista informou que falará ainda nesta quinta-feira (17) com Temer e disse que buscará o diálogo com ele, apesar dele ter atuado por sua retirada do posto de líder do partido.
"O PMDB é um partido grande, no qual não cabem medidas cartoriais", afirmou.
Nesta quarta-feira (16), a Executiva Nacional do PMDB, com o apoio do vice-presidente, publicou resolução para barrar filiações à sigla consideradas "oportunistas", as quais tinham como objetivo aumentar no partido o apoio à recondução de Picciani.
A decisão foi criticada pelo presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-RJ), que tem travado um embate com Michel Temer.

DILMA DA NÓ EM CUNHA, QUE SIRVA DE EXMPLO GOVERNO É GOVERNO, JÁ DIZIA ERNANI SATERO.




SUPREMO INVADIU PODER DO LEGISLATIVO’, DIZ AUTORA DO PEDIDO DE IMPEACHMENT
A decisão do Supremo Tribunal Federal de acatar a tese do governo e derrubar a chapa de oposição e o voto secreto, além de dar mais poder de decisão ao Senado dividiu a opinião de juristas favoráveis e contrários ao processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff. Uma das signatárias do pedido acolhido pela Câmara, a advogada Janaina Paschoal disse nesta quinta-feira, 17, que, com a decisão, o Supremo “enterrou” o processo. Segundo ela, a Corte “exorbitou da sua competência constitucional e invadiu os poderes inerentes ao Legislativo”. Além disso, na opinião da advogada, ao dar pleno poder de decisão ao Senado, o STF desmereceu o regimento da Câmara. “O Supremo várias vezes aplica seu próprio regimento. Por que o regimento da Câmara não? Para ela, o papel da Câmara no processo do impeachment foi “aniquilado” pelo Supremo. “Todo o esforço que a Câmara tiver neste processo para reunir os votos e fazer os procedimentos não vale nada porque quem vai decidir se vai processar ou não, se vai afastar ou não, é o Senado”, afirmou ela, dizendo-se “muito triste” com a decisão. “Minha tristeza não é pelo impeachment em si, mas pela preservação da República”. Para o advogado Pierpaolo Bottini, professor da faculdade de Direito da USP, a decisão foi acertada. “A decisão de dar poder ao Senado foi correta. Um ato da gravidade do impeachment exige cuidado na admissibilidade”, disse. Para o advogado, cada Casa legislativa deve ter seu próprio juízo sobre a admissibilidade. João Roberto Piza, especialista em Direito Público e ex-presidente da OAB-SP, a decisão dá um bom balizamento para o procedimento do impeachment. “As decisões vão na mesma linha e dão o mesmo balizamento para o processo de impeachment de Fernando Collor”, compara. (Estadão Conteúdo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

STJ DEIXA DONO DA ODEBRECHT PASSAR O NATAL NA CADEIA

247 - Por maioria, o Superior Tribunal de Justiça negou o pedido de habeas corpus de Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato. O ministro Jorge Mussi, que havia pedido vista do processo, votou contra o pedido divergindo do relator do caso, o ministro Ribeiro Dantas. Os outros três ministros seguiram Mussi e votaram para que Odebrecht continue preso.
O ministro Jorge Mussi disse que "cada decisão deve ser analisada de acordo com as peculiaridades existentes nos distintos processos" e frisou que há materialidade nos crimes atribuídos a Marcelo Odebrecht. Ele citou a participação da Odebrecht no esquema de cartelização entre as maiores empreiteiras do País. O magistrado pontuou que "há fundamentos para manter a prisão como forma de garantia da ordem pública, apesar do fim da investigação policial".
Ele salientou que o esquema de propina não era pago apenas pela Odebrecht, mas também por suas empresas controladas, como a Brasken. Mussi pontuou que "o risco de reiteração delitiva foi devidamente comprovado o que ameaça a ordem pública".
"Os crimes foram praticados mesmo depois da deflagração da operação Lava Jato", ressaltou. Ele destacou a influência de Odebrecht sobre os dirigentes da empresa. "Sua situação é diferente da dos demais corréus”, justificou.
Ele também mencionou o efeito danoso dos delitos praticados contra a Petrobras e sobre a economia brasileira. "Essa sangria deve ser imediatamente estancada. Os brasileiros não aguentam mais ser apunhalados pelas costas. Basta! Os limites da tolerância e da paciência foram há muito esgotados", ressaltou.
O voto de Mussi foi seguido pelos ministros Felix Fischer, Reynaldo Soares da Fonseca e Gurgel de Faria.
O advogado de Marcelo Odebrecht, Nabor Bulhões, disse que o direito de defesa foi cerceado no STJ: "Isso não foi um julgamento". Ele vai recorrer ao STF. Bulhões pediu a palavra para "esclarecimento" em meio a votos contrários. Felix Fischer, presidente da 5ª Turma, negou e disse que não era questão de fato.

CUNHA TEME PELA FAMILIA

Eduardo Cunha teme prisão de sua mulher e da filha

Um dos maiores temores de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é que a Justiça determine a prisão de sua mulher, Cláudia Cruz, que tem conta em seu nome na Suíça, e da filha do casal, Danielle Cunha, que aparece como dependente em documentos bancários no exterior.
MÁSCARA
Apesar da aparente frieza e calma, o presidente da Câmara dos Deputados tem revelado o temor a interlocutores mais próximos.
COM TODOS
A prisão do próprio Cunha seria possibilidade mais remota. Ela precisaria ser determinada pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), já que ele é presidente da Câmara dos Deputados.
COM TODOS 2
Cunha considera que tem um ponto a favor das duas: ainvestigação sobre elas correndo no STF (Supremo Tribunal Federal), e não no Paraná, sob a jurisdição do juiz Sergio Moro. Cunha acredita que o STF tomará maiores cuidados que Moro em relação a qualquer medida mais drástica que possa atingi-las.
EU FICO
E Cunha reluta em fazer acordo em que renuncia à presidência da Câmara em troca de salvar o mandato de deputado federal porque "não confia nos interlocutores" que buscam convencê-lo da ideia.
O PRESIDENTE
Michel Temer tem conversado com o ex-presidente José Sarney –os dois falaram por telefone antes mesmo da operação policial que atingiu boa parte do PMDB.
O PRESIDENTE 2
O grupo de Temer quer atrair Sarney para a tese do impeachment. Assim, seriam dois ex-presidentes a defender a saída de Dilma Rousseff. Fernando Henrique Cardoso já abraçou a bandeira.
MUITA CALMA
Fiel a seu estilo, Sarney não embarcou ainda na canoa de Temer –apesar de não gostar de Dilma.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

AFASTAMENTO DE PRESIDENTE OU DE PREFEITO O MESMO ERRO



O jogo errado

SÃO PAULO - O primeiro governo da presidente Dilma Rousseff fraudou sistemática, deliberada e profundamente o Orçamento da União. Não se trata de "mera pedalada", como se diz por aí, mas de atentado contra o coração do pacto democrático.
Basta ler a Constituição e o conjunto das demais normas sobre crimes de responsabilidade para concluir que Dilma está enquadrada na tipificação legal. Sujeita-se, portanto, a juízo político que poderá decretar a cassação do seu mandato.
Aqui começa o jogo que o Planalto ainda não compreendeu. Só perde o mandato pelo impeachment o presidente cuja administração faleceu. A condenação por dois terços do Congresso não é acórdão de tribunal. É um atestado político de óbito do governo e a certidão de nascimento de um novo consórcio de forças.
Está em curso disputa parecida com uma eleição presidencial indireta. O vice Michel Temer transformou-se em expectativa de poder e vai cabalando simpatias num largo espectro de colorações partidárias, que vai da centro-esquerda à direita.
Não é que Temer seja conspirador nato. É antes o sistema político-institucional que leva o suplente a sinalizar disposição de governar quando a viabilidade do titular entra em xeque. A mecânica constitucional estimula o vice a conspirar nessas circunstâncias, o que ajuda a evitar perigosas incertezas sobre a chefia do Estado.
A dança do impeachment pode tornar-se diabólica para o presidente ameaçado cujo objetivo seja assegurar uma minoria fiel de votos no Congresso. Ele passa a atuar de forma pontual, sectária e labiríntica, enquanto seu adversário faz o oposto e tenta arquitetar um vasto consenso.
O erro de Dilma é não perceber que o país exige resposta política ampla e majoritária para enfrentar sua gravíssima situação econômica e social. A presidente vai se isolar rapidamente caso não rompa o ciclo infernal em que se meteu.

PROTESTOS CONTRA A DILMA FOI O MENOR DE TODOS. O POVO NÃO É BESTA


brasil em crise

Atos têm adesão menor após impeachment ser deflagrado

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Os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff retornaram neste domingo (13) após um intervalo de quatro meses, mas com força reduzida.
Em São Paulo, 40,3 mil pessoas foram protestar na avenida Paulista, segundo o Datafolha –número distante do pico, registrado em março, com 210 mil presentes. O cenário se repetiu pelo país.
Os organizadores afirmam que foram pegos de surpresa após o pedido de impeachment ter sido aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, há duas semanas, o que deu a eles pouco tempo de preparação.
Grupos como Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua trataram os protestos como "aquecimento" para manifestações maiores no ano que vem e se disseram satisfeitos com a adesão. O próximo ato será em 13 de março.
ESTÉTICA
Na Paulista, a estética dominante foi a de uma multidão vestida de verde e amarelo, milhares de balões de gás distribuídos pela Fiesp (Federação das Indústrias de SP) e uma profusão de "pixulekos", os bonecos infláveis que satirizam personagens da crise ligados ao PT e ao governo federal.
Gritos de "fora, Dilma" se alternavam com músicas que pregavam a expulsão dos "petistas bolivarianos" do poder nos carros de quatro caminhões dos movimentos de rua que convocaram os atos.
Exceção era o trio elétrico do pequeno grupo que prega o golpe militar. Ali, a trilha sonora era de marchas das Forças Armadas, e o impeachment gozava de tão pouca estima quanto o PT.
Sinal da adesão oficial do PSDB à tese do impeachment, os senadores tucanos José Serra e Aloysio Nunes Ferreira (SP) discursaram, pela primeira vez, em um ato do gênero. O democrata Ronaldo Caiado (GO) foi intensamente assediado para selfies.
Ex-petista e autor do pedido de afastamento de Dilma, Helio Bicudo, 93, foi um dos mais aplaudidos ao falar no caminhão do Vem Pra Rua. "Nossos corações transbordam com o sentimento de justiça e na boca do povo só há uma palavra: impeachment."
PELO PAÍS
Em outras capitais, as manifestações reuniram 33,6 mil pessoas, segundo levantamento da Folha com base na Polícia Militar em 18 Estados. Organizadores estimam ter mobilizado 78 mil pessoas.
No Rio, o protesto chamado "esquenta pelo impeachment" ganhou tons literais com termômetros em 38ºC. Não houve conta da PM nem dos organizadores, mas soldados ouvidos pela reportagem contaram 5.000 pessoas.
A manifestação teve um momento de confusão quando 50 skatistas, alguns vestidos de vermelho, vieram em direção contrária à da marcha e tentaram passar pelos manifestantes, que reagiram –mas sem maiores consequências.
Em um ato de baixa adesão em Brasília, grupos contrários ao governo queimaram um caixão com a bandeira do PT em frente ao Congresso. Segundo a PM, foram 7.000 pessoas no auge –a menor adesão em protestos nacionais pela saída de Dilma.
Em Recife, Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, pediu que o PSB defenda o impedimento em ato com 7.000 pessoas, segundo organizadores e PM.
Manifestantes repetiram, em Fortaleza, a coreografia de uma música pró-impeachment que apresentaram em agosto. Antes, convidaram os ativistas para deixar presentes à população de rua em uma árvore de Natal.

domingo, 13 de dezembro de 2015

ATÉ QUANDO CUNHA VAI DESAFIAR OS PODERES E O BRASIL

Cunha quer levar ação contra ele à estaca zero




O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comanda sessão da Casa Legislativa
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comanda sessão da Casa Legislativa
Dois meses após o protocolo da representação que pede a cassação do seu mandato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tentará nesta semana levar o trâmite do processo novamente à estaca zero.
Aliados vão buscar emplacar esse cenário no Conselho de Ética –caso não consigam, irão recorrer à presidência da Câmara, comandada por Cunha, que já deu decisão na semana passada em benefício do peemedebista.
Na quarta (9), por meio de um recurso de aliados à presidência da Câmara, o relator no Conselho, Fausto Pinato (PRB-SP), foi substituído por Marcos Rogério (PDT-RO) sob o argumento de que o primeiro não poderia ter assumido a função por pertencer a partido que apoiou a eleição de Cunha para a presidência da Casa.
Com isso, os aliados do peemedebista vão pedir que todos os atos tomados sob a relatoria de Pinato sejam anulados e que seja dado novamente direito à manifestação da defesa.
A cassação contra Cunha não conseguiu superar nem a fase inicial, a do chamado relatório preliminar, que tem a função de definir apenas se há elementos mínimos para que seja dada sequência ao processo.
O presidente da Câmara foi denunciado sob a acusação de integrar o petrolão, além de ser investigado por ter omitido patrimônio em contas milionárias no exterior.
"O rito que eu busco é o rito da lei. Um novo relatório, trazido por um novo deputado, com mentalidade e estilo diferentes, é preciso que eu tenha conhecimento para poder avaliar a defesa. Tenho certeza de que o presidente do Conselho de Ética não irá passar por cima do que determina a lei", disse o advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre.
Segundo ele, o debate sobre prazos é equivocado. "Eu sinceramente não acho correto discutir o tempo porque quem discute o tempo não está discutindo justiça."
De ala diversa da de Cunha, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), convocou sessões para esta semana para votar o relatório preliminar. Ele disse que não aceitará que a tramitação volte à estaca zero.
Caso ele siga essa linha, os aliados de Cunha usarão o mesmo roteiro do afastamento de Pinato. Irão recorrer da decisão de Araújo à presidência da Câmara. Por ser alvo da ação, Cunha irá passar a decisão para o aliado Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente da Casa.
O novo relator, que apresentará parecer favorável à continuidade do caso, diz que os prazos do Conselho já estão comprometidos. Ele lembra que todo o processo, pelas regras da Casa, não pode ultrapassar 90 dias úteis. "O direito de quem é representado é espernear, recorrer, mas do ponto de vista da solução do processo, está comprometido. O alongamento dessa fase preliminar vai fazer a fase mais importante, a da investigação, ficar com um tempo menor", diz Marcos Rogério.
Desde que começou a tramitar, o processo de cassação sofreu sucessivos atrasos. A representação levou 14 dias, o tempo máximo possível, para receber uma simples numeração da Mesa Diretora, comandada por Cunha.

VON ATÉ QUANDO VAI SER MOLETADO PELA MARIA

Prefeito Von usa recursos obtidos por Maria do Carmo

Revelação foi feita pelo ex-secretário Everaldo Martins Filho, que critica governo Von

Everaldinho Martins diz que PSDB foi o partido que mais fez pedaladas fiscais
Everaldinho Martins diz que PSDB foi o partido que mais fez pedaladas fiscais
A equipe do Jornal O Impacto entrevistou nesta semana o médico e militante do Partido dos Trabalhadores, Everaldo Martins Filho. Popularmente conhecido como Everaldinho, foi Secretário Municipal de Planejamento de Santarém, na gestão da ex-prefeita Maria do Carmo.
Jornal O Impacto: Como o senhor analisa a situação da presidenta Dilma com o início do processo de impeachment?
Everaldo: O impedimento que está sendo tentado é mais uma fase da disputa entre a direita brasileira e a esquerda. A direita brasileira não admite as últimas quatro eleições para presidência da República, ela perdeu para o PT e para esquerda. Isso para ela é um absurdo. Imediatamente após a eleição de 2014, eles fizeram uma pesquisa, posicionando para a eleição de 2018. Foi listado Aécio, José Serra, Alckmin (governador de São Paulo), pelo PSDB. Foi listado pelo PMDB, o próprio Michel Temer, Eduardo Paes, atualmente é prefeito do Rio de Janeiro e a senadora Kátia Abreu, ministra da Agricultura. Com todos esses nomes e nome do Lula, o Lula ganhou na pesquisa. Então, eles entraram em desespero, são quatro eleições vitoriosas, duas do presidente Lula e duas da presidenta Dilma, e na quinta eleição, quatro anos antes, eles já tinham perdido. As pessoas tem que saber que o que existe é uma disputa entre a direita e esquerda.
As pedaladas fiscais, que é o nome técnico do que está sendo utilizado para o impedimento, todos os ex-presidentes da República fizeram. Quem mais fez foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, foi ele que inventou as pedaladas fiscais. Então, essas alegações hoje foram invenções anteriores, inclusive a gestão do presidente Lula.
O que tem aqui é uma disputa, em que as pessoas da direita brasileira não admitem a provável perda. Por quê? O que está em disputa mesmo! O que nós fazemos. Nós fazemos Políticas Públicas para a população, nós fazemos Políticas Públicas com o Estado, com o Governo publicizado, aberto a participação das pessoas. Essa turma não, eles querem o Governo Federado, eles querem o Estado Brasileiro à disposição da iniciativa privada. Eles querem privatizar a Petrobras, como privatizaram a Vale, e hoje está lá o desastre da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, que é da Vale do Rio Doce, uma empresa privatizada. Agora eles querem privatizar a Petrobras, e ficam inventando roubo. Aquela safadeza daquele rapaz, ninguém está concordando com isso. Mas quem tem que ser punido são as pessoas, e não a empresa pública brasileira, empresa patrimônio do povo brasileiro.
As pessoas não podem esquecer que o PSDB já quis privatizar até o Banco do Brasil. O Fernando Henrique Cardoso chegou a propor Banco Brasil, não era Banco do Brasil, ele queria que fosse Banco Brasil, já um passo para privatizar. Eles privatizaram o Banco do Estado de São Paulo, onde o PSDB tem governo há 500 anos. Aqui no Pará, o PSDB privatizou a Celpa. Então, essa é a primeira grande diferença, o que é público e o que é privado. Nós somos do público, eles não admitem isso.
No Social! Nós somos do social para a população, para a comunidade, para a sociedade. Nós somos o Social como direito, não social como caridade, social como privilégio.
A saúde do PSDB é toda privatizada, em todos os estados, em todos os municípios que o PSDB governa, os hospitais públicos estão na mão de organizações, às vezes voluntárias, mas sempre privadas. Organizações Não Governamentais, Organizações Sociais, Organizações da Terceira Via, etc.
Jornal O Impacto: Na sua avaliação, o senhor acredita que o PMDB está contra o PT?
Everaldo: Eu acredito que o PMDB sempre foi múltiplo. O PMDB é uma grande frente. É porque as pessoas não se lembram. O vice do Serra, quando Lula ganhou em 2002, era a deputada Rita Camata, do PMDB do Espírito Santo. Parte do PMDB não foi com Serra naquele época, foi com Lula, e por isso que nós ganhamos. O PMDB do presidente Sarney não apoiou formalmente o presidente Lula, em 2006 na reeleição. Mas informalmente esteve sim com o Lula na reeleição.
Em 2010 virou o vice-presidente da presidenta Dilma, o Michel Temer, na grande maioria do partido apoiando, mas Jarbas Vasconcelos, Pedro Simon e outros não apoiaram o PT. Alguns sempre quiseram a aliança do PMDB com o PSDB. Então, o PMDB é isso, temos que tratar com eles, temos que vê quem é que quer conversar com a gente. O vice-presidente está se aproveitando. Quem não quer ser presidente da República sem disputar e ganhar uma eleição, dando um golpe, fazendo um impedimento.
Esses personagens, tipo Michel Temer, tipo Eduardo Cunha, do PMDB, com certeza absoluta atrapalham e muito, não é o governo da presidenta Dilma, estão atrapalhando este País.
Os investimentos do Governo Federal na nossa região foram significativos. Como exemplo, temos a obra do Aeroporto de Santarém, que não é o que a gente queria, talvez não fosse o que a gente precisava. Mas ampliou bastante, é obra do Governo Dilma, neste momento, na nossa cidade. O Prefeito está usando 20 milhões de reais emprestados, em um processo de empréstimo que começou no tempo da prefeita Maria do Carmo, que era R$ 40 milhões, divididos em R$ 30 milhões de reais para zona urbana e R$ 10 milhões de reais para zona rural. Ele tirou a zona rural completamente do empréstimo, perdeu ainda R$ 10 milhões para zona urbana, mas está com R$ 20 milhões para fazer asfaltamento de novas vias, como a Anysio Chaves, que já estava no Projeto, eu repito, e vias que estão sendo recapeadas. São R$ 20 milhões do Governo Federal, é um processo de empréstimo, é, mas nunca na história a Prefeitura de Santarém tinha tido esse crédito.
Jornal O Impacto: O PT vai ter candidato próprio na eleição de 2016?
Everaldo: Nós estamos trabalhando a indicação da ex-vereadora Socorro Pena. Mas adotamos a democracia, e eu sei que ainda tem além da candidatura dela, o nome da professora Lucineide Pinheiro, que foi a candidata do partido na eleição passada. Portanto, só haverá uma definição após a realização de uma prévia do partido, que escolherá um candidato, que na minha opinião deve ser a ex-vereadora Socorro Pena.
Jornal O Impacto: Existe a possibilidade do PT vir como vice-Prefeito de uma chapa?
Everaldo: Nós temos obrigação de apresentar à população de Santarém, desde que estou no PT de Santarém, 1988, nós temos a obrigação de apresentar a melhor candidatura para a população. Tomara que seja do PT, mas não necessariamente. Em 1988, foi o Geraldo Sirotheau, que na época era do PDT; em 1992 foi ex-prefeito Ruy Corrêa, que eu fui o vice dele. Repito, nós temos que encontrar a melhor candidatura para a prefeitura de Santarém. Estamos abertos para conversar, particularmente com alguns partidos preferencialmente. Neste momento estamos conversando com várias lideranças políticas, o deputado federal Chapadinha, o ex-deputado Antonio Rocha (presidente do PMDB). Enfim, estamos abertos para conversar. Já estamos conversando com PC do B, com o PSOL. Mas até este momento, como não existe uma articulação já realizada, estamos resolvendo os problemas internos do PT com candidatura própria. E vamos apresentar sim, numa negociação para vê qual é o melhor nome.
Por: Edmundo Baía Júnior
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