EMBORA PAREÇA ASSUSTADOR COMO OS "COLEGAS" DE
LINHAGEM, PEIXE VEGETARIANO SÓ QUER SABER DE COMER PLANTAS
Uma piranha vegetariana foi descoberta na reserva biológica
do rio Trombetas, no Pará, quando eram feitas coletas na área. A nova espécie
fará companhia a outras quatro herbívoras conhecidas na Amazônia.
O peixe foi descrita em artigo científico no mês de julho
por Marcelo Costa de Andrade, engenheiro de pesca e doutorando de Ecologia
Aquática na área de Biodiversidade na Universidade Federal do Pará (UFPA). A
nova espécie, cujo nome científico é Tometes camunani, pertence à família
Serrasalmidae.
O local onde ela foi achada é caracterizado por muitas
cachoeiras e corredeiras. Ao ser encontrada, verificou-se que a piranha
herbívora não correspondia a nenhuma das espécies conhecidas. O artigo sobre o
achado foi publicado na revista "Neotropical Ichthyology",
especializada no estudo de peixes.
Marcelo explica que a Tometes camunani faz parte de um grupo
de espécies que vive exclusivamente em ambientes de corredeiras e cachoeiras.
"Nesses ambientes elas encontram seu principal alimento, que são as
plantas típicas desses locais, alguns tipos de algas", observou o
doutorando, que é orientado pelo professor doutor Tommaso Giarrizzo.
Como a descoberta é recente, o que se sabe até agora é que
ela ocorre, exclusivamente, no rio Trombetas. "Ou seja, é a chave para que
a gente possa fazer novos estudos para traçar estratégias de manejo",
disse Marcelo Andrade.
Segundo o pesquisador, a Tometes camunani é achatada e tem formado
de uma piranha normal. Ela se une agora a outras três espécies do mesmo gênero
encontradas na Amazônia brasileira. Isso porque, das quatro piranhas
vegetarianas existentes na região Amazônica, uma delas se encontra em
território estrangeiro, na região chamada escudo da Guiana, e as outras três no
País.
A partir de agora, os pesquisadores devem determinar o
quanto esse ambiente do rio Trombetas é importante para a espécie e de que
forma, também, o novo tipo de piranha pode contribuir para o ambiente, em
especial à população local, uma vez que muitas pessoas sobrevivem da pesca e
podem se beneficiar desse novo tipo de peixe.
Marcelo Costa de Andrade ressalta a importância da
descoberta para o conhecimento da biodiversidade. "Com esse conhecimento,
a gente pode ir se aprofundando em outros estudos", diz. (Amazônia – ORM)
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