Hospital Ophir Loyola foi notificado, mas não cumpriu
liminar da justiça.
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ESTADO DESCUMPRE LIMINAR E DOENTE MORRE
Vitimado por um câncer na próstata, Joel Raimundo Pantoja
Silva, 49 anos, morreu na tarde da última sexta-feira. Muito além da dor de
perder um ente querido, a família está ainda revoltada por saber que o tempo de
vida poderia ter sido estendido se o Estado tivesse cumprido a determinação da
justiça, que obrigava o governo a arcar com a medicação Abiraterona - 250mg,
composta por 120 comprimidos. O remédio custa, segundo parentes, cerca de R$ 12
mil reais.
A liminar deferida pelo juiz da 3º Vara da Fazenda, em 17 de
setembro, não foi cumprida - e de acordo com o documento, previa multa diária
de R$ 5 mil reais em caso de descumprimento. “Em setembro, eu perdi meu pai por
causa do descaso com a saúde pública. Ele morreu de derrame em uma maca no
corredor do PSM da 14. Agora foi o meu irmão”, conta Joelcio Silva, irmão de
Joel.
Segundo Joelcio, o irmão demorou a fazer os exames de
rotina. Quando fez, recebeu a notícia do câncer. “Ele começou a fazer o
tratamento num hospital particular porque tinha plano de saúde. Mas o plano não
cobria todo o tratamento e os remédios. Foi aí que demos entrada no Ministério
Público pedindo que o poder público providenciasse o atendimento. O pedido foi
entregue ao Ophir Loyola. E nada aconteceu”, diz Joelcio.
Na tarde de sábado, Joel foi enterrado. Deixou dois filhos e
esposa desempregada. “Ela vivia em função do tratamento dele. Teve que deixar o
emprego para cuidar dele. Agora temos que garantir que eles não fiquem
desamparados, nem que para isso tenhamos que pedir na justiça novamente os
direitos deles através de uma ação de responsabilização”, argumenta.
A assessoria de comunicação do Hospital Ophir Loyola foi
procurada para esclarecer as denúncias da família de Joel, mas não foi
encontrada. A reportagem ligou para os celulares disponíveis e enviou e-mail,
mas não recebeu nenhum retorno. (Diário do Pará)
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