IPEA DIZ QUE MAIS DE 1 MILHÃO DE PESSOAS SAÍRAM DA EXTREMA
POBREZA EM 2012
Carolina Sarres - Repórter da Agência Brasil
Brasília – A desigualdade de renda registrou queda em 2012,
apesar de o desempenho da economia ter sido considerado fraco. O Produto
Interno Bruto (PIB) aumentou 0,9% no ano passado, enquanto a renda per
capita das famílias cresceu, em média, 7,9%.
As famílias mais pobres, em especial, conseguiram evolução
na renda maior do que a média, 14%, entre os 10% mais pobres da população. Os
dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no estudo Duas
Décadas de Desigualdade e Pobreza no Brasil Medidas pela Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado hoje (1º).
A população extremamente pobre (que vive com menos de US$ 1
dólar por dia) caiu de 7,6 milhões de pessoas para 6,5 milhões. A população
pobre (que vive com entre US$ 1 e US$ 2 dólares por dia), de 19,1 milhões de pessoas
para 15,7 milhões.
"Três milhões e meio de pessoas saíram da pobreza em
2012 e 1 milhão da extrema pobreza, em um ano em que o PIB cresceu pouco. Para
a pobreza, o fundamental é o que acontece na base – cuja renda cresceu a ritmo
chinês. O bolo aumentou com mais fermento para os mais pobres, especialmente
para os mais pobres dos pobres", disse o presidente do Ipea, Marcelo Neri. Continue lendo...
Os principais indicadores do crescimento dos rendimentos da
população são a posse de bens duráveis – como televisão, fogão, telefone,
geladeira e máquina de lavar – e o acesso a serviços públicos essenciais – como
energia elétrica, coleta de lixo, esgotamento sanitário e acesso à rede de
água.
A ampliação da posse de bens e de acesso a serviços se deve,
em grande parte, a dois fatores: o aumento da renda do trabalho e o impacto do
Bolsa Família. "Nos últimos dez anos, o protagonista da redução da
desigualdade é a renda do trabalho, o coadjuvante principal é o Bolsa
Família", diz o estudo. De acordo com o Ipea, de 2002 a 2012, 54,9% da
redução da desigualdade foi devido à contribuição da renda do trabalho. O Bolsa
Família contribuiu 12,2% para essa queda.
"O Bolsa Família é um custo de oportunidade social, tem
mais impacto sobre a desigualdade do que a Previdência", informou Neri. A Previdência
é o terceiro fator que mais contribui para a redução da desigualdade, 11,4%
para os que ganham acima do piso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
e 9,4% para os que ganham um salário mínimo (R$ 678). Se somados os dois
grupos, a Previdência tem impacto superior ao do Bolsa Família. (Edição: Beto
Coura)
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