CLIMA É DE INCERTEZA NA VENEZUELA A TRÊS DIAS DA POSSE DE
CHÁVEZ
Renata Giraldi - Repórter da Agência Brasil
Brasília – A três dias da cerimônia de posse do presidente
reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, marcada para o dia 10, o país vive em clima
de incerteza e dúvidas. O presidente interino, Nicolás Maduro, e o presidente
reeleito da Assembleia Nacional (Parlamento), Diodato Cabello, sinalizaram que
a data da posse pode ser alterada, mas não definiram quando. Há ainda a
possibilidade de empossar Chávez em Havana, capital cubana, onde ele se
encontra há quase um mês.
Hospitalizado para um tratamento de combate ao câncer,
Chávez não aparece em público desde o começo do mês passado. No dia 11, ele foi
submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno na região pélvica.
Durante a cirurgia, teve hemorragia e, depois, complicações respiratórias. A
informação mais recente é do dia 4 deste mês, quando autoridades informaram que
ele estava com uma infecção respiratória grave.
Pela Constituição da Venezuela, na ausência do presidente
eleito é empossado interinamente o presidente da Assembleia Nacional, no caso
Cabello. Uma vez no poder, Cabello deve promover eleições presidenciais em até
30 dias. Porém, em meio ao agravamento do estado de saúde de Chávez, seus
aliados articulam para adaptar as atuais circunstâncias às possíveis brechas existentes
na legislação do país.
A decisão sobre o adiamento da cerimônia de posse, segundo
especialistas, está sob responsabilidade da Sala Constitucional do Tribunal
Supremo de Justiça (Suprema Corte). A presidenta do órgão é Luiza Estella
Moralles.
Há a hipótese de Chávez ser empossado em Cuba na presença de
integrantes do Tribunal Supremo de Justiça (Suprema Corte). A Constituição da
Venezuela não prevê tal situação, portanto não proíbe. Outra alternativa é
declarar Chávez momentaneamente impossibilitado de tomar posse. Nesse caso,
Cabello assume por 90 dias, pois Chávez estará licenciado. O período pode ser
prorrogado.
Em meio às especulações, os aliados de Chávez promovem
campanha nacional de orações e manifestações de apoio ao presidente. Anteontem
(5), quando houve as eleições para o novo comando da Assembleia Nacional,
manifestantes saíram às ruas exortando o papel de Chávez na política e suas
ações. Nas redes sociais, há também campanhas, lideradas por integrantes do
governo, para que a população evite a chamada rede de intrigas. (Edição: Graça
Adjuto)
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