Denise Rothenburg é Jornalista, formada pela UnB, já trabalhou na Folha de S.Paulo e em O GLOBO e agora no Correio Braziliense. |
Até aqui, 2013 vinha meio que “empurrado” pelas festas, pelo
verão e pela tragédia de Santa Maria, que não para de doer no coração dos
brasileiros. Agora, é hora de tentar sair da letargia, tirar a fantasia, e sem
subterfúgios ou maquiagens carregadas, tocar a vida. Na política não é
diferente. Lá vêm a votação do Orçamento, dos vetos, a gestão de Renan
Calheiros no Senado, de Henrique Eduardo Alves na Câmara… Em meio a tudo isso,
avaliações sobre os pré-candidatos a presidente da República dominam os bastidores.
Em conversas reservadas, os políticos observam os efeitos da pré-candidatura de
Eduardo Campos sobre o governo e o PT.
O primeiro reflexo é tirar o PT e a presidente Dilma Rousseff da chamada “zona de conforto”. Os palacianos consideram que, sem Eduardo taxiando na pista, está tudo bem. Dilma é popular, tem uma base ampla e uma oposição restrita. Portanto, não tem o que temer em relação a uma candidatura presidencial. Até porque, na avaliação dos aliados da presidente, os adversários internos e externos ainda não surgiram com força.
Mas, com Eduardo Campos na estrada, tudo muda de figura. O governador não se considera devedor de Dilma. Sob a sua ótica, foi ele quem ajudou a candidata de Lula em 2010, e não o inverso. Sendo assim, é ela quem deve a ele. Além disso, Eduardo está convicto de que hoje não tem nada a perder desfilando como potencial candidato. Afinal, nem candidato à reeleição ele será porque está no segundo mandato de governador. Ou seja, terminada a missão ali, está livre e solto para voos mais altos.
Outra história é quem está no poder e precisa de apoio para a reeleição. Daí, entram não só 15 governadores como a própria presidente Dilma. Dos 15 governadores que podem concorrer à reeleição, só dois são do PSB: Renato Casagrande (Espírito Santo) e Ricardo Coutinho (Paraíba). Nos dois estados, o PT sozinho não tem hoje tanta força para combater os socialistas. Logo, o PSB não tem muito a perder com a candidatura de Eduardo.
Enquanto isso, no PT… Continue lendo...
O mesmo não se pode dizer dos petistas e da presidente Dilma. Ela e alguns
candidatos a governador pelo PT são quem mais perdem com a entrada de Eduardo
Campos no rol dos presidenciáveis. No Distrito Federal, por exemplo, Agnelo
Queiroz perde logo de cara um aliado de peso, o senador Rodrigo Rollemberg.
Afinal, tanto Eduardo quanto o senador, que deve concorrer ao GDF, ingressam na
pré-campanha no lusco-fusco entre governo e oposição e, fatalmente, vão tirar
votos da atual base petista. Isso obrigará os petistas a remodelarem seu jogo,
se aproximando de forma mais contundente de todos os partidos da base aliada.O primeiro reflexo é tirar o PT e a presidente Dilma Rousseff da chamada “zona de conforto”. Os palacianos consideram que, sem Eduardo taxiando na pista, está tudo bem. Dilma é popular, tem uma base ampla e uma oposição restrita. Portanto, não tem o que temer em relação a uma candidatura presidencial. Até porque, na avaliação dos aliados da presidente, os adversários internos e externos ainda não surgiram com força.
Mas, com Eduardo Campos na estrada, tudo muda de figura. O governador não se considera devedor de Dilma. Sob a sua ótica, foi ele quem ajudou a candidata de Lula em 2010, e não o inverso. Sendo assim, é ela quem deve a ele. Além disso, Eduardo está convicto de que hoje não tem nada a perder desfilando como potencial candidato. Afinal, nem candidato à reeleição ele será porque está no segundo mandato de governador. Ou seja, terminada a missão ali, está livre e solto para voos mais altos.
Outra história é quem está no poder e precisa de apoio para a reeleição. Daí, entram não só 15 governadores como a própria presidente Dilma. Dos 15 governadores que podem concorrer à reeleição, só dois são do PSB: Renato Casagrande (Espírito Santo) e Ricardo Coutinho (Paraíba). Nos dois estados, o PT sozinho não tem hoje tanta força para combater os socialistas. Logo, o PSB não tem muito a perder com a candidatura de Eduardo.
Enquanto isso, no PT… Continue lendo...
Dilma passa a ter obrigação de se dedicar mais à política e, assim, tentar evitar que Eduardo Campos conquiste os atuais aliados do governo. Conforme comentava um deputado ontem comigo, ela terá que “ser mais presidente da República e menos ministra da Casa Civil” — cargo que, para muitos espectadores distantes, Dilma não largou até hoje. Muitos consideram que ela continua muito dedicada aos projetos, deixando sua base meio solta. Daí, a avenida aberta para Lula desfilar do jeito que gosta.
Mas, no momento em que a candidata é Dilma, não adianta só Lula cuidar da política. É preciso que ela passe a atuar mais nessa seara. Senão, avaliam alguns, poderá ser engolida por Eduardo Campos, que já demonstrou capacidade de articulação. O governador pernambucano não só elegeu o prefeito de Recife, como se reaproximou do senador Jarbas Vasconcelos, abrindo uma trilha justamente na ala do PMDB que não convive com o governo Dilma.
O governador convive ainda muito bem com o PCdoB, com o PDT, os antigos aliados do PT que andam meio cansados da hegemonia política do PT na esquerda e da convivência com aquelas legendas que sobrevivem à custa do toma lá, dá cá e desaguaram no mensalão. Não dá para esquecer que, quando Lula quase sucumbiu naquele processo, foram o PCdoB, o PDT e o PMDB que lhe estenderam a mão. Os petistas não querem correr o risco de ficarem restritos a partidos como o PTB, o PP, o grupo majoritário do PMDB e o PR, que ensaia um retorno à base do governo. Quer segurar ainda os aliados tradicionais. Se conseguirem, tiram um pouco do oxigênio de Eduardo Campos, hoje, a maior pedra política no sapato de Dilma. Podem apostar.
E no mundo dos ambientalistas…
A ex-senadora Marina Silva estará em Brasília, sábado, para lançar seu novo partido. Deixou 2012 como a segunda colocada na preferência do eleitorado. Não pode ser desprezada.
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