CANTOR DIZ QUE TORTURA QUE SOFREU FOI 'MERECIDA'
Amado Batista comparou a tortura que sofreu durante a
ditadura militar a um 'castigo de criança' e disse ainda que não achou errada
ter sofrido os abusos
Entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, no SBT, na
madrugada do domingo, 26, o cantor Amado Batista comparou a tortura que sofreu
durante a ditadura militar a um "castigo de criança" e disse ainda
que não achou errada a decisão dos repressores de tê-lo torturado.
"Eu acho que quando uma criança cospe na sua cara,
chuta sua canela, o que o pai deve fazer? Não deve corrigir? Então, eu estava
fazendo a mesma coisa, que não era uma coisa correta", afirmou. Em
seguida, o cantor disse que considerou a tortura um bom corretivo.
Amado Batista afirmou ter sido torturado porque, na época,
trabalhava em uma livraria e permitia que professores procurados pelos
militares lessem livros proibidos naquele período. O cantor contou na
entrevista que tomou choque e foi ameaçado de morte.
"Eu acho que eu não tinha de estar contra, brigando
contra o governo. O governo estava nos defendendo de pessoas que estavam
querendo tomar o País à força, com armas nas mãos."
A resposta do cantor causou espanto à entrevistadora.
"Você está louco, Amado?", disse Marília Gabriela. "Você está
louco. Você saiu perdido, sofreu tortura física..."
Mas eu estava errado", respondeu o cantor. "Eu
acho que estava errado. Eu estava acobertando talvez pessoas que estavam
querendo tomar esse País à força", reforçou o cantor.
Amado declarou que não vai acionar a Comissão
da Verdade , instaurada desde abril do ano passado para investigar os
casos de repressão na ditadura militar, para tentar encontrar quem o torturou.
O cantor foi procurado, mas não se pronunciou sobre suas declarações. (Agência
Estado)
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