GURGEL DEVE SE APOSENTAR AO DEIXAR PROCURADORIA-GERAL EM
AGOSTO
Débora Zampier - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Prestes a deixar a chefia da Procuradoria-Geral
da República (PGR) após quatro anos de mandato, Roberto Gurgel disse que deverá
se aposentar em seguida.
Caso a opção se confirme, o procurador, de 58 anos,
antecipará em mais de dez anos a data-limite para sair do serviço público, que
é 70 anos. Gurgel deve ficar no cargo até o dia 15 de agosto.
“Estou examinando, mas provavelmente [a opção] é que
realmente eu aposente”, disse, durante intervalo da sessão do Supremo Tribunal Federal
(STF) nesta tarde. Se permanecer no Ministério Público, Gurgel se juntará a
outros 61 subprocuradores-gerais da República com atuação no Supremo, no
Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Embora não tenha definido se permanece no Ministério
Público, o procurador-geral adianta que não há possibilidade de ingressar na
advocacia privada. Esse foi o destino de seu antecessor, Antonio Fernando de
Souza. Ao deixar o cargo em 2009, o autor da denúncia da Ação Penal 470 se
aposentou e abriu um escritório de advocacia. Continue lendo...
Quanto ao andamento do processo do mensalão, Gurgel acredita
que seu sucessor seguirá a mesma linha de acusação dos últimos dois mandatos,
pois acredita que o trabalho do Ministério Público deve ser marcado pela
impessoalidade. “Não vejo qualquer motivo para que os réus comemorem
minha saída, pois acho que o trabalho terá continuidade”, avalia.
A nomeação do novo procurador-geral é uma livre escolha da
Presidência da República, que ainda não fez a indicação. No mês passado, a
entidade de classe da categoria preparou lista tríplice com os três candidatos
mais votados pelos profissionais da área. A lista é encabeçada pelo
subprocurador-geral Rodrigo Janot.
Gurgel disse que não há processos ou denúncias específicos
que pretenda priorizar nos últimos dias de atuação no STF. “O esforço que
já estou fazendo, que vou continuar fazendo, é tentar deixar o estoque, o menor
possível, para quem venha me suceder”. (Edição: Carolina Pimentel)
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