JOAQUIM BARBOSA AFIRMA QUE NÃO TEM INTERESSE DE DISPUTAR A
PRESIDÊNCIA
Filipe Barros -
Diario de Pernambuco
Desde a condenação de 25 dos 38 réus do mensalão, o nome do
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, vem
sendo lembrado em pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2014. Mas
ele afirma que não disputará a Presidência da República no ano que vem. Segundo
o ministro, o Brasil ainda não está preparado para ser governado por um negro.
As declarações foram dadas ao jornal O Globo neste fim de semana.
O presidente do STF não foi filiado a partidos políticos no
passado e, reservadamente, mantém críticas a legendas que considera de direita,
como o DEM, que contestou a política de cotas raciais. "Não tenho laços
com qualquer partido político", disse Barbosa na entrevista. Ele se
declarou "social-democrata à europeia". "Sou muito realista.
Nunca pensei em me envolver em política", declarou o ministro.
Como ministro do Supremo, ele teria de deixar o tribunal no
ano que vem caso decidisse concorrer às eleições e renunciar à presidência da
Corte quase sete meses antes de terminar seu mandato. Barbosa acredita que o
Brasil não está pronto para ter um presidente negro. "Acho que ainda há
bolsões de intolerância muito fortes e não declarados no Brasil", disse. Continue lendo...
Joquim Barbosa também fez críticas à imprensa, disparou
contra o Palácio do Itamaraty, dizendo que é “uma das instituições mais
discriminatórias do Brasil”. O Ministério das Relações Exteriores disse que não
comentaria as declarações. Em nota, o órgão classificou as acusações de
discriminação “a título pessoal”.
Em relação a imprensa, sobre o episódio em que Barbosa sugere a
um jornalista de O Estado de S.Paulo que chafurdasse no lixo, o jornal, em
nota, informou que “a manifestação atual do presidente do STF parece mostrar
que seu pedido de desculpas, à época do episódio, foi no mínimo insincero.”
Barbosa também acusou o jornal Folha de S.Paulo de violar sua privacidade e
sugeriu motivação racial. O jornal respondeu que o ministro ainda não está
acostumado à exposição que o atual cargo de presidente do STF lhe confere.
Internamente, as declarações do ministro foram vistas como uma estratégia de
comunicação. Assessores defendiam a versão de que matérias críticas a ele eram
publicadas depois que pesquisas de opinião eram divulgadas com o nome de
Barbosa.
Itamaraty
Barbosa afirmou ter sido vítima de preconceito ao ser
reprovado no concurso para diplomata. Foi eliminado na fase de entrevistas. “O
Itamaraty é uma das instituições mais discriminatórias do Brasil”, disse. E
afirmou que “todos os diplomatas” do País queriam estar hoje na sua posição, na
presidência da mais alta corte brasileira. O Itamaraty não comentou as
declarações, mas disse que a instituição mantém um programa de ação afirmativa.
(Diário de Pernambuco)
0 comentários:
Postar um comentário