Cristóvão Buarque é sociólogo e político brasileiro, senador da república pelo PDT de |
A quase totalidade dos discursos de políticos é irrelevante.
São logo esquecidos. Mas, nesta semana, comemora-se em todo o mundo os 50 anos
do discurso do dr. Martin Luther King em que ele disse que tinha sonhos: de que
seus quatro filhos não sofreriam preconceitos por causa da cor da pele; e de
que os filhos dos ex-escravos e os filhos dos ex-donos de escravos seriam
capazes de sentar juntos na mesma mesa, como irmãos.
Meio século depois, nós também temos sonhos.
Sonhamos que um dia nenhum dos filhos do Brasil será privado de uma educação de qualidade que lhes permita entender a lógica do mundo, deslumbrar-se com suas belezas, indignar-se com suas injustiças, falar e escrever seus idiomas, ter uma profissão que lhes permita usufruir e melhorar o mundo onde vivem.
Para isso, sonhamos fazer com que a mais pobre criança tenha, desde sua primeira infância, uma escola com a qualidade das melhores do mundo, que um dia os filhos dos trabalhadores estudarão nas escolas dos filhos de seus patrões, os filhos das favelas nas escolas dos filhos dos condomínios e em, consequência, o Brasil terá pontes no lugar de muros entre suas classes e seus espaços urbanos.
Sonhamos que não está distante o dia em que todos os brasileiros acreditarão que isso é preciso e é possível. Deixarão de considerar o sonho como um delírio de utopista ou demagogia de político. Olharão ao redor e verão que muitos outros países já fizeram esta revolução, que chegará tardia ao Brasil, como nos chegou tardiamente a libertação dos escravos. Lembrarão que até 1863, na terra do dr. King, e, por décadas mais no Brasil, a ideia de que os negros um dia seriam livres do cativeiro era vista como estupidez. E hoje o presidente da República deles é negro.
Sonhamos também que, acreditando nos seus sonhos, o Brasil se levantará para realizá-los. Porque o sonho não se realiza quando é solitário, nem tampouco quando os sonhadores continuam deitados em berço esplêndido. Só quando é de todos e todos se levantam é que ele começa a ser realidade.
Se nós acreditarmos, se nos levantarmos em sua defesa, será possível realizar o sonho de que no lugar de exclusão teremos unidade social, ao garantir que os filhos do Brasil estudarão em escolas com qualidade e com a mesma qualidade.
Sonhamos com cidades pacíficas; com economia eficiente, sustentável e distributiva; com serviços sociais funcionando; com a renda nacional bem distribuída. Sonhamos que o Brasil será celeiro não apenas de soja e ferro, mas também de conhecimento nas ciências, tecnologias e nas artes; que o Brasil será um país regido pela ética no comportamento dos políticos e nas prioridades da política. E sabemos que todos estes objetivos passam pela escola de qualidade e mesma qualidade para todos.
Sonhamos que o Brasil futuro será o Brasil de nossos sonhos.
Meio século depois, nós também temos sonhos.
Sonhamos que um dia nenhum dos filhos do Brasil será privado de uma educação de qualidade que lhes permita entender a lógica do mundo, deslumbrar-se com suas belezas, indignar-se com suas injustiças, falar e escrever seus idiomas, ter uma profissão que lhes permita usufruir e melhorar o mundo onde vivem.
Para isso, sonhamos fazer com que a mais pobre criança tenha, desde sua primeira infância, uma escola com a qualidade das melhores do mundo, que um dia os filhos dos trabalhadores estudarão nas escolas dos filhos de seus patrões, os filhos das favelas nas escolas dos filhos dos condomínios e em, consequência, o Brasil terá pontes no lugar de muros entre suas classes e seus espaços urbanos.
Sonhamos que não está distante o dia em que todos os brasileiros acreditarão que isso é preciso e é possível. Deixarão de considerar o sonho como um delírio de utopista ou demagogia de político. Olharão ao redor e verão que muitos outros países já fizeram esta revolução, que chegará tardia ao Brasil, como nos chegou tardiamente a libertação dos escravos. Lembrarão que até 1863, na terra do dr. King, e, por décadas mais no Brasil, a ideia de que os negros um dia seriam livres do cativeiro era vista como estupidez. E hoje o presidente da República deles é negro.
Sonhamos também que, acreditando nos seus sonhos, o Brasil se levantará para realizá-los. Porque o sonho não se realiza quando é solitário, nem tampouco quando os sonhadores continuam deitados em berço esplêndido. Só quando é de todos e todos se levantam é que ele começa a ser realidade.
Se nós acreditarmos, se nos levantarmos em sua defesa, será possível realizar o sonho de que no lugar de exclusão teremos unidade social, ao garantir que os filhos do Brasil estudarão em escolas com qualidade e com a mesma qualidade.
Sonhamos com cidades pacíficas; com economia eficiente, sustentável e distributiva; com serviços sociais funcionando; com a renda nacional bem distribuída. Sonhamos que o Brasil será celeiro não apenas de soja e ferro, mas também de conhecimento nas ciências, tecnologias e nas artes; que o Brasil será um país regido pela ética no comportamento dos políticos e nas prioridades da política. E sabemos que todos estes objetivos passam pela escola de qualidade e mesma qualidade para todos.
Sonhamos que o Brasil futuro será o Brasil de nossos sonhos.
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