quinta-feira, 20 de junho de 2013

CAGADA NO PARAZINHO: BEBÊ É CONDENADO A MORTE POR FALTA DE ATENDIMENTO

MENINO DE TRÊS MESES NÃO RESISTIU A PNEUMONIA APÓS LONGA ESPERA POR UMA VAGA
O bebê que aguardava leito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde a quinta-feira da semana passada, no Pronto-Socorro do Guamá, morreu às 10h30 de ontem. Messias Pantoja da Costa, de três meses, estava hospitalizado com pneumonia considerada grave e teve três paradas cardíacas na última terça-feira. Em desespero, a família procurou a Promotoria da Infância e da Juventude, que prometeu interceder ontem para apressar a transferência do menino para uma UTI. A criança morreu antes. A família levou o corpo para Igarapé-Miri, no nordeste paraense, onde foi velado e sepultado no final da tarde.
Inconformada com o que classifica como descaso da saúde pública de Belém e do Estado do Pará, a mãe do menino, Marília Pantoja da Costa, prometeu que vai entrar na Justiça para responsabilizar o poder público pela morte do seu único filho.
Para ela, se desde o primeiro dia que o bebê deu entrada no PSM do Guamá fosse garantido o leito da UTI-Pediátrica, era certo que o bebê continuaria vivo. Segundo Marília, a situação é de caos na unidade de urgência e emergência, porque, assim como o filho dela, outras crianças estão hospitalizadas, precisando ser transferidas para uma UTI e, no entanto, "ninguém faz nada". Continue lendo...
Marília definiu os últimos dias junto ao filho como momentos de "impotência e dor desesperadora, ao ver a minha criança morrer e não poder ajudá-lo". Para ela, o que falta é fiscalização dos órgãos de Justiça para que sejam cumpridos os direitos da população, previstos na Constituição Federal.
Em nota, o Ministério Público do Estado (MPE) informou que a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Maria do Socorro Pamplona Lobato, atendeu na última terça-feira Marília. Após a denúnica feita por ela, ajuizou às 13h53 ação civil pública, com pedido de liminar, para a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) disponibilizar, com urgência, leito no Hospital Barros Barreto ou em outro hospital da rede, bem como exames, medicamentos e cirurgias.
A secretaria Municipal de Saúde (Sesma) lamentou, por meio de nota, a morte do bebê. Disse que a criança veio de Igarapé-Miri e ao dar entrada no hospital foi cadastrada, imediatamente, na Central de Leitos, por causa da gravidade do caso. A Sesma informou também que "não mediu esforços junto a outros hospitais para tentar internar a criança em uma UTI". Afirmou que o menino nasceu de parto prematuro, além de uma deformidade na calota craniana (cabeça), além disso, apresentava insuficiência respiratória, o que comprometeu os pulmões dela, morrendo às 10h30 de ontem.
Criança de quatro meses aguarda leito pediátrico há 60 dias
Um bebê de quatro meses, que sofre de broncodisplasia, uma doença pulmonar crônica, espera há dois meses por um leito pediátrico no Pará, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a família da criança, ele já possui cadastro na central de leitos do SUS, mas até agora ainda não teria conseguido uma vaga em UTI na rede pública de saúde.
Atualmente, o bebê recebe atendimento em um hospital particular de Belém, mas sem o tratamento adequado, já que a carência do plano de saúde da família não cobre o procedimento. Nixon Viana, avô de Enzo, recorreu à Justiça para conseguir um leito para o neto. "Que eles cumpram com as obrigações deles, que é de que através do SUS tenha o mínimo conforto para o ser humano e para as pessoas que residem neste Estado ou que necessitam", disse.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Pará existem apenas 89 leitos de UTI Neonatal e 61 leitos pediátricos, número que parece ser insuficiente para atender à demanda de pacientes. (Amazônia – ORM)

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