BAGUNÇA E BATE-BOCA MARCAM O 2º DIA DO ENCONTRO
A V Conferência das Cidades de Belém, criada para discutir
as políticas de desenvolvimento da capital paraense, foi marcada pela
desorganização e bate-boca no auditório principal do Hangar - Centro de
Convenções e Feiras da Amazônia, ontem. As propostas dos grupos de trabalho
para as áreas de saneamento, habitação, mobilidade urbana, trânsito e
planejamento urbano ficaram emperradas em discussões partidárias e, para quem
assistiu, a bagunça não refletiu a vontade de levar as sugestões adiante. Todas
as propostas apresentadas durante o evento serão levadas para a conferência
estadual, programada para o mês de setembro, no Hangar.
Desde ontem de manhã, os Grupos de Trabalho (GTs), formados
por lideranças de comunidades e populares, sugeriram ações municipais, anotaram
propostas e fizeram a aprovação entre os membros. O passo seguinte seria
apresentar as propostas aprovadas em plenário para os demais grupos de
trabalho. No entanto, alguns membros dos GTs fizeram oposição à redação das
propostas e pediram mais uma rodada de aprovação. Com o número elevado de
participantes de diversas áreas - saneamento e habitação, principalmente -, a organização
da conferência desandou de tal forma que a discussão não teve sequência. O
atraso de horas na apresentação de propostas também adiou a eleição dos
delegados para a conferência estadual, prevista para as 18 horas, o que não
aconteceu. Continue lendo...
"Os caras não sabem nem o que estão propondo. Ninguém
chega a um consenso para sugerir ações do município para a federação. E os
coordenadores do evento, que era para entrarem na discussão das propostas, nem
ficam aqui e deixam essa bagunça acontecer. Ninguém entende ninguém e nada
anda", reclama o participante do grupo de saneamento, Antônio Ferreira
Silva.
Um dos eixos mais polêmicos, as poucas propostas para a
Habitação apontam para a celebração do Convênio de Cooperação Técnica com
entidades de trabalhadores e populares, objetivando a habitação das
Organizações e do programa "Minha Casa, Minha Vida"; a elaboração de
projetos habitacionais "exclusivos" para povos e comunidades
tradicionais (indígenas, quilombolas e ribeirinhas); e a regulamentação do
Plano Diretor de Belém, "para que seja prioridade a política de redução do
déficit qualitativo de infraestrutura". Além disso, os participantes pedem
pela criação do Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação e do
cadastramento ao programa municipal "Minha Casa, Minha Vida".
Durante o evento, o secretário de habitação do Município de
Belém, João Claudio Klautau, manteve o silêncio. (Amazônia – ORM)
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