SEGUNDO O SINDMEPA, HÁ OUTROS 3 RECÉM-NASCIDOS COM INFECÇÃO
INTERNADOS NA SANTA CASA
Mais cinco recém-nascidos morreram na Santa Casa de
Misericórdia do Pará, no último final de semana, de acordo com informações do
Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) e há outros três bebês com infecção
pela bactéria Acinetobacter Baumannii em uma das enfermarias do hospital.
Entretanto, a Santa Casa informou que a causa do falecimento destes bebês foi
extremo baixo peso, e não infecções. O Ministério Público Estadual solicitou
ontem informações sobre a morte dos 25 bebês, apenas nos primeiros doze dias de
junho, à Santa Casa de Misericórdia do Pará, enquanto o Ministério Público
Federal ainda aguarda o envio de formalização da denúncia pelo Sindmepa.
O diretor do Sindmepa, João Gouveia, confirma as novas
denúncias. "Quando o sindicato tornam públicas estas informações, pode ter
certeza de que elas vieram de fonte fidedigna. É natural que aconteçam novas
mortes, pois nada foi feito para mudar, nenhuma providência foi tomada",
esclareceu. O médico classificou a direção do hospital como "arbitrária e
inconsequente". "Estamos tentando audiência com o secretário de Saúde
do Estado e com a direção da Santa Casa há cerca de 30 dias, sem sucesso",
denuncia. De acordo com dados enviados pelo hospital ao Sindmepa, foram 25
óbitos de recém-nascidos na Santa Casa, no período apontado. Continue lendo...
A grande concentração de crianças nas enfermarias é um dos
problemas identificados pelo sindicato. "Colocam 30 crianças onde deveriam
ter dez. A concentração de crianças é o grande problema, pois onde há grande
circulação, as chances para infecções são maiores", explicou Gouveia. Ele
acredita que a Secretaria de Estado de Saude (Sespa) também precisa assumir sua
parcela de culpa. "O governo precisa ser mais enfático com os municípios
em relação aos cuidados básicos. Por exemplo, Belém esta regredindo na área
infantil e materna. A capital sozinha precisaria de um hospital materno
infantil", afirmou o médico.
A falta de alternativas à Santa Casa é outro fator agravante
para a enorme demanda por leitos no local. As clínicas infantis Pio XII e Santa
Terezinha estão na iminência de fechar as portas. Há pouco, uma clínica
particular na avenida Senador Lemos também fechou. "Soubemos pelas redes
sociais que a Maternidade do Povo terá sua UTI Neonatal absorvida por um plano
de saúde privado, o que deve agravar ainda mais o quadro", avisou Gouveia.
"A remuneração oferecida pelo SUS não é atrativa, e afasta as clínicas
privadas. Ao mesmo tempo, o governo privatiza os hospitais públicos existentes.
É uma receita para o caos", conclui.
Sespa alega que prefeitos devem investir na atenção básica
A Sespa informou, através de sua assessoria que, em seu
entendimento "os gestores de saúde dos municípios paraenses precisam investir
maciçamente no fortalecimento da Atenção Básica, principalmente no que tange a
atenção às grávidas para evitar complicações na hora do parto, e promover a
necessidade do planejamento familiar. Para o titular da Sespa, Hélio Franco, é
essencial que os profissionais de saúde se atentem para a qualidade do
pré-natal, pois muitas complicações na hora do parto ou em recém-nascidos
acontecem pela falta de assistência ainda na base, já que muitas doenças
genéticas podem ser diagnosticadas durante a gravidez, o que pode reduzir os
problemas."
O Estado articula, juntamente com o Município, a ampliação
de novos leitos para desafogar a Santa Casa. Paralelamente, já está em fase de
conclusão o novo prédio da Santa Casa, que terá mais 110 leitos para atender à
demanda da população e que será inaugurado em agosto. Esses novos
leitos serão distribuídos para as áreas da pediatria, neonatologia e
maternidade. Com esse aumento, o complexo passará a oferecer 516 leitos nessas
três áreas. Haverá também um aumento considerável no número de leitos de UTI,
que agora contará com 100 unidades disponíveis, sendo 60 para UTI Neonatal, 20
para UTI Pediátrica, 10 para UTI Adulto e 20 para UTI Materna, que não havia na
antiga Santa Casa. (Amazônia – ORM)
0 comentários:
Postar um comentário