Alex Medeiros é jornalista polêmico e corajoso, escreve no site
Jornal de Hoje entre outros.
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Do país do futebol para o país da piada pronta foi um salto
quase quântico. O surto de cultura fútil em todas as camadas da sociedade
brasileira, mal recheadas por programas de auditórios de péssimo gosto e suas
celebridades ocas, está ferrando a nação.
O povo – e aqui se inclui pobres e ricos – avança no rumo de uma imbecilidade coletiva sem fim. Coincidência histórica ou não, a era da sociologia jeca com o PT no poder estabeleceu uma queda acentuada no nível de bom senso. Só tá faltando o Rondon.
No país em que um operário espertalhão constrói um império da indústria ideológica aos moldes de Hugo Chávez e ainda convence parte das elites de que seu “case” é diferente, o grosso da população segue seu mantra de dispensar a prática da leitura.
Fazemos uma História ao avesso cultuando quem ironiza o conhecimento e combatendo quem acumulou cultura. No ambiente esquerdopata das universidades nacionais, a referência é Lula, a indiferença é FHC, nada mais endêmico, pra não dizer acadêmico.
Não por coincidência, esse movimento oportunista de falsear o processo histórico cabe bem na nomenclatura “história de trancoso”, adaptada no Brasil Colônia que levou a sério os “contos e histórias de exemplo”, do português Gonçalo Fernandes Trancoso.
O povo – e aqui se inclui pobres e ricos – avança no rumo de uma imbecilidade coletiva sem fim. Coincidência histórica ou não, a era da sociologia jeca com o PT no poder estabeleceu uma queda acentuada no nível de bom senso. Só tá faltando o Rondon.
No país em que um operário espertalhão constrói um império da indústria ideológica aos moldes de Hugo Chávez e ainda convence parte das elites de que seu “case” é diferente, o grosso da população segue seu mantra de dispensar a prática da leitura.
Fazemos uma História ao avesso cultuando quem ironiza o conhecimento e combatendo quem acumulou cultura. No ambiente esquerdopata das universidades nacionais, a referência é Lula, a indiferença é FHC, nada mais endêmico, pra não dizer acadêmico.
Não por coincidência, esse movimento oportunista de falsear o processo histórico cabe bem na nomenclatura “história de trancoso”, adaptada no Brasil Colônia que levou a sério os “contos e histórias de exemplo”, do português Gonçalo Fernandes Trancoso.
Melhor trocar os adjetivos dos textos ufanos e meter um imbecil no lugar de
varonil, caindo melhor na realidade de um país que optou pela ilusão da
quantidade em detrimento do valor da qualidade. Quem dita a regra são as
estatísticas das pesquisas.
Por que Michel Teló é melhor do que Lenine? Porque vende mais e enche palcos. Por que Ivete é melhor que Roberta Sá? Porque junta multidões no carnaval e frequenta a TV aberta. Por que o governo é bom? Perguntem aos quantificados pelas esmolas.
Dada a incapacidade econômica e cultural de se acabarem os valores e conceitos capitalistas, o Brasil petista alcançou o socialismo cognitivo, onde todas as classes pensam semelhante e agem com a mesma futilidade evacuando sua incultura diária.
O advento das redes sociais na Internet aproximou o que os bairros caros e as lojas chiques separavam. Uma navegada no Instagram ou Facebook e percebemos que a diferença entre uma dondoca e uma doméstica está só no vestido ou na maquiagem.
Nas postagens sobre as tramas e personagens de novelas no Twitter, elas também deixam expostas a similitude das frescuras. Não se distinguem pelo risoto de lagosta e a pizza gigante, mas se assemelham – e como – no exibicionismo que busca notoriedade.
Já a ignorância masculina fica mais evidente nas transmissões de futebol narradas por Galvão Bueno ou pelos caras do canal Esporte Interativo. O primeiro, o mais legítimo símbolo do pachequismo idiota; os outros, candidatos diletos ao legado do próprio.
Na voz do locutor, a TV Globo exercita sua sanha de pontos no Ibope construindo desesperadamente mitos e heróis populares, forjados quase sempre em pseudoglórias momentâneas, como na eternidade besta de noventa minutos num jogo de futebol.
No domingo passado, emissora e locutor colocaram em prática pela enésima vez a dramaturgia narrativa que buscou numa pelada amistosa da seleção brasileira uma falsificada epifania nacional. No picadeiro do Grêmio, uma ópera bufa em dois atos.
Um amontoado de reservas franceses, e dois ou três titulares exaustos, como coadjuvantes de uma comédia rococó dos trópicos. Um joguinho caça-níquel que o Bueno vendeu como vingança épica por derrotas brasileiras seguidas em três Copas.
E não é que o povaréu (pobres e ricos) acreditou na farsa, mesmo vendo o futebol minguado da seleção e a vaia sonora tomada por Neymar, o herói da hora? Chamaram de vitória maiúscula para “apagar” os três vexames impostos pela França desde 1986.
Vejam que o consciente coletivo do país é a ampliação da baboseira do Galvão; onde já se viu conformar-se com uma vitória em amistoso e aceitá-la como troco a três derrotas dentro das copas. Parece a visão enviesada de Lula menosprezando os livros de FHC.
Coitado do jogador Hernanes, caiu na esparrela plantada pelos repórteres em missão especial de patriotada e se assumiu escriba de uma história reescrita. Ajudou a incutir na idiotice geral que os 3 x 0 de ontem foram tão importantes quanto a final de 1998.
Espelhos do ufanismo, jornais dizem hoje que com a goleada o Brasil está pronto para uma retomada. Faço minhas as palavras do jornalista Juca Kfouri, na Folha de S. Paulo: “Pronto? Pronto uma pinoia”. Ainda faltam um futebol culto, um país criativo e um povo bom de jogo.
Por que Michel Teló é melhor do que Lenine? Porque vende mais e enche palcos. Por que Ivete é melhor que Roberta Sá? Porque junta multidões no carnaval e frequenta a TV aberta. Por que o governo é bom? Perguntem aos quantificados pelas esmolas.
Dada a incapacidade econômica e cultural de se acabarem os valores e conceitos capitalistas, o Brasil petista alcançou o socialismo cognitivo, onde todas as classes pensam semelhante e agem com a mesma futilidade evacuando sua incultura diária.
O advento das redes sociais na Internet aproximou o que os bairros caros e as lojas chiques separavam. Uma navegada no Instagram ou Facebook e percebemos que a diferença entre uma dondoca e uma doméstica está só no vestido ou na maquiagem.
Nas postagens sobre as tramas e personagens de novelas no Twitter, elas também deixam expostas a similitude das frescuras. Não se distinguem pelo risoto de lagosta e a pizza gigante, mas se assemelham – e como – no exibicionismo que busca notoriedade.
Já a ignorância masculina fica mais evidente nas transmissões de futebol narradas por Galvão Bueno ou pelos caras do canal Esporte Interativo. O primeiro, o mais legítimo símbolo do pachequismo idiota; os outros, candidatos diletos ao legado do próprio.
Na voz do locutor, a TV Globo exercita sua sanha de pontos no Ibope construindo desesperadamente mitos e heróis populares, forjados quase sempre em pseudoglórias momentâneas, como na eternidade besta de noventa minutos num jogo de futebol.
No domingo passado, emissora e locutor colocaram em prática pela enésima vez a dramaturgia narrativa que buscou numa pelada amistosa da seleção brasileira uma falsificada epifania nacional. No picadeiro do Grêmio, uma ópera bufa em dois atos.
Um amontoado de reservas franceses, e dois ou três titulares exaustos, como coadjuvantes de uma comédia rococó dos trópicos. Um joguinho caça-níquel que o Bueno vendeu como vingança épica por derrotas brasileiras seguidas em três Copas.
E não é que o povaréu (pobres e ricos) acreditou na farsa, mesmo vendo o futebol minguado da seleção e a vaia sonora tomada por Neymar, o herói da hora? Chamaram de vitória maiúscula para “apagar” os três vexames impostos pela França desde 1986.
Vejam que o consciente coletivo do país é a ampliação da baboseira do Galvão; onde já se viu conformar-se com uma vitória em amistoso e aceitá-la como troco a três derrotas dentro das copas. Parece a visão enviesada de Lula menosprezando os livros de FHC.
Coitado do jogador Hernanes, caiu na esparrela plantada pelos repórteres em missão especial de patriotada e se assumiu escriba de uma história reescrita. Ajudou a incutir na idiotice geral que os 3 x 0 de ontem foram tão importantes quanto a final de 1998.
Espelhos do ufanismo, jornais dizem hoje que com a goleada o Brasil está pronto para uma retomada. Faço minhas as palavras do jornalista Juca Kfouri, na Folha de S. Paulo: “Pronto? Pronto uma pinoia”. Ainda faltam um futebol culto, um país criativo e um povo bom de jogo.
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