ASSEMBLEIA GERAL DA ANADEP DEFINE AÇÕES IMEDIATAS PELA
DERRUBADA DO VETO AO PLP 114
Reunidos em Assembleia Geral na manhã desta terça-feira (2),
na sede da ANADEP, dirigentes da entidade e representantes das associações
estaduais definiram uma intensa agenda de mobilizações para hoje e amanhã, em
Brasília, pela derrubada do veto ao PLP 114 e instalação da PEC 247/2012.
No início da tarde, às 14 horas, os defensores que já estão
na Capital Federal participam de reunião com o líder do PSC na Câmara, deputado
André Moura, e seguem com uma busca concentrada de assinaturas para o pedido de
urgência na apreciação do veto ao PLP 114.
Amanhã, um grande ato está agendado para às 10h, no Salão
Verde da Câmara dos Deputados, reunindo defensores públicos de diversos estados
e integrantes dos movimentos sociais, para protocolar o pedido de urgência na apreciação
do PLP 114. Há, ainda, uma possível agenda com o presidente do Congresso
Nacional Renan Calheiros (PMDB/AL). A sessão do Congresso para análise de vetos
está agendada para o meio-dia de amanhã.
Redes Sociais - É muito importante que os defensores
públicos de todo o Brasil utilizem uma ferramenta fundamental de pressão para
que o veto ao PLP 114 seja incluído na pauta de votação do Congresso e
consequentemente derrubado: as redes sociais e email, marcando os parlamentares
de seus estados.
Nesse sentido, a ANADEP pede um esforço concentrado de todas
as assessorias de comunicação, de dirigentes das Associações Estaduais e
defensores públicos de todo o país para que divulguem em seus estados (via
email, notícias nos sites e redes sociais) a necessidade de união em prol desta
grande mobilização com a hashtag #DefensoriaSim como de praxe.
PLP114 – O PLP, de autoria do líder do Governo no
Congresso, senador José Pimentel (PT/CE), tramitou em tempo recorde no Senado
Federal e na Câmara dos Deputados, obtendo aprovação unânime de todos os
partidos políticos e bancadas, com pareceres favoráveis em todas as Comissões,
além de manifestações favoráveis do próprio Governo Federal, que emitiu notas
técnicas do Ministério da Justiça e da Casa Civil recomendando a sua sanção
integral. Mesmo sem ter encontrado qualquer objeção durante a tramitação
legislativa, a presidente Dilma Rousseff vetou o projeto, no dia 19 de dezembro
de 2012.
Entenda a importância da derrubada do veto:
O que significa autonomia financeira para a Defensoria
Pública?
A Defensoria Pública é a instituição que presta assistência
jurídica integral e gratuita para todas as pessoas que não podem pagar por um
advogado. Ao defender o cidadão, a Defensoria Pública tem independência para
ajuizar ações até mesmo contra o Estado. Para salvaguardá-la, a Constituição
Federal lhe assegura autonomia administrativa - ou seja, maior liberdade para
organizar seus serviços - e financeira, que significa exercer ela
própria a gestão de seu orçamento, sem possibilidade de modificação, cortes ou redução
pelo Governo.
Por exemplo, se houver vagas e previsão orçamentária, a
própria Defensoria Pública pode abrir concurso público e nomear defensores
públicos ou servidores, ampliando os seus serviços, hoje presentes em apenas
28% das comarcas brasileiras.
A autonomia financeira da Defensoria Pública está prevista
na Constituição desde 2004 e, até hoje, essa matéria não foi regulamentada na
Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000.
O que estabelece o Projeto de Lei Complementar n° 114?
O PLP 114 altera a Lei de Responsabilidade Fiscal para
regulamentar a autonomia da Defensoria Pública, oferecendo a ela o mesmo
tratamento que já é dado às demais instituições autônomas. Ele foi aprovado no
Senado Federal e na Câmara dos Deputados em 2012, com o apoio do Governo
Federal e acordo unânime de todos os partidos políticos e bancadas.
Entre as principais conquistas, ele prevê a alteração da Lei
de Responsabilidade Fiscal dando à Defensoria Pública o direito de se organizar
e administrar seus recursos aprovados em orçamento, sem contingenciamentos
pelos Governos.
Na Lei de Responsabilidade Fiscal, todas as instituições
autônomas têm um limite máximo de gastos com pessoal. O projeto de lei aprovado
pelo Congresso estabelece a previsão de um limite máximo de até 2% para as
despesas com pessoal da Defensoria Pública, percentual calculado com base na
projeção da implantação da Defensoria Pública em todas as comarcas do Brasil e,
assim, acessível por todo cidadão, como determina a Constituição Federal.
Como o PLP 114 pode ampliar os serviços da Defensoria
Pública?
Onde há um juiz e um promotor (que acusa), deveria também
existir um Defensor Público, mas na prática isso não ocorre. Em cada 10
comarcas, apenas 4 possuem Defensor Público, de acordo com os dados
oficiais do Ministério da Justiça, ou seja só há Defensor Público em 28% das
comarcas em todo o Brasil. O Projeto de Lei Complementar n° 114, caso seja
derrubado o veto, permitirá a melhor gestão e planejamento dos recursos da Defensoria
Pública, com uma perspectiva de expansão gradual dos investimentos em pessoal,
com a utilização de seus recursos para abrir concursos públicos
e contratar mais defensores públicos, assistentes sociais, psicólogos
e outros funcionários necessários para atender melhor o cidadão e permitindo
que a Defensoria Pública leve os seus serviços a todo o p aís, evitando que
milhões de cidadãos brasileiros continuem privados de seus direitos.
Por que um projeto tão importante foi vetado pela
Presidente da República?
De acordo com as razões apresentadas, o veto foi um pedido
dos Secretários de Fazenda dos Estados, segundo os quais, o projeto “ensejaria
sérias dificuldades para as finanças subnacionais.” Contudo, essas alegadas
dificuldades não foram apresentadas por nenhum secretário estadual ao Congresso
Nacional durante a tramitação do projeto, que sempre contou com o apoio das
lideranças do Governo e das bancadas de todos os estados da Federação. (www.anadep.org.br)
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