SINTEPP DIZ QUE NÃO FOI COMUNICADO PELO TJE SOBRE
ILEGALIDADE E DIZ QUE JUÍZA NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA PROIBIR NADA
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública
do Estado do Pará (Sintepp) manterá, hoje, o início da greve deliberada em
assembleia geral pela categoria, apesar da decisão judicial de suspensão
antecipada da paralisação na última sexta-feira. A determinação foi da juíza
Rosana Lúcia de Canelas Bastos, que acatou a ação do governo do Estado.
De acordo com o advogado do Sintepp, Walmir Brelaz, o
sindicato não foi comunicado oficialmente da decisão judicial e, caso a
informação seja confirmada, o sindicato vai ingressar com um agravo no Tribunal
de Justiça do Estado (TJE), além de uma reclamação direta ao Supremo Tribunal
Federal, sob a justificativa de que a juíza não tem competência para definir
sobre a greve de servidores públicos.
O Sintepp também vai analisar a possibilidade de representar
contra a magistrada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na Corregedoria do
Estado e na Organização Internacional do Trabalho (OIT). "A decisão da
magistrada se baseia em que a educação é um direito essencial. É essencial não
para efeito de greve. Ela cometeu uma infração gravissima ao infringir o
direito garantido na Constituição aos trabalhadores, que é o direito a
greve", explica Walmir Brelaz.
Outra queixa do Sintepp é sobre a multa diária de R$100 mil
em caso de descumprimento a decisão judicial. "Nunca na história desse
Estado foi arbitrada uma multa nesse valor, considerada altíssima para um
sindicato, que não se constitui como uma entidade de natureza econômica",
disse o advogado.
A greve foi decidida em assembleia na ultima quinta-feira,
18, e, segundo Conceição Holanda, membro da diretoria do Sintepp, as aulas
serão paralisadas em todas as escolas da Região Metropolitana de Belém.
"Ainda não temos um percentual de greve, porque ela se inicia hoje, mas na
nossa próxima assembleia prevista para até o final dessa semana poderemos
avaliar a paralisação", disse.
Dia será de visita às escolas e reunião
A pauta da categoria tem como reivindicação o plano de
carreira e remuneração dos funcionários de escola, já previsto na legislação,
eleições diretas para direção de escola, jornada de trabalho com garantia de no
mínimo 1/3 para hora atividade, regulamentação das aulas suplementares na forma
da lei, efetivação da Lei Específica do Sistema de Organização Modular de Ensino
(Some), realização imediata de concurso público, qualificação profissional para
trabalhadores e reforma e estruturação das escolas, entre outros itens.
Hoje o Sintepp dará prosseguimento à mobilização nas escolas
a partir de 8h e às 16h será realizada uma reunião na sede do sindicato. O
Sintepp também programou para hoje uma coletiva à imprensa, às 12h, para
esclarecer as medidas que serão tomadas a partir da decisão judicial. Para
amanhã o Sintepp programou um ato público a partir das 9h, na praça Santuário.
Juíza - Na liminar, a juíza Rosana Lúcia de Canelas Bastos
reconhece os argumentos do Estado de que a atividade em questão é essencial e
sua paralisação atinge milhares de estudantes. Além do ano letivo já estar
atrasado em função da greve deflagrada anteriormente, um dos prejuízos
iminentes, justifica a juiza em sua decisão, seria na preparação dos alunos
para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 26 e 27 de
outubro - prova que hoje é o único meio de ingresso na Universidade Federal do
Pará (UFPA).
0 comentários:
Postar um comentário