PM DO RIO AFASTA 15 POLICIAIS ACUSADOS DE PARTICIPAR DE
TORTURA DE AMARILDO
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro
afastou de suas funções os 15 policiais da Unidade de Polícia Pacificadora
(UPP) da Rocinha acusados de participar da tortura do ajudante de pedreiro
Amarildo de Souza no dia 14 de julho. Os agentes foram denunciados ontem (22)
pelo Ministério Público (MP), que acredita que Amarildo tenha morrido depois de
40 minutos de tortura nos fundos da sede da UPP.
Entre os denunciados, três tiveram prisão preventiva
decretada ontem pela Justiça: os sargentos Reinaldo Gonçalves e Lourival Moreira
e o soldado Vagner Soares do Nascimento. Além do crime de tortura, eles
respondem por ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Quatro dos denunciados são acusados de fazer a vigilância da
UPP para impedir que qualquer pessoa testemunhasse a sessão de tortura e,
portanto, de participar diretamente dos crimes de tortura e ocultação de
cadáver. Oito policiais, que estavam dentro da sede da UPP, são acusados de
omissão diante do crime, já que, de acordo com o MP, eles ouviram a tortura e
não fizeram nada para impedi-la.
Dez policiais militares já haviam sido denunciados pelos
crimes de tortura, ocultação de cadáver e formação de quadrilha e já estão
presos. Quatro desses PMs também são acusados de fraudar o processo, ao tentar
enganar a investigação e colocar a culpa da morte de Amarildo em criminosos
comuns da Rocinha. Nesse grupo estão o ex-comandante da UPP, major Edson
Santos, e o ex-subcomandante da unidade tenente Luiz Medeiros.
A Polícia Militar informou que respeita a decisão da Justiça
em relação à decretação da prisão de mais três acusados, mas ainda não recebeu
o mandado de prisão. (Edição: Graça Adjuto)
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