VÍTIMA SOBREVIVE APÓS SER ATINGIDA DIANTE DE DEZENAS DE
TESTEMUNHAS. PISTOLEIRO É CAÇADO PELA POLÍCIA.
Uma tentativa de homicídio causou pânico, por volta de 8h de
ontem, no Centro de Estudos Supletivos Professor Luis Otávio Pereira,
localizado na avenida Gentil Bittencourt, no bairro de São Brás. O professor de
filosofia e estudante de Direito Alexandre Samarone, 47, estava em sala de
aula, com 24 professores e 25 alunos, quando foi surpreendido por um jovem
armado. O criminoso chegou ao local e foi imediatamente até a vítima, contra
quem atirou aproximadamente cinco vezes. Em seguida, o pistoleiro fugiu em uma
motocicleta. Colegas de profissão e alunos de Samarone ficaram aterrorizados. O
delegado que investiga o crime elimina a possibilidade de assalto.
O crime ocorreu logo após o professor Alexandre Samarone
chegar à instituição de ensino para dar aula de Filosofia. Edilene Bastos
estava sentada no pátio da escola, esperando para fazer sua matrícula, quando
testemunhou o atentado. "O professor chegou à escola e se dirigiu à sala
de aula. Em seguida, esse homem chegou, me deu bom dia e entrou na mesma sala.
De repente, eu ouvi o tiroteio. Nessa hora eu corri para dentro de outra
sala", disse a moça.
De acordo com Edilene, o pistoleiro aparentava ter
aproximadamente 20 anos, era alto, tinha pele e cabelos claros e trajava calça
jeans, camisa de mangas compridas e levava uma mochila nas costas. "Era um
rapaz com boa aparência e bem vestido. Eu acabei notando as pessoas que
entravam na escola porque estava parada, à espera de atendimento",
acrescentou.
Professores e alunos que testemunharam o crime disseram que
o criminoso se posicionou em frente à mesa onde Samarone estava e atirou. A
vítima ainda tentou reagir, mas o pistoleiro logo fugiu do local, com um
motoqueiro que estava à espera dele, em frente à instituição de ensino. Naquele
momento, não havia nenhuma viatura perto do centro de estudos.
Grupo se trancou para escapar dos tiros
Edilene Bastos disse que, ao ouvir o primeiro disparo, não
hesitou em invadir uma das salas para se livrar dos tiros. Na ocasião, houve
correria e gritaria na escola. "Foi um desespero só. Na minha cabeça o
homem tinha matado várias pessoas", afirmou Edilene. Para Letícia Cordeiro,
18, que estava na sala de aula ao lado de onde ocorreu o crime, a escola estava
sendo invadida por um grupo armado. "Eu achava que a escola estivesse
sendo invadida por várias pessoas armadas, pois foram muitos tiros. Depois do
primeiro disparo nós trancamos a sala e ficamos todos encolhidos em um
canto".
Quando os tiros cessaram, as pessoas saíram das salas e
encontraram o educador ensanguentado, mas consciente. O Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas, preocupados com a perda de sangue,
colegas de profissão resolveram encaminhar Samarone ao hospital em um carro
particular. Ontem à noite, a assessoria de comunicação do Hospital Saúde da
Mulher informou que o estado de saúde do paciente é "delicado", e que
a família não permitiu que mais informações sobre a vítima fossem divulgadas.
Docente era amigo de advogado executado em Tomé-Açu
O professor Alexandre Samarone era amigo do advogado Jorge
Guilherme Araújo Pimentel, assassinado na noite do último sábado no município
de Tomé-Açu. Samarone, que também era estudante de Direito, foi ao velório do
amigo. "Ele chegou a comentar aqui na escola que esteve no velório do
advogado. A partir disso as pessoas fazem especulações, mas só a polícia pode
desvendar esse caso", disse o professor de Física Jorge Daniel.
O delegado José Maria Pereira, da seccional de São Brás,
está à frente das investigações. Na manhã de ontem, após ouvir depoimentos de
professores e alunos do Centro de Estudos Supletivos Professor Luis Otávio
Pereira, ele descartou a hipótese de assalto. "Diante dessa prévia, dá
para descartar a possibilidade de assalto, pois de acordo com os depoimentos, o
homem se direcionou apenas ao professor, sendo que tinham várias outras pessoas
ao redor dele", explicou.
O delegado disse ainda que é prematuro estabelecer relação
entre os crimes envolvendo Samarone e Pimentel, uma vez que ainda precisa ouvir
outras pessoas, como os familiares do educador. "Hoje (ontem), eu ainda
não ouvi os familiares da vítima, que são peças fundamentais para inquérito
policial. E por meio deles dá para saber se o professor vinha recebendo algum
tipo de ameaça", afirmou José Maria.
Ontem mesmo policiais civis e militares fizeram buscas perto
da escola para tentar identificar os envolvidos no crime. A major Érica
Miralha, da Polícia Militar, disse que policiais da Rotam (Ronda Tática
Metropolitana) também foram convocados para as buscas. Ela afirmou que a área
onde fica a escola é constantemente vistoriada. (Amazônia – ORM)
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