Fátima Couceiro - presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-Pa) |
Foi encerrado ontem, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, o
I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina. O evento reuniu na capital
paraense representantes dos 27 conselhos regionais e do Conselho Federal de
Medicina (CFM) entre os dias 6 e 8 de março. Nos três dias de evento foram
discutidos assuntos como a descriminalização do aborto, revalidação do diploma
e outros temas relacionados ao exercício da profissão.
Os representantes dos conselhos falaram sobre os problemas
que comprometem a qualidade do atendimento prestado pelos profissionais à
população. De acordo com a presidente do Conselho Regional de Medicina do
Estado do Pará (CRM-Pa), Fátima Couceiro, um dos principais problemas
enfrentados pelos profissionais é o caos na saúde pública no País. "Belém
vive uma situação complicada na saúde assim como o restante das cidades
brasileiras. O médico fica numa situação complicada porque é ele quem está ponta,
fazendo o atendimento. A responsabilidade vai ser sempre dele", destacou a
presidente, lembrando que em muitos casos os médicos não têm muito a fazer por
conta da falta de estrutura das unidades de saúde em que atuam. "É muito
simplista achar que só o médico vai resolver o problema da saúde. Só ele não
resolve. É preciso ter recursos, medicamentos, uma equipe", avaliou.
Nos casos em que o atendimento ao paciente não pode ser
feito de forma adequada por falta de recursos necessários nas unidades, o CRM-Pa
tem orientado a categoria a prestar o atendimento da maneira que for possível e
fazer os registros em prontuário. As anotações podem resguardar o médico em
caso de necessidade de defesa. Só no ano passado, o CRM-Pa recebeu 262
denúncias que têm motivos variados, desde o mau relacionamento médico-paciente
ao erro médico. Continue lendo...
Os conselheiros avaliaram também o processo de formação dos
profissionais e estuda a criação de uma nova especialidade: Urgência e
Emergência. "A tendência é que o CFM aprove a criação. O aluno faria uma
especialização em Urgência e Emergência para que esteja mais preparado para
lidar com as situações dessas unidades", declarou o corregedor do CFM,
José Fernando Maia Vinagre.A descriminalização do aborto foi outro tema discutido no encontro. Representantes do Ministério Público e até um teólogo foram convidados para o debate. O objetivo era chegar a um consenso para que o CFM se posicione sobre o assunto, o que acabou não acontecendo. "É um assunto que ainda divide muito os conselheiros. Alguns são a favor, mas outros são contra. O Conselho (Federal de Medicina) ainda não tem uma opinião formada", declarou Vinagre. (Amazônia – ORM)
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