ESCOLAS PÚBLICAS DE MANAUS TERÃO QUE OFERECER COMIDAS
SAUDÁVEIS AOS ALUNOS
Até o final deste ano, todas as escolas da rede estadual de
ensino devem fechar as cantinas e lanchonetes, mesmo a ‘contra-gosto’ dos
alunos
FLORÊNCIO MESQUITA – A CRÍTICA
As 575 escolas da rede estadual de ensino estão proibidas de
ter cantinas e lanchonetes. Até o final do ano, todas que ainda estão em
funcionamento serão extintas para que crianças e adolescentes tenham uma
alimentação mais saudável. A medida da Secretaria de Estado de Educação (Seduc)
atende a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecido pela Promotoria
Especializada na Proteção e Defesa dos Direitos Constituídos do Cidadão do
Ministério Público do Estado (MPE). A recomendação foi feita no final de 2012 e
reforçada no começo deste ano.
De 2009 a
2011, 176 cantinas funcionavam nas escolas estaduais. Em 2012, o número
despencou para 48 e, atualmente, são 34 cantinas e lanchonetes que ainda estão
em funcionamento. “Todas devem ser fechadas nos próximos meses”, disse a
secretária executiva da Seduc, Calina Hagge.
A medida visa evitar a obesidade infantil e a má qualidade
de vida causada por alimentos prejudiciais à saúde. A partir deste ano, estudantes
terão acesso apenas à merenda escolar disponibilizada pelo Estado. Sanduíches,
bombons, salgados, refrigerantes, entre outros, estarão fora do cardápio comum
no horário do recreio. A regra é que a merenda na escola seja feita com
alimentos nutritivos e ricos em vitaminas.
Até 2009,
a legislação nacional obrigava que as secretarias de
educação em todo o País disponibilizassem merenda escolar apenas para alunos do
ensino fundamental. A partir de 2010, o Ministério da Educação (MEC) passou
oferecer também para alunos do ensino médio. Com a mudança, o número de alunos
do Amazonas que passaram a ter a merenda escolar saltou para 510 mil.
Com tantos alunos, o investimento na alimentação é alto e
caro. São 21 mil toneladas de alimentos para alunos da rede pública a cada ano.
A merenda escolar de cada aluno da rede custa R$ 0,54 centavos por dia. Deste
valor, 30 centavos são provenientes do repasse do Governo Federal, por meio do
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e os outros R$ 0,34 centavos
são uma contrapartida do Governo do Estado, por meio do Programa de
Regularização da Merenda Escolar.
O montante total do repasse do Governo Federal é de R$ 29
milhões, enquanto que o do Estado é de R$ 30 milhões. Parte da soma dos dois
recursos é utilizada para o pagamento de produtores rurais que fornecem os
alimentos e impostos.
Os alimentos da merenda escolar do Amazonas são comprados
via Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), que mantém o
incentivo com os produtores rurais. Produtores de cada município fornecem
alimentos para as localidades mais próximas de onde moram.
Cardápio
Atualmente, os alunos da rede pública têm na merenda escolar cardápios variados que incluem alimentos regionais. Entre eles, estão o peixe, a farinha de piracuí, frango, carne, além de arroz feijão, macarrão, entre outros. Os sucos são de polpas de frutas como goiaba, taperebá, açaí entre outras.
Atualmente, os alunos da rede pública têm na merenda escolar cardápios variados que incluem alimentos regionais. Entre eles, estão o peixe, a farinha de piracuí, frango, carne, além de arroz feijão, macarrão, entre outros. Os sucos são de polpas de frutas como goiaba, taperebá, açaí entre outras.
Proibição
Doces, salgados e refrigerantes do recreio, aliados ao sedentarismo, favorecem o aumento do número de crianças e adolescentes obesos. Segundo o Ministério da Saúde de12 a
15% das crianças e adolescentes do Brasil estão acima do peso.
Doces, salgados e refrigerantes do recreio, aliados ao sedentarismo, favorecem o aumento do número de crianças e adolescentes obesos. Segundo o Ministério da Saúde de
Merenda em vez de lanche
Algumas escolas, como a Presidente Castelo Branco, no bairro São Jorge, Zona Oeste, estão sem cantinas desde o ano passado. A instituição foi uma das primeiras a abolir a cantina. A maioria dos alunos e funcionários consultados por A CRÍTICA é contra a retirada.
Algumas escolas, como a Presidente Castelo Branco, no bairro São Jorge, Zona Oeste, estão sem cantinas desde o ano passado. A instituição foi uma das primeiras a abolir a cantina. A maioria dos alunos e funcionários consultados por A CRÍTICA é contra a retirada.
Apesar do descontentamento, a merenda escolar é servida
diariamente na escola e nos horários corretos, conforme constatou A CRÍTICA, na
última semana. O estudante Pedro Caio*, 14, discordou dos colegas e disse que
gosta da merenda. “Não trago dinheiro pro lanche e, mesmo que tivesse, comeria
a merenda da escola. É boa”.
O prédio da escola é fechado e não há como os alunos
comprarem alimentos fora. Mas outras escolas têm muros baixos ou grades, que
permitem que ambulantes e donos de lanches vendam para os alunos. (*Nome
fictício – A Crítica)
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