Everaldo Martins Filho é médico e foi secretário municipal de planejamento da Prefeitura de Santarém, de |
O perfil dos novos secretários e das novas secretárias é
técnico, amiúde, político, não tão raro, da confiança do novo prefeito,
principalmente infraestrutura, educação e saúde e por indicação dos partidos.
Experiência no setor público, vemos mais no cargo de secretário ou secretária
adjunto/a, particularmente na semed (educação) e na semab ( agricultura ). Reduzir cargos,
secretarias (de dezoito para treze), e criar os adjuntos e aumentar salários
traz mais despesas para a prefeitura. No mínimo de cento e oito mil para cento
e trinta e cinco mil por mês, calculando 13 secretarias de nove mil reais de
salário cada ( que era seis mil; aumentou cinquenta por cento) e três, calculando
apenas três adjuntos, ganhando seis mil reais cada um (as que citei e a Dra.
Lívia, na saúde). Mas . . . é só
isso ? E os institutos, coordenadorias, assessorias, quantos DAS? Tem que ser
dito: nenhum prefeito e nem a prefeita Maria criou essa função e essa
remuneração de adjunto. Nos governos anteriores nunca existiu essa figura. Continue lendo...
A reforma administrativa preferiu manter doze
secretarias, aumentar o tamanho da secretaria de infraestrutura, que ficou
ainda maior, extinguir as secretarias de produção e agricultura familiar
(sempaf), habitação (smh) e
desenvolvimento econômico e social ( semdes), que cuidavam de abastecimento e
alimentação a primeira, de moradia e assentamentos a segunda, além de
cooperativismo e economia solidária a terceira. Eram secretarias que dialogavam
preferencialmente com a população de baixa renda e menos escolaridade, que mora
nos bairros mais distantes do centro e na zona rural. Extinguiu ainda, sem maiores preocupações,
porque não transformou nem em coordenadoria ( sempaf e smh), nem fundiu a
proposta de forma expressiva com outra, como a ex – semdes com a ex – semplan (
antiga secretaria de planejamento), as secretarias de segurança cidadã,
organização portuária e de governo. Segurança
pública não é problema em Santarém? A paz é um objetivo estratégico permanente
para as pessoas e para a nossa espécie. Para uma cidade que tem margem
ribeirinha entre os municípios de Belterra e Prainha – aproximadamente cinquenta quilômetros de
praias, orla, docas, cais, trapiches, arrimo – além
de pelo menos cinco rios ( Amazonas,
Tapajós, Arapiuns, Ituqui, Curuá-una) e mais metros e metros de portos nas
comunidades rurais, canais, lagos, igarapés, com diâmetro e extensão variáveis
conforme o inverno ou o verão, a várzea ou terra firme, realizar a organização
portuária como política pública é
indispensável. A secretaria de governo foi extinta porque um secretário
indesejável já tinha tomado posse dela até antes da eleição. O Jacy Barros
simboliza o órgão e cabe na chefia de gabinete. A criação da nova secretaria da
juventude sinaliza interesse por esse público. Tomara que a comparação, amanhã,
não pareça que antes os jovens eram mais valorizados na socialização,
estabilidade familiar, educação, esporte, religião, alimentação e diversão
saudáveis, profissionalização e emprego, a título de ilustração. A Prefeitura
inchou ou está enxuta? Mais uns dias e veremos. Os objetivos do novo governo
serão alcançados com tal modelo administrativo? Assim que ele nos der a conhecê-lo,
saberemos.
Enquanto
isso a política partidária ensaia estar desprezada. Foguetes
pipocando pelo fim da secretaria de governo. Quem faz
política é o prefeito. Que não faz com partidos. Aparentemente. O deputado Lira
Maia é padrinho da vice-prefeita e do vereador Erasmo Maia como secretário,
além de todos os nomes que estão nos NAF’s (núcleos administrativos e
financeiros) das maiores secretarias ( educação, saúde e infraestrutura).
Alguém duvida que o DEMocratas manda? Ou também manda? O deputado Nélio Aguiar
não indicou ninguém no Executivo, no primeiro escalão. Tomou o vereador Nicolau
do PP ( Partido Progressista), do povo e da base que o elegeu, para votar no
DEM para a presidência da Câmara. E fêz subir o vereador Marcílio, do PPS do
vice-governador Helenílson Pontes para o mesmo Legislativo. Impeachmment previsto? O PV ( Partido Verde) indicou dois
secretários. Porque não aceitou que só a banda sem voto do partido fosse
contemplada com a secretaria municipal de meio ambiente. Tem secretaria loteada
para o partido de uma igreja. E a secretaria de administração, interina em
janeiro, aguarda quem permita a ascensão do Otávio Macedo, hoje suplente, a um
mandato no plenário “Benedito Magalhães”. Para que o partido do prefeito, o
PSDB, tendo três vereadores, seja o maior na Câmara. E o PSD, atualmente maior, diminua para dois,
entre Maurício Correa, Gerlande Castro e Sílvio Neto, que permaneceriam edis.
O Governador
já disse que viria aqui duas vezes depois da eleição - cobrar a fatura? – e não
veio. Diz que vai mandar vinte milhões para uma obra que seria de conclusão do
anel do estádio. É suficiente? Os recursos são federais, de emendas
parlamentares da bancada paraense em Brasília. Porque ocultar essa origem? Na antessala,
o estádio teria sido climatizado, algumas salas, com centrais de ar
condicionado que teriam sido destinadas, ainda pela gestão passada da semed,
para salas de aula, para escolas. A conferir.
A iluminação, caríssima, continua deficiente e sem jamais ter visto a
cor do dinheiro do governo do estado, proprietário da arena. A vistoria anual,
mais uma perseguição que o governador faz contra uma prefeitura de oposição,
esse ano, lua de mel Jatene e Von, ninguém ouviu falar em tac, craque, traque
ou baque.
O aterro
sanitário de Santarém não tem licença ambiental da secretaria estadual de meio
ambiente há muitos anos. Uns cinco ou talvez mais. E a semma também nunca
permitiu que a prefeitura e o município se habilitassem a regulamentar o
aterro. Mas agora vai ser licenciado, reparem. Para que o estado persiga as
empresas privadas que estão investindo em Santarém. Para impedir a criação de
empregos e o desenvolvimento municipal. Até que o PSDB arrume outro engodo como
a soja e os grãos, que emancipariam Santarém e a nossa economia. A redenção
prometida depois, a área de livre comércio, que perseguiu a prefeitura do PT e
o governo Ana Júlia, agora, no alinhamento tucano é realmente uma mãe d’água.
Mas não era lenda, lembra? Tomara que agora insistam com a base diversificada
da economia municipal. Que a prefeita Maria vinha trabalhando. Os setores: primário
– produzir alimentos e matéria prima para exportação – e secundário, além do extrativismo,
serviços, agroindústria, turismo e preservação/conservação ambiental. Sem
contar que a Prefeitura manteve mais de oitenta por cento das receitas
municipais circulando na mão da população (através da folha de pessoal e da
contratação de serviços e fornecimentos a nível local).
Santarém
assinou o pacto dos municípios verdes, com o governo do estado, ainda com a
ex-prefeita. E as obras do PAC I e II, (programa de aceleração do crescimento,
do governo federal), também iniciadas na gestão passada, vão beneficiar a
COSANPA, que passará a receber pelo uso da rede de esgoto já implantada em
quase quarenta por cento do território urbano
municipal. O estado e o município, inventando impactos ambientais
inexistentes ou que podem ser mitigados, vão perseguir a construção civil,
esperem. Para atrasar obras de construção de moradias, urbanização, loteamentos,
e até a construção do novo shopping Tapajós. Que Deus não permita. Só esta última obra vai assegurar mais de
seiscentos empregos diretos e talvez o mesmo número de empregos indiretos. O
Governador, que tentou assassinar o sonho de criarmos o nosso estado, ele
permitirá que o município salte para o desenvolvimento? Duvido d-o-dó.
Vamos evitar
falar das relações do novo prefeito com o governo federal, o poder judiciário,
o MPE e o MPF e com a imprensa local e estadual. Seria precoce. E as primeiras
ações? Um museu de grandes novidades, como escreveu Cazuza. Limpeza urbana,
como se tudo estivesse imundo. Estava? Não estava. Limpeza hospitalar, como se
o hospital municipal, fosse uma pocilga, como no discurso oposicionista. Não era,
não é e não será. Nem nesse governo, do novo prefeito. A diferença é se vão ter
mais médicos ou não, se eles vão faltar mais ou menos, se a UPA da Cohab vai funcionar
imediatamente – está pronta e pronta – e se irá absorver as pessoas com
emergências de toda a grande área da prainha e outros bairros; se
não faltarão mais medicamentos, insumos, enfim, se vindo mais gente procurar
assistência, se haverá mais recursos humanos e materiais para atender essa
gente. Penso que sim. Torço. Rezo. Oro que sim. E que os centros de atenção à
saúde 24 horas, que existem e funcionam (Livramento, Nova República, Santarenzinho, Santana,
Aprecida/Caranazal, Alter do Chão, Curuai e Boa Esperança) sejam melhorados e
não fechados.
Escolas que
foram inauguradas para ser escola integral e receber estudantes em turno único (
Irmã Doroty, na estrada de Alter do Chão e Enfermeira Selma Carolina, no bairro
do Urumarí ) estariam sendo redimensionadas para funcionar em dois turnos. É um
atraso. Escolas com previsão de climatização com centrais adquiridas, diz que
não vão mais ser climatizadas. Criança pobre não tem direito nem a friozinho.
Alguém viu os professores e monitores do esporte e lazer da área do parque da
cidade? Os programas foram interrompidos? Tudo novo. Porque o ano começa.
As
continuidades? O Restaurante Popular continua aberto. A Clean continua sendo a
empresa da limpeza urbana. Ainda trabalham com as cooperativas de médicos e
médicas. A Mara Palma permanece no
sistema de convênios. Outras pessoas também, continuam na prefeitura, ainda que
não sejam concursadas. Porque são competentes. Em 2005, trabalharam com a
prefeita Maria, no início do governo, os senhores Marcelo Espíndola e Roosevelt
Navarro. Os salários foram pagos dia 25 e dia 30 ( inteiros, sem cortes?).
Porque todos os recursos financeiros previstos para serem depositados em janeiro
- transferências constitucionais e voluntárias - estão no caixa da Prefeitura.
Somando, já no primeiro mês, com todo o capital de convênios que ficou nos
cofres municipais e contratado com os governos federal ( 98%) e estadual (2%).
Também continua o sistema de arrecadação de ISS on line, que funciona desde a
gestão passada. O que garante a maior parte da receita própria municipal. Novidades?
O Dr. Geraldo Bittar, na Seminfra. Que com toda a sua longa carreira no governo
do estado e em outras prefeituras, veio
de Belém. E a última: em janeiro de 2013, todas as secretarias municipais da
Prefeitura de Santarém, pelo que se sabe,
só trabalharam até às 14 hs. no máximo.
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