Carlos Ramalhete é filósofo, professor e
articulista do Jornal Gazeta do Povo do Paraná. |
Dizem os demagogos que abrir uma escola é fechar uma cadeia.
Mentira. Escola serve para instruir, não para educar; o que a escola, uma boa
escola, pode fazer é transformar um assaltante em estelionatário, mas não mais
que isso.
O que educa é a família, e a família íntegra. Uma mãe sozinha estará sempre em desvantagem, por mais heroicos que sejam seus esforços. Afinal, a dialética do “tira bonzinho” e do “tira malvado” não é invenção de filme americano, mas a realidade das reações naturais de pai e mãe. Ser ambos ao mesmo tempo é simplesmente impossível.
Para alegria dos cafajestes, contudo, a nossa legislação premia o mau pai. Algumas décadas atrás, quem “fizesse mal a uma moça” teria de casar com ela, assumindo as responsabilidades de esposo e pai, sob pena de, no mínimo, ostracismo. Já hoje a única responsabilidade, o teor total dos deveres paternos, consiste em comprometer para o conjunto dos filhos um terço da renda registradaem carteira.
Não pagar é uma das pouquíssimas maneiras de ainda ser preso.
Mas o que é um terço da renda, mesmo para a minoria que tem carteira assinada? É muito menos que o que um pai de família desembolsa, em termos financeiros. Em termos de compromisso afetivo e emocional e de esforço – acordar de madrugada, levar criança doente ao médico... –, é nada. Continue lendo...
E, para a mãe, haveria ainda um incentivo econômico a ter filhos de pais
diferentes, fazendo com que cada um possa levar o terço da renda formal do pai.
É bem verdade que o coração tem razões que a própria razão desconhece e que poucas
mulheres racionalizam assim a própria reprodução, mas o incentivo está aí.O que educa é a família, e a família íntegra. Uma mãe sozinha estará sempre em desvantagem, por mais heroicos que sejam seus esforços. Afinal, a dialética do “tira bonzinho” e do “tira malvado” não é invenção de filme americano, mas a realidade das reações naturais de pai e mãe. Ser ambos ao mesmo tempo é simplesmente impossível.
Para alegria dos cafajestes, contudo, a nossa legislação premia o mau pai. Algumas décadas atrás, quem “fizesse mal a uma moça” teria de casar com ela, assumindo as responsabilidades de esposo e pai, sob pena de, no mínimo, ostracismo. Já hoje a única responsabilidade, o teor total dos deveres paternos, consiste em comprometer para o conjunto dos filhos um terço da renda registrada
Mas o que é um terço da renda, mesmo para a minoria que tem carteira assinada? É muito menos que o que um pai de família desembolsa, em termos financeiros. Em termos de compromisso afetivo e emocional e de esforço – acordar de madrugada, levar criança doente ao médico... –, é nada. Continue lendo...
Para jogar uma pá de cal, o casamento civil – já transformado em contrato temporário pelo divórcio – traz menos direitos que a dita união estável, que não requer coabitação. Ou seja: vale mais a pena não casar.
Na campanha de nossas elites revolucionárias contra a educação e contra a família, já tão bem- sucedida na legislação, o alvo da vez é o casamento. Faz-se tudo para mudar-lhe o sentido, para fazer da instituição de direito natural voltada à reprodução e à educação das gerações futuras uma espécie de celebração do afeto sexuado, como se o recreio fosse a escola e o flavorizante, o alimento. Como boi de piranha dessa desconstrução, exploram-se os homossexuais.
De nada adianta multiplicar as escolas se se impede que sejam educadas as crianças que elas tentam instruir. O analfabetismo funcional e a criminalidade são apenas o resultado da experiência social de que nosso país é cobaia.
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