ROBERTO CARLOS PEDE RETIRADA DE LIVRO SOBRE OS ANOS 60
Os advogados de Maíra e da editora Estação das Letras e Cores, responsável pela publicação, responderam à notificação de Roberto Carlos com uma contranotificação: "A autora da obra tem o direito constitucional de informar a sociedade brasileira acerca dos fatos relacionados ao movimento cultural Jovem Guarda." O longo documento termina com a decisão de não retirar os exemplares das lojas. "Não havendo qualquer sinal de violação aos direitos à imagem, à honra ou mesmo à privacidade do senhor Roberto Carlos, não há como se acolher os requerimentos formulados na notificação." (Correio do Estado)
Portal da Tarde
Um livro sobre a construção da cultura no Brasil dos anos 60. A moda, os diálogos, a
família, a influência dos artistas no desenho da nova adolescência. Seu título:
Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude. A autora: Maíra Zimmermann,
historiadora e professora de moda que conseguiu publicar o que era
originalmente sua tese de mestrado, feita com subsídios da Fapesp. A contracapa
traz um texto da cantora Wanderléa: "Parabéns, Maíra! Seu maravilhoso
trabalho traz muitos elementos pertinentes da trajetória desse tempo tão rico
em contradições, transformações e encantamento".
Cinco dias depois do lançamento, uma notificação emitida pelo advogado Marco Antonio Bezerra Campos, que representa Roberto Carlos, chegou a suas mãos. "Verificou-se que o referido livro relata a história da Jovem Guarda que, conforme a própria apresentação do livro dispõe, foi liderado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa". Segue: "Por conta disso é que o livro traz uma série de situações que envolvem o notificante e traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade". Ao final, grifa: "Sendo assim, cumpre seja cessada a comercialização do referido livro, bem como ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de 10 dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis."
A obra de Maíra, enviada por ela à reportagem, não é uma biografia nem não cita detalhes da vida íntima de seus principais personagens abordados: Roberto, Erasmo e Wanderléa, que apresentavam o Programa Jovem Guarda, na TV Record, entre os anos de 1965 e 1967. Uma imagem do trio aparece caricaturizada na capa. "Meu foco é a construção da cultura nos anos de 1960. Fala da Jovem Guarda como movimento de transformação de costumes. Não há menção à vida íntima dos artistas." Continue lendo...
Ontem, por telefone, o advogado de Roberto, Marco Campos, falou com a
reportagem. Seu primeiro argumento foi de que o problema era a caricatura da
capa do livro que mostrava o cantor, mesmo motivo publicado ontem pelo jornal
Folha de S. Paulo. Mas o texto da notificação, além de citar a caricatura da
capa como um problema, vai adiante ("traz detalhes sobre a trajetória de sua
vida e de sua intimidade"). Campos passou a falar então da necessidade de
um pedido de autorização para a publicação, o que Maíra não teria feito.
"O que causou a oposição de Roberto ao livro foi o fato de a autora não
ter pedido autorização para publicá-lo. Mas ele (Roberto Carlos) não pediu a
retirada do livro." Confrontado novamente com o texto da notificação
assinada por ele mesmo ("seja ordenado o recolhimento dos exemplares à
disposição, no prazo de dez dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis"),
Campos voltou a afirmar o contrário: "Não vamos pedir a retirada."Cinco dias depois do lançamento, uma notificação emitida pelo advogado Marco Antonio Bezerra Campos, que representa Roberto Carlos, chegou a suas mãos. "Verificou-se que o referido livro relata a história da Jovem Guarda que, conforme a própria apresentação do livro dispõe, foi liderado por Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléa". Segue: "Por conta disso é que o livro traz uma série de situações que envolvem o notificante e traz detalhes sobre a trajetória de sua vida e de sua intimidade". Ao final, grifa: "Sendo assim, cumpre seja cessada a comercialização do referido livro, bem como ordenado o recolhimento dos exemplares à disposição, no prazo de 10 dias, sob pena das medidas judiciais cabíveis."
A obra de Maíra, enviada por ela à reportagem, não é uma biografia nem não cita detalhes da vida íntima de seus principais personagens abordados: Roberto, Erasmo e Wanderléa, que apresentavam o Programa Jovem Guarda, na TV Record, entre os anos de 1965 e 1967. Uma imagem do trio aparece caricaturizada na capa. "Meu foco é a construção da cultura nos anos de 1960. Fala da Jovem Guarda como movimento de transformação de costumes. Não há menção à vida íntima dos artistas." Continue lendo...
Os advogados de Maíra e da editora Estação das Letras e Cores, responsável pela publicação, responderam à notificação de Roberto Carlos com uma contranotificação: "A autora da obra tem o direito constitucional de informar a sociedade brasileira acerca dos fatos relacionados ao movimento cultural Jovem Guarda." O longo documento termina com a decisão de não retirar os exemplares das lojas. "Não havendo qualquer sinal de violação aos direitos à imagem, à honra ou mesmo à privacidade do senhor Roberto Carlos, não há como se acolher os requerimentos formulados na notificação." (Correio do Estado)
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