FEIRANTES FECHARAM O VER-O-PESO EM PROTESTO CONTRA
REORDENAMENTO FEITO PELA PMB
A ação da Prefeitura de Belém (PMB) para reordenar o centro
comercial da capital, que inclui mudanças visuais e estruturais no Ver-o-Peso,
foi alvo de protestos na manhã de ontem. Feirantes, ambulantes e flanelinhas
que trabalham na feira interditaram o trânsito no boulevard Castilhos França.
Para os manifestantes, as mudanças estão desempregando os
trabalhadores e descaracterizando a variedade do mercado, além de inviabilizar
determinados segmentos. A manifestação começou por volta de 7h e terminou às
10h30, gerando congestionamento no centro da cidade. Os feirantes caminharam
por algumas vias do Comércio, alguns deles empurrando carrinhos de mão. À tarde
houve reunião com o prefeito Zenaldo Coutinho e os feirantes dizem que, caso
não forem ouvidos, todos os dias farão um protesto e fecharão a área. Continue lendo...
O presidente da Associação dos Feirantes do Ver-o-Peso,
Manoel Rendeiro, o "Didi", afirmou que o prefeito Zenaldo Coutinho
tem sido "cruel" com os trabalhadores do Ver-o-Peso, ao aplicar
mudanças de forma pouco transparente com quem trabalha lá há anos.
Estacionamentos foram proibidos, pontos foram extintos, ambulantes foram
removidos, mercadorias são apreendidas diariamente pelos fiscais da Secretaria
de Economia. "Querem acabar com a Pedra do Peixe, com a feira do Pescador,
com a feira do Açaí, com a Rocinha, guincham os veículos dos clientes e nossas
mercadorias depois de apreendidas são desviadas", denuncia o representante
dos feirantes, ao mencionar a cobrança de um carnê de tarifas de 2011,
perdoadas na gestão anterior. Há relatos dele e de outros trabalhadores de
agressões e abusos de autoridade atribuídos à Secon e à Guarda Municipal.
João Adenaíldo é fruteiro há 22 anos no Ver-o-Peso e disse
que já teve quatro balanças apreendidas, além de carrinhos de frutas. "Eu
não consegui recuperar. Não consigo trabalhar mais e só vivo disso. Ninguém
está aguentando", relatou.
Já foram removidos do Ver-o-Peso 50 flanelinhas, diz o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Guardadores de Veículos em Estacionamentos Públicos
de Belém, Ronivaldo de Andrade. "Mais 20 de carteira assinada pelo
Sindicato deverão sair da boulevard e da feira do Açaí", comentou.
Diretor da Secon diz que minoria está insatisfeita com
mudanças
O diretor de Feiras e Mercados da Secon, Marco Antônio
Ferreira, diz que os insatisfeitos são uma minoria que quer trabalhar no meio
da rua, contrariando o Código de Posturas do Município. Ele também garantiu que
os feirantes abordados para encerrar atividades, como ambulantes, recebem
alternativas em pontos já liberados no Ver-o-Peso ou outras feiras. Porém,
muitos não aceitam. Ele contesta a acusação de descaracterização do Ver-o-Peso
com o argumento de que a ação quer facilitar o acesso, ao criar pontos de carga
e descarga com horários marcados (de 3h às 9h, no estacionamento comum, na
feira do Pescador e na feira do Açaí) para evitar mercadorias espalhadas no
chão e filas de caminhões estorvando o trânsito. Segundo ele, tudo foi
notificado 17 dias antes.
"Ao todo, abordamos 150 pessoas e após fazer um ‘crivo’
chegamos a 80 trabalhadores que precisam de pontos. Retiramos ou cancelamos de 40 a 50 pontos, entre eles de
famílias que tinham muito mais do que o limite de três pontos. Desses, já temos
uns 30 liberados e os demais estão em processo. Já temos 12 remanejados", afirma
Marco. (Amazônia – ORM)
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