AGÊNCIA AMERICANA SUSPENDE VOOS COM BOEING 787 DREAMLINER NO
MUNDO TODO
Do UOL, em São Paulo
Um Boeing 787 Dreamliner da companhia aérea japonesa All
Nippon Airways (ANA) fez um pouso não programado, nesta quarta-feira (16), no
aeroporto de Takamatsu, no sul do Japão
A Autoridade Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês)
determinou a suspensão,
no mundo todo, dos voos com o modelo Boeing 787 Dreamliner,
após seis incidentes envolvendo a aeronave em menos de dez dias.
"É uma decisão pouco frequente", declarou um
porta-voz da agência de segurança aérea europeia, destacando que apenas o país
de fabricação da aeronave pode tomar uma decisão semelhante em nível
mundial. Segundo o jornal "Wall Street Journal", é a primeira vez
em 40 anos que os reguladores dos EUA adotam uma medida do tipo.
Antes de voltarem a operar com o modelo, as companhias
aéreas devem demonstrar que as baterias são seguras, informou a agência
norte-americana em comunicado. "A FAA vai trabalhar com o fabricante e as
operadoras para desenvolver um plano de ação corretiva para permitir que a
frota de 787 possa voltar a operar da forma mais rápida e segura
possível."
A companhia americana Boeing, que aposta no modelo para
competir com a Airbus, assegurou, na quarta-feira (16), que a
segurança dos passageiros é sua "máxima prioridade", e se
comprometeu a colaborar com as investigações sobre os incidentes. Em
comunicado, o presidente da Boeing, Jim McNerney, disse que a companhia está
trabalhando "contra o relógio" com os clientes e diversas autoridades
reguladoras.
Na sexta-feira (11), o Departamento de Transportes dos
EUA anunciou que faria
uma ampla revisão nos sistemas críticos da aeronave, incluindo design,
manufatura e montagem. Na quarta (16), as autoridades aéreas indianas
imobilizaram os Boeings 787 da Air India em Boston.
No mesmo dia, as japonesas All Nippon Airways (ANA) e
Japan Airlines (JAL) anunciaram a suspensão temporária das operações com seus
Boeing 787. As duas possuem 24 aviões do modelo --quase metade dos 49
operacionais no mundo todo--, e realizaram revisões das baterias e dos
condutores de combustível de suas frotas sem detectar anomalias. A decisão foi
copiada pela LAN Chile, que suspendeu temporariamente a operação dos três
Boeing 787 que possui.
SÉRIE DE INCIDENTES Continue lendo...
No último incidente registrado, uma aeronave da ANA que
fazia o voo entre Tóquio e Ube teve que desviar de sua rota para aterrissar, às
8h45 locais (21h45 de Brasília), 35 minutos depois da decolagem.
A aeronave levava 129 passageiros e oito tripulantes a
bordo, e ninguém ficou ferido, segundo o Ministério dos Transportes.
"Durante o voo, o comandante observou um alerta de
falha procedente de uma bateria", revelou um porta-voz da ANA.
O piloto do voo e as autoridades aeroportuárias confirmaram
que os indicadores da cabine detectaram um problema em uma das baterias do
avião.
Histórico de falhas no modelo
No dia 7, em Boston, um 787 da Japan Airlines (JAL)
proveniente do Japão teve
um princípio de incêndio em terra. No dia seguinte, outro voo da JAL que
partia de Boston foi
atrasado por um vazamento de combustível.
No último dia 9, um voo da All Nippon Airways realizado por
outro Boeing 787 foi cancelado no país asiático por causa de um problema nos
freios.
Na sexta-feira, também no Japão, dois
incidentes aconteceram a bordo de dois Boeing 787 da ANA: um voo foi
cancelado por causa de uma rachadura no vidro da cabine, e outro foi atrasado
por causa do vazamento de óleo.
MODELO FEZ PRIMEIRO VOO COMERCIAL EM 2011
Reguladores dos EUA levantaram dúvidas sobre a
confiabilidade do 787 em longas rotas transoceânicas, publicou o jornal
"Wall Street Journal".
O Dreamliner é o primeiro avião do mundo construído com
compósitos de carbono e possui preço de tabela de US$ 207 milhões.
O modelo fez seu primeiro voo comercial no final de 2011,
depois que uma série de atrasos de produção deixou as entregas do modelo três
anos atrás do planejado. Até o final do ano passado, a Boeing vendeu 848
Dreamliners e entregou 49 unidades do modelo. (Com agências)
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