RECESSO PODE SER SUSPENSO SE MEDIDAS QUE ATENDEM A DEMANDAS
POPULARES NÃO FOREM VOTADAS
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em busca de soluções que respondam às demandas
apresentadas nas manifestações populares dos últimos 12 dias, o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou ao plenário da Casa propostas
para diversas áreas. No fim da tarde, as sugestões foram levadas à presidenta
Dilma Rousseff. Renan disse que o Congresso fará todos os esforços para aprovar
as medidas necessárias, inclusive suspendendo o recesso parlamentar, se não
houver tempo de votar tudo até o dia 17 de julho. “Não haverá recesso até que
esgotemos a agenda totalmente”, afirmou.
Os projetos beneficiam áreas que têm maior número de queixas
da população. Na saúde, Renan propôs que seja aprovada a destinação de 10% do
Produto Interno Bruto (PIB) para o setor. Em 2011, na votação da chamada Emenda
29, os congressistas chegaram a aprovar a medida, mas as mudanças foram vetadas
pela presidenta Dilma Rousseff. Agora, Renan quer resgatar a ideia colocando em
votação o Projeto de Lei 89/2007. Continue lendo...
Ainda atendendo às demandas na área da saúde, o presidente
do Senado propôs que a carreira de médico do serviço público seja transformada
em carreira de Estado e que os egressos de universidades públicas, formados em
cursos da área de saúde, prestem serviços civis obrigatórios no Sistema Único
de Saúde.
Para a educação, as propostas apresentadas por Renan
Calheiros incluem a votação, em regime de urgência, do projeto do Plano
Nacional de Educação e a aprovação dos royalties do petróleo para o
setor, garantindo aplicação de 10% do PIB na educação.
O senador apresentou projeto para que parte dos recursos
sejam utilizados para custear o passe livre estudantil no transporte coletivo.
“Nada mais natural que os recursos banquem o passe livre aos estudantes
brasileiros regularmente matriculados e com frequência comprovada nas escolas”,
disse. Para os demais cidadãos, Renan quer que sejam aprovadas propostas que
desonerem os impostos do transporte coletivo, de modo a baixar as tarifas do
transporte urbano.
No que se refere à moralização do setor público, as propostas
incluem a sugestão da própria presidenta Dilma de transformar a corrupção em
crime hediondo e a aprovação de emenda constitucional para estender as regras
da Lei da Ficha Limpa para todos os servidores públicos. “Outro projeto que
pretendemos apreciar em regime de urgência é o que pune juízes e membros do
Ministério Público condenados em crimes. Hoje , estranhamente, eles são blindados
com aposentadorias”, disse o presidente do Senado.
Renan Calheiros também defendeu a aprovação de uma reforma
política para impor mais rigor ao processo eleitoral. Ele disse que apoia um
plebiscito sobre o assunto e disse que espera que a presidenta concretize sua
proposta enviando-a ao Congresso Nacional, a quem cabe convocar a consulta
popular. O presidente do Senado disse que discutiu a possibilidade de
convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte para cuidar da reforma
política com os líderes partidários e o presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil. Na opinião de Renan, é, sim, possível convocar uma Constituinte para
tratar de tema específico.
“Muitas pessoas diziam que não se podia fazer Constituinte.
Mas eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que havia, sim, a
possibilidade de a reforma ser feita pela Constituinte. Como todos sabem, é
competência do Congresso Nacional, mas a iniciativa pode ser da Presidente da
República”, disse.
Na opinião dele, é saudável fazer consultas populares e isso
pode ser feito mais frequentemente utilizando as novas tecnologias. “Há uma
necessidade de ampliarmos, como todos sabem, os mecanismos da democracia direta
e da democracia participativa. Como todos lembram, propusemos e aprovamos
referendo para a proibição da venda de armas e munições, mesmo tendo todas as
indicações de que a sociedade brasileira poderia se posicionar contrariamente.
As novas tecnologias nos permitem consultar a população quantas vezes for
necessário”, disse Renan. (Edição: Beto Coura)
1 comentários:
SERÁ QUE NÃO NOS ESQUECEMOS DE REIVINDICAR A DIMINUIÇÃO DA MAIORIDADE PENAL? ACHO QUE ESTÁ NA HORA DE TAMBÉM DARMOS UM BASTA NA IMPUNIDADE DESSES BANDIDOS QUE MATAM E NÃO PODEM SER PRESOS.
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