PRESIDENTE DA CNBB NEGA QUE PAPA FRANCISCO TENHA SIDO
CONIVENTE COM DITADURA ARGENTINA
Renata Giraldi - Enviada Especial EBC/Agência Brasil
Vaticano – O presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno, negou hoje
(14) que o papa Francisco tenha sido omisso ou conivente com a ditadura na
Argentina, entre 1966 e 1973. O arcebispo disse ter convivido com o papa
Francisco em vários eventos, como por exemplo uma reunião de bispos
latino-americanos em Aparecida do Norte (SP).
Segundo dom Damasceno, durante a ditadura, Jorge Mario
Bergoglio era sacerdote jesuíta e as suspeitas sobre sua posição em favor da
ditadura não correspondem ao temperamento dele. “Essa versão certamente não se
coaduna com a verdade”, disse ele. “ele é um verdadeiro pastor, um homem de
solidariedade.”
Na Argentina, no entanto, organizações de direitos humanos
divulgaram ontem (13) informações de que o papa Francisco invocou o direito que
há na legislação argentina de se recusar a aparecer em tribunais que julgavam
torturas e assassinatos cometidos pelo governo ditatorial argentino.
Já o jornal argentino Clarín informou que o papa,
ao contrário do que afirmam as organizações de direitos humanos, assumiu riscos
para salvar os que lutavam contra a ditadura. Uma biografia autorizada sobre o
atual papa foi escrita e chama-se O Jesuíta.
O arcebispo brasileiro ressaltou que o momento é para olhar
o papa “daqui para a frente”. Dom Damasceno disse não conhecer em detalhes os
aspectos da ditadura argentina. Mas que o fundamental é observar os atos do
papa a partir de sua eleição. (Edição: Denise Griesinger)
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