MÁRIO COUTO PROVA CALOTE DE JADER FILHO
Thiago Vilarins - Da Sucursal de Brasília
O senador Mário Couto (PSDB-PA) voltou ontem à tribuna
para negar que esteja respondendo a processo no Supremo Tribunal Federal (STF),
em razão de ofensas dirigidas a uma mulher durante uma discussão sobre política
ocorrida anos atrás. A denúncia foi publicada pelo jornal "Diário do
Pará", da família do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), a quem Couto
responsabilizou pelas acusações. Ele leu trechos de carta em que Edisane
Gonçalves de Oliveira, citada pelo jornal, pede desculpas ao próprio senador e
nega as afirmações que teria feito contra ele.
Mário Couto negou ainda que tenha dado um cheque sem fundos
de R$ 82 mil a um médico na compra de uma lancha. O senador voltou a apontar o
envolvimento da família Barbalho no episódio, e exibiu perícia da polícia
paraense segundo a qual a lancha era inadequada para navegação, o que gerou
bloqueio posterior do cheque pelo senador. Para mostrar quem de fato costuma
dar cheque sem fundos, o tucano apresentou para as câmeras da TV Senado um
cheque original devolvido por três vezes, com a assinatura de Jader Barbalho
Filho.
"Disseram que eu era estelionatário. Olhem este cheque.
É um cheque original. Agora olhem aqui atrás. Olhem quantas devoluções teve
este cheque. Sabem de quem é este cheque? Este cheque é original, é do filho do
Jader Barbalho, é do filho do senador Jader Barbalho. Olha o silêncio que fez o
plenário! Olha como a galeria ficou em êxtase! Todo mundo assustado! Eu sou o
estelionatário e eles é que passam cheque sem fundos", destacou o senador.
"Depois que eu falei uma série de coisas nesta tribuna
na semana passada, entregaram para mim, ontem à tarde, na minha residência, é
datado do dia 15 de dezembro de 1999. Façam a correção. Sabe por que este
cheque não foi para a Justiça? Porque essa pessoa é pobre e não teve coragem de
enfrentá-los. Essa pessoa é humilde. Essa pessoa, hoje, mal tem dinheiro para
comer, porque os Barbalhos a desgraçaram", afirmou. Continue lendo...
Sudam - O senador do PSDB voltou a afirmar que não vai
sossegar enquanto não vir na cadeia os acusados de desviar milhões de reais da
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e que já figuram como
réus em processos do Ministério Público Federal. O senador anunciou que vai
insistir na instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para
apurar "as causas, condições e responsabilidades relacionadas aos graves
problemas verificados na aplicação de recursos oriundos" da instituição.
O pedido para a criação da CPI da Sudam foi protocolado
ontem e agora Mário Couto vai buscar a assinatura de, no mínimo, outros 18
senadores para que a comissão seja instalada. "Sinceramente, o senador que
não assinar esta CPI é porque não quer ver um Brasil moralizado", provocou
o tucano, da tribuna, ao ler o seu requerimento.
Ao mesmo tempo em que buscará apoio dos demais senadores, o
tucano também vai tentar recolher novas provas materiais sobre as fraudes
praticadas na Sudam. Couto também espera, para este mês, a audiência com o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, para
quem vai solicitar agilização no julgamento dos processos contra políticos
acusados de corrupção.
"É a hora, senadores, de apurarmos tudo. Arquivaram os
processos (da Sudam), e eu estou indo com o Joaquim Barbosa. Sei da doença
dele, mas vou esperar. Vou esperar para mostrar a ele que a corrupção não se
acaba só com o Mensalão. Nós temos que pegar os maiores corruptos desta Pátria
e pôr na cadeia, seja quem for, seja deputado, seja senador, seja quem for.
Lugar de corrupto é na cadeia!", bradou Couto.
Ranário - Uma das fraudes mais escandalosas, destacou o
tucano, é conhecida em todo o Pará e no Brasil: a construção de um ranário, em
Belém, que seria de propriedade da ex-mulher do senador Jader Barbalho (PMDB),
mas que na realidade foi usado como ralo para desvio de recursos, conforme
apuração do Ministério Público Federal. "Olha, Brasil, o ranário dos
Barbalhos! Sabe quanto custou isto aqui, Brasil? Duzentos milhões de reais!
Esse barracãozinho aqui não custa nem R$ 5 mil. Sabe o que é hoje este ranário?
Nada. Não existe mais. Ficaram com o dinheiro, e não existe mais o ranário. Se
você for a este local aqui hoje, existem casas residenciais, cujo foi terreno
invadido", disse Couto.
"Esse povo acabou com a Sudam! Levaram todo o dinheiro
da Sudam. Acabaram com aquilo que era a esperança da Amazônia. Acabaram com
aquilo que podia ter rendido o desenvolvimento do meu Estado. Levaram o
dinheiro da Pátria! Levaram o dinheiro dos paraenses!", completou o tucano.
(Amazônia – ORM)
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