Domésticas agora passarão a ter mais direitos. Especialistas
dizem que mercado logo se ajustará a essa situação ( Foto: Antônio Lima)
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Em fevereiro, 25 mil delas foram mandadas para casa. Em 12
meses, 133 mil. Os dados foram divulgados pelo IBGE na semana em que houve a
aprovação da PEC das domésticas
ADAN GARANTIZADO - A CRÍTICA
Na semana em que a PEC das domésticas foi aprovada, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta um dado que
chama a atenção: 25 mil pessoas deixaram de ser trabalhadores domésticos apenas
em fevereiro. Na
somatória dos últimos 12 meses, o número chega a133 mil pessoas.
Com menos trabalhadores domésticos, o salário da categoria
foi o que mais se valorizou em 12 meses (7%), mas ainda é o menor valor entre
os salários oferecidos na indústria, na construção, no comércio, nos serviços,
na educação, na saúde e na administração pública (R$ 768,70).
O IBGE explicou que o número de demissões no setor doméstico
é uma tendência que vem sendo verificada desde o ano passado, e que os
desligamentos não possuem qualquer relação com as novas regras aprovadas na
PEC. Segundo o instituto, boa parte das pessoas que trabalhava na área está se
qualificando e mudando para outras profissões.
Para o vice presidente da Associação Brasileira de Recursos
Humanos no Amazonas (ABRH-Am), Roberto Chagas, os números não traduzem
necessariamente preocupação para a categoria. “Toda vez que existe uma medida
que cause um bom impacto, como no caso da PEC das domésticas, há essa
movimentação, aparecem dados mostrando desemprego, mas depois isso estabiliza”,
explicou.
Roberto acredita que a PEC vai motivar algumas mudanças,
como por exemplo a escassez de mão de obra qualificada, a exemplo do que ocorre
em alguns países. Mas ele afirma que tanto a categoria quanto os patrões
saberão absorvê-las. “As domésticas agora vão precisar de qualificação. Isso
vai ser essencial na hora de disputar uma vaga. E a própria categoria deve
começar a cobrar de instituições como o Sesc e o Senai, cursos de qualificação
para a área”, disse. Continue lendo...
Quanto aos empregadores, ele acha que as dificuldades neste
primeiro momento devem ser resolvidas a partir da desoneração da folha de
pagamento. “O Governo Federal tem prometido algumas mudanças, mas precisa dar
agilidade para que elas aconteçam de fato e aliviem os custos. O empregador não
é empresa, é uma pessoa comum, que contrata o serviço do empregado doméstico”,
analisou o vice da ABRH, que vê as mudanças como uma evolução natural do mercado
“Se você for olhar a história, houve um tempo em que a empregada trabalhava em
troca da comida e de um local para dormir. Hoje, as coisas mudaram. A área
finalmente se profissionalizou”, disse Roberto.
A pesquisa do IBGE foi feita em seis regiões metropolitanas
do Brasil e não inclui dados do Amazonas. Segundo o disseminador de informações
do IBGE no Amazonas, Adjalma Jaques, a pesquisa não foi aplicada em nenhuma
cidade do norte do Brasil.
Jornada e benefícios definidos
Com a aprovação em da proposta de emenda à Constituição conhecida como “PEC das Domésticas”, os direitos dos trabalhadores deste setor foram ampliados. Entre as alterações propostas estão a jornada de trabalho de oito horas diárias e 44 horas semanais, pagamento de hora extra e de adicional noturno, além da obrigatoriedade de pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Obrigatório (FGTS).
Com a aprovação em da proposta de emenda à Constituição conhecida como “PEC das Domésticas”, os direitos dos trabalhadores deste setor foram ampliados. Entre as alterações propostas estão a jornada de trabalho de oito horas diárias e 44 horas semanais, pagamento de hora extra e de adicional noturno, além da obrigatoriedade de pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço Obrigatório (FGTS).
A PEC engloba qualquer trabalhador com maior de 18 anos
contratado para trabalhar para uma pessoa física ou família em um ambiente
residencial. Entre eles, estão profissionais responsáveis pela limpeza da
residência, lavadeiras, passadeiras, babás, cozinheiras, jardineiros, caseiros
de residências na zona urbana e rural, motoristas particulares e até pilotos de
aviões particulares. Itens como seguro desemprego, salário família, auxílio a
creche e seguro contra acidentes de trabalho estão previstos na PEC, mas
dependem de regulamentações individuais.
Desemprego
Os dados da PME divulgados nesta quinta-feira (28) mostraram que a taxa de desemprego ficou em 5,6% em fevereiro, alta de 0,2 ponto porcentual na comparação com janeiro. Houve incremento de 100 mil pessoas desocupadas no País no mês. (A Crítica)
Os dados da PME divulgados nesta quinta-feira (28) mostraram que a taxa de desemprego ficou em 5,6% em fevereiro, alta de 0,2 ponto porcentual na comparação com janeiro. Houve incremento de 100 mil pessoas desocupadas no País no mês. (A Crítica)
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