sexta-feira, 26 de julho de 2013

Feito um corte partidário na pesquisa realizada em 11 Estados, verifica-se que o mais bem avaliado é do PSB, Eduardo Campos (PE) e o mais rejeitado é do PMDB, Sérgio Cabral (RJ), com 58% e 12% de "ótimo" e "bom", respectivamente.

Doramaria Tavares de Lima Kramer é jornalista; colunista de política dos jornais O Estado de S. Paulo e O Dia do Rio de Janeiro e das rádios Band News FM e JB FM.
A pesquisa CNI/Ibope que registra a queda de avaliação positiva no desempenho dos governadores sanciona o já sabido: dos protestos de junho governo nenhum se saiu bem. Perderam os estaduais, perdeu o federal e, se alguma consulta incluir prefeitos, certamente constataremos que perderam também os municipais.
Feito um corte partidário na pesquisa realizada em 11 Estados, verifica-se que o mais bem avaliado é do PSB, Eduardo Campos (PE) e o mais rejeitado é do PMDB, Sérgio Cabral (RJ), com 58% e 12% de "ótimo" e "bom", respectivamente.
De todos, oito ficam abaixo de 40%: dois do PT - Jaques Wagner (BA) e Tarso Genro (RS); três do PSDB - Marconi Perillo (GO), Antonio Anastasia (MG) e Geraldo Alckmin (SP); um do PSB - Renato Casagrande (ES); um do PMDB - Sérgio Cabral; e um do PSD - Raimundo Colombo (SC).
Dos três que ultrapassam a marca, um é do PSDB - Beto Richa (PR); dois do PSB - Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos. Resumo da ópera, o descontentamento não tem ideologia nem preferência partidária.
O alvo da insatisfação é o poder público. Problema que não se resolve com plebiscito nem com mudanças superficiais na legislação eleitoral às quais se têm dado o nome de reforma política, oferecida como fator de distração que atrai alguma atenção da crítica, mas que não faz o menor sucesso de bilheteria.
Esses mesmos governantes postos em xeque, alguns com mais dificuldade, outros com menos obstáculos, têm pouco tempo pela frente e um desafio e tanto: reencontrar o caminho da conquista do eleitorado, sob o risco de perderem a batalha para o voto nulo.
Hora certa. O "mergulho" do governador Eduardo Campos no auge dos protestos de junho não se deveu, como chegou a circular, a uma reaproximação com o PT (Lula), mas a uma ponderação dos companheiros de PSB. O partido avaliou que ele não deveria ter sido porta-voz dos governadores logo depois da reunião da presidente Dilma com eles no Palácio do Planalto.
Se, de um lado, concordaram que Campos não deveria ter uma atitude crítica a fim de não ser visto como "surfista" da onda, de outro argumentaram que não haveria razão para se contaminar com o desgaste do governo.
Uma das questões a serem administradas agora é o momento do desembarque. Janeiro, como anteriormente previsto, está sendo considerado um prazo longo demais. Mas o PSB também não quer ser confundido com o engalfinho do PT e do PMDB na fila dos botes salva-vidas para pular do barco.
Descontada a ação do imponderável, a possibilidade de recuo na decisão de se candidatar está fora do horizonte de Eduardo Campos. Raciocina um correligionário: "Depois de ter dito que quer e pode fazer mais pelo País, como dizer que não quer nem pode mais?"
Mão na roda. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ficará muito satisfeito se José Serra filiar-se ao PPS para disputar a Presidência da República. Não porque queira ver Serra fora do PSDB.
Mas porque não há outro nome paulista no cenário e uma candidatura a presidente oriunda do Estado ajudaria a "puxar" votos para a reeleição dele.
Grave a crise. O PT reduziu de 10 para seis as comemorações de uma década no poder. Sobre a temporada de caravanas de Lula pelo País anunciada para acontecer de maio a agosto nunca mais se ouviu falar.
Para completar, agora há quem defenda no partido a suspensão da eleição da nova direção para não alimentar a disputa interna e não dar a impressão ao País de que o foco do PT é o próprio umbigo.

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