sábado, 30 de março de 2013

POPULAÇÃO CORRE PERIGO - PESQUISA COMPROVA QUE QUATRO ESPÉCIES DE PEIXES ESTÃO ALTAMENTE CONTAMINADAS POR MERCÚRIO


ALGUMAS ESPÉCIES DE PEIXE CONSUMIDAS NO PARÁ APRESENTAM ALTO TEOR DE MERCÚRIO
Uma pesquisa realizada pelo Grupo de Ecologia Aquática da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto Evandro Chagas, em março deste ano, aponta que parte do pescado consumido em feiras e mercados apresenta um teor de mercúrio bem acima do índice considerado tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A contaminação por mercúrio, verificada durante a pesquisa, coloca no ranking dos peixes que se deve evitar, espécies como o tucunaré, cação, pescada branca e tainha-curimatã. O coordenador da pesquisa, professor doutor Tommaso Giarrizzo, esclareceu que o trabalho foi realizado com amostras de 110 espécimes, pertencentes a 28 espécies, em alguns mercados do município de Belém. Todas as espécies registraram teor de mercúrio, mas estas quatro apresentaram contaminação mercurial com nível bem acima de 0,5 mg/kg, o permitido pela OMS.
O pesquisador informou ainda que duas espécies, o cação e o tucunaré, apresentaram níveis bem mais altos até que o limite estabelecido pela legislação brasileira para peixes predadores, definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é de 1 mg/kg. Os altos índices mostram, ainda, que as quatro espécies possivelmente foram pescadas em áreas de garimpo, mais contaminadas por mercúrio. A contaminação atinge principalmente espécies carnívoras como o cação, a pescada branca e o tucunaré, por causa de sua posição trófica, ou seja: são peixes que se alimentam de outros igualmente contaminados e assim vão somando teor mercurial ao longo da vida.
O professor alertou, também, para a necessidade de maior controle e vigilância sobre o pescado em Belém.
INFORMAÇÕES SOBRE A CONTAMINAÇÃO
- Espécies com alto teor de mercúrio - Tucunaré, cação, pescada branca e tainha-curimã
- O mercúrio causa danos irreversíveis ao ser humano como tremores, perda de memória, dificuldades motoras, de audição e visão, como redução do campo visual e do desempenho psicomotor.
- O pescado é a principal via do mercúrio em sua forma mais tóxica ao homem, o metilmercúrio
- Os peixes que estão com alto teor de mercúrio são peixes de vida longa e seus elevados níveis de mercúrio são adquiridos tanto devido à bioacumulação quanto à biomagnificação que este elemento sofre ao longo da cadeia trófica.
- Estima-se que cerca de 10 mil toneladas de mercúrio de origem natural e antrópica são lançadas anualmente para o meio ambiente em todo o mundo.
Mas o aporte de mercúrio nas águas pode ser atribuído à atividade ilegal de garimpos
- Vale destacar que estudos recentes têm apontado uma redução na contaminação por mercúrio em pessoas e peixes cuja dieta seja rica em frutas e sementes com alto teor de antioxidantes - especialmente ingá, laranja, banana e castanhas. (Amazônia – ORM)

1 comentários:

Gabriela disse...

sou aluna de doutorado da UFPA e em minha dissertação de mestrado, também encontramos altos níveis de mercúrio no tucunaré adquirido no Ver-O-Peso, no entanto, o vendedor nos informou que eles foram pescados em Tucuruí. Fica o alerta para as consequências devastadoras que as inundações por conta das barragens podem trazer...

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