Professores de autoescolas não estão dando trégua ao governo
estadual. Cerca de uma semana depois de participarem de um movimento de
protesto contra a falta de examinadores no Departamento de Trânsito do Pará
(Detran), situação que faz com que alunos passem meses à espera de vaga para se
subemeterm a exames, instrutores fecharam uma pista da rodovia Augusto
Montenegro, ontem de manhã, para exigir a aplicação de biometria para comprovar
que os alunos fizeram todas as aulas nos Centros de Formação de Condutores
(CFCs).
O Pará é o único Estado brasileiro onde a tecnologia não é
exigida. Por isso, o Sindicato dos Instrutores de Autoescolas (Sindauto)
denuncia que vários alunos vêm de outros Estados para tirar carteira aqui, em
processos que não cumprem a carga horária mínima de 20h pela falta de
fiscalização. Os ministérios públicos estadual (MPE) e federal (MPF) já
receberam denúncias da entidade. Uma comissão foi recebida pelos assessores da
Casa Civil da Governadoria, Paulo Figueiredo e Aires Maçans, e uma resposta deverá
ser dada em agosto. Continue lendo...
O vice-presidente do Sindauto, Cloadoaldo Costa, afirmou que
a reivindicação de ontem era exclusivamente a obrigatoriedade do controle
biométrico. Mas na reunião todos os problemas relacionados ao Departamento de
Trânsito do Estado do Pará (Detran-PA) acabaram sendo expostos, como a falta de
examinadores das provas práticas, o que causa demora excessiva para marcação ou
execução dos exames, que podem levar de dois a seis meses. A categoria fez uma
paralisação na semana passada, pois só havia três duplas de examinadores. Até a
sexta-feira, 12, outras cinco duplas foram nomeadas.
"Como não se fiscalizam essas autoescolas, vem pessoal
de fora para cá tirar carteira, pois aqui com cinco horas aulas se tira
carteira. Carteira de habilitação não é brinquedo, mas é tratada como se fosse.
Por isso temos tantos acidentes. Vimos então aqui para perguntar quando o
governador Simão Jatene pretende governar o Estado, colocar ordem no Detran, se
preocupar com as mortes no trânsito e aplicar a biometria nas autoescolas.
Cansamos de denunciar e ninguém fazer nada", disse Clodoaldo.
"NUNCA VIMOS ALGO ASSIM: IMPLORARMOS PARA NOS
FISCALIZAREM"
Clodoaldo e o presidente do Sindicato dos Proprietários de
Centros de Formação de Condutores (SindCFC), Adoniran Mesquita, ao final da
reunião, disseram que vão esperar até agosto e ver a posição. Porém, reforçaram
que a situação está insustentável. "Nossa palavra lá foi de socorro. Nunca
vimos algo assim: implorarmos para nos fiscalizarem", afirmou. Apesar de
ter o apoio do presidente do sindicato patronal, no local foram registradas
várias denúncias de advertências ou represálias para instrutores que
participaram do ato.
CONGESTIONAMENTO GEROU CONFUSÃO NO TRÂNSITO NA RODOVIA
O sentido Icoaraci-Belém da via ficou completamente
interditado por cerca de uma hora. Foi suficiente para um longo
congestionamento e completa confusão no trânsito. Veículos faziam manobras
indevidas por cima do canteiro e o sentido Belém-Icoaraci serviu para fluxo e
contrafluxo. Com a entrada da comissão, uma faixa foi liberada e apesar do
ritmo lento, a situação começou a amenizar. Nenhum agente do Detran apareceu
para ajudar a ordenar o tráfego. Agentes da Autarquia de Mobilidade Urbana de
Belém (Amub) demoraram cerca de duas horas para chegar. Enquanto nenhuma
autoridade de trânsito veio, os instrutores é que ordenaram o tráfego com
apitos. Nem todos os condutores aprovaram o ato e chegou a haver discussão com
o condutor e o cobrador de uma van do transporte alternativo.
"Tem poucos agentes. Devem estar todos para Mosqueiro e
Salinas. Aí a gente tem de se virar. Essa é uma das nossas brigas", disse
um instrutor identificado apenas como Ray, enquanto ordenava o trânsito com
apitos e gestos, junto de outros dois trabalhadores. Com a chegada dos agentes,
ainda houve discussão entre os guardas de trânsito e os voluntários, que teve
de ser mediada pela Polícia Militar. Por volta de 12h a pista foi completamente
liberada. (Amazônia – ORM)
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