APÓS DENÚNCIAS DE SABOTAGEM, MINISTÉRIO DA SAÚDE MUDA REGRAS
DO MAIS MÉDICOS
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Brasília – Depois de receber denúncias de sabotagem ao Mais
Médicos, o Ministério da Saúde passará a exigir que os candidatos apresentem
documento em que declarem que vão deixar vaga de residência médica ou do
Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) para atuar no novo programa.
A declaração deve ser apresentada no ato da inscrição.
Ao homologar a participação no Mais Médicos, o profissional
terá de entregar declaração impressa confirmando o desligamento da residência
médica ou do Provab, emitida pela universidade, hospital ou entidade
responsável.
“Estamos estimulando os médicos brasileiros a participar do
programa, mas não queremos ninguém que esteja fazendo qualquer tipo de
sabotagem para atrasar um programa que visa oferecer médicos para a população”,
diz o ministro Alexandre Padilha, em nota divulgada pelo ministério. Continue lendo...
Os médicos que homologarem a participação e não comparecerem
no início das atividades ou desistirem nos primeiros seis meses serão excluídos
do programa e só poderão se inscrever novamente após seis meses. Os
reincidentes serão impedidos de voltar ao programa.
As novas regras vão ser publicadas no Diário Oficial da
União de amanhã (19). As novas medidas serão comunicadas aos médicos já
inscritos pela Ouvidoria do Ministério da Saúde, por e-mail ou
telefone. As inscrições seguem abertas até 25 de julho e podem ser feitas pelo site do Ministério da Saúde. Na
primeira semana, foram registradas 11.701 inscrições de profissionais e 753 de
municípios.
O ministério recebeu denúncias de que grupos estão se
mobilizando por meio das redes sociais para incentivar a inscrição de
profissionais no programa para, depois, desistirem da vaga, com a intenção de
atrasar o cronograma do Programa Mais Médicos. Entidades médicas disseram
desconhecer a movimentação.
Lançado na semana passada, o programa visa a levar
profissionais para atuar por três anos na periferia das grandes cidades e nos
municípios do interior. A bolsa chegará a R$ 10 mil. Entidades médicas têm
criticado o programa do governo federal, principalmente porque prevê a vinda de
médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma para ocupar as vagas que não
foram preenchidas pelos brasileiros.
O Provab também é destinado para a atuação de médicos em
regiões pobres do país. O contrato é por um ano. A bolsa é R$ 8 mil, mas
passará para R$ 10 mil, a partir de setembro. O reajuste foi anunciado pelo
ministério após o lançamento do Mais Médicos. No Provab, o médico pode escolher
a cidade em que quer trabalhar, entre as inscritas no programa. No Mais
Médicos, os candidatos serão designados para qualquer cidade inscrita. Em ambos
os programas, a carga chega a 40 horas semanais. Em todo o país, há 3.568
médicos atuando pelo Provab em 1.260 municípios.
A residência médica é o período em que o médico escolhe a
área na qual pretende se especializar, como ginecologia, pediatria, oncologia e
cardiologia. A bolsa chega a R$ 2.976,26 por mês e o tempo de duração depende
da especialidade. (Edição: Carolina Pimentel)
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