MAIS DA METADE DOS BRASILEIROS TÊM CONTA EM BANCO
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A parcela da população brasileira com conta
bancária evoluiu de 37%, em 2008, para 53%, este ano, revela pesquisa da
Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria
com o Instituto Ipsos. Embora o número de brasileiros com conta em banco tenha
aumentado no país nos últimos cinco anos, “ainda tem espaço para avançar,
sobretudo na classe DE”, disse hoje (16) àAgência Brasil o economista
Christian Travassos, da Fecomércio-RJ.
Segundo Travassos, nessa classe, o índice está em 30%,
contra 52% da classe C e 76% da classe AB. Isso significa que três em cada
quatro pessoas da classe AB têm conta bancária, metade da classe C e apenas 30%
da classe DE. “Por isso, nós vemos um potencial bastante significativo ainda
para o acesso aos banco.”
Travassos disse que o acesso da população à conta bancária é
importante para a economia como um todo, porque ela rende segurança para o
consumidor, para os estabelecimentos comerciais e para os bancos. “É um
processo de amadurecimento do mercado consumidor brasileiro, que facilita a
vida de todos”. Ele explicou que esse amadurecimento do mercado de consumo e de
crédito acompanha a formalização do mercado de trabalho no período de cinco
anos. Continue lendo...
Ele destacou que quem tem conta em banco dispõe de um
suporte de crédito importante para o consumo. O mesmo ocorre com quem vende.
“Não é à toa que, para abrir uma conta bancária e ter acesso a crédito, a
pessoa precisa dar algumas garantias.”
Travassos lembrou que os bancos ofereceram serviços inovadores
nos últimos anos, o que elevou o número de contas de universitários, na
expectativa de que eles, no futuro, terão fluxo de renda maior em sua vida
financeira. Dados da Fecomércio-RJ referentes a este ano indicam que 41% dos
jovens brasileiros na faixa dos 16
a 24 anos têm conta bancária. Em 2008, eram 26%.
A pesquisa mostra que a proporção de brasileiros com algum
tipo de financiamento subiu de 32% para 43%, entre 2008 e 2013. Por modalidades
de crédito, a liderança é assumida no período pelo cartão, cujo uso evoluiu de
18% para 42%. No entanto, o uso do cartão de crédito continua
“majoritariamente” nas classes AB e C. Apenas 9% da classe DE usam essa
ferramenta. “Isso vale tanto para conta bancária quanto para uso do cartão de
crédito.”
Já no financiamento direto na loja ou na compra parcelada
com carnê, prevalece a classe DE, com 69%. “Porque, muitas vezes, é um
financiamento que não exige garantias, é mais fácil, a pessoa se organiza
melhor”.
A compra financiada de eletrodomésticos cresceu de 23% para
27% no período pesquisado, favorecida por incentivos como a redução do Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI). Outro fator que colaborou foi o Programa
Minha Casa, Minha Vida, destacou o economista. Ele apontou ainda os avanços
tecnológicos, com o lançamento de novos produtos no mercado, entre os fatores
que contribuíram para elevar as compras parceladas eletrônicos, principalmente
aparelhos de televisão.
“Se compararmos 2013 com 2008, temos juros
significativamente menores. Apesar de agora, na margem, [os juros] estarem
aumentando, o fato é que temos hoje um prazo maior e juros menores para pagar o
financiamento. Isso o consumidor sentiu.”
A pesquisa da Fecomércio-RJ e Instituto Ipsos ouviu mil
pessoas em 70 cidades brasileiras, incluindo nove regiões metropolitanas. (Edição:
Nádia Franco)
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