quarta-feira, 10 de julho de 2013

Leia a Coluna da Vera Magalhães, está ótima

Vera Magalhães, 39, é repórter especial da Folha em São Paulo. É jornalista de política desde 1993. Foi repórter da coluna Painel em Brasília e editora do caderno "Poder".
Cravo e ferradura - O governo decidiu abrir duas frentes de atuação diante dos indícios de espionagem feita pelos EUA no Brasil. Amanhã e sexta-feira, em reunião de cúpula do Mercosul no Uruguai, Dilma Rousseff vai apoiar moção de repúdio às denúncias e também à interdição do voo do boliviano Evo Morales por países europeus. Mas, internamente, a ordem do governo é atenuar a retórica antiamericana até obter evidências mais concretas de que houve espionagem e como ela funcionou. 
Tom - Interlocutores admitem que a denúncia deve ser verdadeira, mas o Planalto não quer que sua postura seja confundida com a conhecida beligerância dos vizinhos. Governistas propõem enviar emissários a Caracas, caso o ex-analista Edward Snowden obtenha asilo na Venezuela, para obter provas do caso. 
Vai indo - Em reunião com sua equipe anteontem, a presidente deixou claro que, após examinar os fatos, o país deve ter sua própria política, sem necessariamente seguir posições de países da América Latina ou da Europa. "Em outra palavras, não seremos Maria vai com as outras", compara um ministro. 
Tenta lá - Recém-escalado para tratar de emendas com o PMDB na Câmara, Michel Temer teve que recuar após conversar com Eduardo Cunha anteontem. O líder disse ao vice-presidente que, se ele assumisse a função, também deveria se responsabilizar pelos votos da bancada. 
Água abaixo - Diante da resposta, Temer devolveu a tarefa a Ideli Salvatti (Relações Institucionais). A operação do governo foi montada para esvaziar Cunha, visto como adversário do Planalto. 
Mãozinha -  Diante do desgaste de Ideli, Dilma mandou outros ministros ajudarem no trabalho de articulação política. A tarefa inclui participação em reuniões que já contam com a presença da ministra. Um colega brinca: "agora viramos babá da Ideli". 
Tribos - Dilma recebe hoje, pela primeira vez em seu governo, as lideranças de quase vinte etnias indígenas. Ela aproveita para anunciar um programa de saúde para o grupo, mas não deve mudar a política de menos demarcações de novas terras. 
Juntos - Grupos ligados ao PT incluirão pautas trabalhistas no movimento de defesa da reforma política que irá às ruas amanhã, durante protesto das centrais sindicais. O objetivo é evitar mal-estar com os trabalhadores. 
Substituição - O DEM enviou um questionário a seus 28 deputados para direcionar o partido no debate da reforma política. Entre os tópicos está a possibilidade de "recall" de políticos eleitos.
Infiltrado? Guilherme Afif escolheu José Levi do Amaral Júnior para chefiar a assessoria jurídica da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Levi foi assessor especial de José Serra (PSDB) no governo paulista. 
Timing - O PMN desistiu da fusão com o PPS porque exigia o registro imediato do novo partido, o MD, antes mesmo da decisão das regras sobre tempo de TV e fundo partidário para novas siglas. O PPS queria esperar. Também houve divergência sobre o comando da nova legenda nos Estados. 
Direto... Fernando Haddad (PT) calcula que poderia reduzir tarifas de ônibus em 20 centavos a cada 10 centavos de tributos cobrados sobre a gasolina. O petista quer convencer Dilma a repassar aos municípios a Cide cobrada sobre combustíveis. 
...na - bomba A ideia é encarada como um pedágio informal: carros particulares pagariam para baratear o transporte coletivo. 
com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN 
tiroteio
"Assim na terra como no céu' não vale para o PMDB, que pede redução de ministérios, mas gasta mais do que deveria voando de avião."
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o pedido de corte de gastos do PMDB depois do uso de aviões da FAB por Henrique Alves e Renan Calheiros. 
contraponto - Gestão austera de discursos
Em época de cobranças pela redução de despesas da máquina pública, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) economizou até nas palavras ao justificar seu atraso em uma sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
--Estava na votação do relatório da CPMI -- explicou.
--CPMI da Violência contra a Mulher... -- emendou o presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
--Eu não falei assim? -- estranhou a senadora.
--Falou só CPMI -- respondeu o peemedebista.
--Tudo para economizar tempo! -- brincou ela.
--Economia processual -- arrematou Ferraço.

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