Vera Magalhães, 39, é repórter especial da Folha
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●Cravo e ferradura - O governo decidiu abrir duas frentes de
atuação diante dos indícios de espionagem feita pelos EUA no Brasil. Amanhã e
sexta-feira, em reunião de cúpula do Mercosul no Uruguai, Dilma Rousseff vai
apoiar moção de repúdio às denúncias e também à interdição do voo do boliviano
Evo Morales por países europeus. Mas, internamente, a ordem do governo é
atenuar a retórica antiamericana até obter evidências mais concretas de que
houve espionagem e como ela funcionou.
●Tom - Interlocutores admitem que a denúncia deve ser verdadeira, mas o
Planalto não quer que sua postura seja confundida com a conhecida beligerância
dos vizinhos. Governistas propõem enviar emissários a Caracas, caso o
ex-analista Edward Snowden obtenha asilo na Venezuela, para obter provas do
caso.
●Vai indo - Em reunião com sua equipe anteontem, a presidente deixou claro
que, após examinar os fatos, o país deve ter sua própria política, sem
necessariamente seguir posições de países da América Latina ou da Europa.
"Em outra palavras, não seremos Maria vai com as outras", compara um
ministro.
●Tenta lá - Recém-escalado para tratar de emendas com o PMDB na Câmara,
Michel Temer teve que recuar após conversar com Eduardo Cunha anteontem. O
líder disse ao vice-presidente que, se ele assumisse a função, também deveria
se responsabilizar pelos votos da bancada.
●Água abaixo - Diante da resposta, Temer devolveu a tarefa a Ideli Salvatti
(Relações Institucionais). A operação do governo foi montada para esvaziar
Cunha, visto como adversário do Planalto.
●Mãozinha - Diante do desgaste de Ideli, Dilma mandou outros ministros
ajudarem no trabalho de articulação política. A tarefa inclui participação em
reuniões que já contam com a presença da ministra. Um colega brinca:
"agora viramos babá da Ideli".
●Tribos - Dilma recebe hoje, pela primeira vez em seu governo, as lideranças
de quase vinte etnias indígenas. Ela aproveita para anunciar um programa de
saúde para o grupo, mas não deve mudar a política de menos demarcações de novas
terras.
●Juntos - Grupos ligados ao PT incluirão pautas trabalhistas no movimento de
defesa da reforma política que irá às ruas amanhã, durante protesto das
centrais sindicais. O objetivo é evitar mal-estar com os trabalhadores.
●Substituição - O DEM enviou um questionário a seus 28 deputados para
direcionar o partido no debate da reforma política. Entre os tópicos está a
possibilidade de "recall" de políticos eleitos.
●Infiltrado? Guilherme Afif escolheu José Levi do Amaral Júnior para
chefiar a assessoria jurídica da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Levi foi
assessor especial de José Serra (PSDB) no governo paulista.
●Timing - O PMN desistiu da fusão com o PPS porque exigia o registro imediato
do novo partido, o MD, antes mesmo da decisão das regras sobre tempo de TV e
fundo partidário para novas siglas. O PPS queria esperar. Também houve
divergência sobre o comando da nova legenda nos Estados.
●Direto... Fernando Haddad (PT) calcula que poderia reduzir tarifas de
ônibus em 20 centavos a cada 10 centavos de tributos cobrados sobre a gasolina.
O petista quer convencer Dilma a repassar aos municípios a Cide cobrada sobre
combustíveis.
●...na - bomba A ideia é encarada como um pedágio informal: carros
particulares pagariam para baratear o transporte coletivo.
●com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN
●tiroteio
"Assim na terra como no céu' não vale para o PMDB, que pede redução de ministérios, mas gasta mais do que deveria voando de avião."
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o pedido de corte de gastos do PMDB depois do uso de aviões da FAB por Henrique Alves e Renan Calheiros.
"Assim na terra como no céu' não vale para o PMDB, que pede redução de ministérios, mas gasta mais do que deveria voando de avião."
DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre o pedido de corte de gastos do PMDB depois do uso de aviões da FAB por Henrique Alves e Renan Calheiros.
●contraponto - Gestão austera de discursos
Em época de cobranças pela redução de despesas da máquina pública, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) economizou até nas palavras ao justificar seu atraso em uma sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
--Estava na votação do relatório da CPMI -- explicou.
--CPMI da Violência contra a Mulher... -- emendou o presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
--Eu não falei assim? -- estranhou a senadora.
--Falou só CPMI -- respondeu o peemedebista.
--Tudo para economizar tempo! -- brincou ela.
--Economia processual -- arrematou Ferraço.
Em época de cobranças pela redução de despesas da máquina pública, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) economizou até nas palavras ao justificar seu atraso em uma sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
--Estava na votação do relatório da CPMI -- explicou.
--CPMI da Violência contra a Mulher... -- emendou o presidente da comissão, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
--Eu não falei assim? -- estranhou a senadora.
--Falou só CPMI -- respondeu o peemedebista.
--Tudo para economizar tempo! -- brincou ela.
--Economia processual -- arrematou Ferraço.
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