segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PESQUISA SOBRE PÍLULAS CONTRACEPTIVAS PARA HOMENS AVANÇA E PODE CHEGAR AO PÚBLICO EM 2021

Equipe descobre composto que ‘desliga’ proteína que faz o espermatozoide nadar

A fertilização, como mostrada na imagem, pode ser impedida por novo composto descoberto por pesquisadores do Reino Unido e de Portugal - Corbis / Visuals Unlimited


RIO - Cientistas do Reino Unido descobriram um composto que faz os homens se tornarem temporariamente inférteis, “desligando” a habilidade dos espermatozóides nadarem. Os pesquisadores da Universidade de Wolverhampton sintetizaram em laboratório um composto invasor que consegue penetrar na célula reprodutiva masculina e desativar a proteína que faz a cauda dos espermatozóides se mover — logo, se eles não conseguem nadar, não conseguem chegar ao óvulo, impedindo a fertilização. A pesquisa foi revelada, neste domingo, pelo correspondente de Saúde do “Daily Mail” Stephen Adams.

A projeção é que o composto seja disponibilizado em pílulas ou spray nasal, os quais o homem poderia usar alguns minutos antes da relação sexual. Os pesquisadores acreditam que seus efeitos poderiam acabar dentro de dias, o que significa que o usuário logo se tornaria fértil de novo. Portanto, a ação seria diferente dos contraceptivos nas mulheres, às quais recomenda-se a interrupção do tratamento por alguns meses antes de uma gravidez desejada. Mas o cientista que lidera o estudo, o professor John Howl, da Universidade de Wolverhampton, ressalta que ainda é cedo para definir as formas de aplicação da substância.

— Os resultados são surpreendentes — e quase imediatos. Quando você aplica o composto em um espermatozóide saudável, dentro de alguns minutos, o espermatozóide basicamente não consegue se mexer. Esta é uma abordagem totalmente única, ninguém nunca fez isso antes — contou Howl ao “Daily Mail”.

O composto que penetra a célula se chama peptídeo, pequenas cadeias de aminoácidos que podem alterar o funcionamento de células humanas. Ele existe naturalmente, mas os bioquímicos podem fazer versões sintéticas em laboratório. O que os cientistas de Wolverhampton primeiro fizeram foi demonstrar que esta substância pode ser “contrabandeada” na célula, como um cavalo de Troia nos computadores.

Depois, a equipe inglesa se juntou a especialistas em fertilização in vitro da Universidade de Aveiro, em Portugal, que identificaram uma proteína crucial para impedir a formação da cauda dos espermatozoides.

As equipes fizeram testes em espermas bovinos e humanos, e logo vão publicar seus resultados. Segundo o professor Howl, os testes em animais devem começar em dois ou três anos, e normalmente são necessários três ou cinco anos para colocar uma droga no mercado depois dos experimentos em seres vivos. Logo, a nova pílula masculina poderia estar disponível já em 2021. 

Fonte: O GLOBO

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