PESQUISA MOSTRA RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E PÉ CHATO
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Uma pesquisa feita para a tese de doutorado na
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostrou que a
obesidade tem relação direta com a planificação do pé – formação conhecida
popularmente como pé chato. O levantamento foi feito com 81 pacientes
classificados como obesos graves – com Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que
40 quilos por metro quadrado (kg/m²) e menor que 50 kg/m² – ou super obesos
(com IMC maior que 50 kg/m²). Eles estavam na fila de espera para gastroplastia
- cirurgia de redução de estômago - no ambulatório do Hospital de Base da
Famerp.
“Verificamos na análise do raio X que 100% dos indivíduos
tinham pé plano. Nós verificamos que teve uma associação da obesidade e da
superobesidade principalmente em relação ao pé plano. Quanto maior o grau de
obesidade na nossa população, maior o grau de planificação do pé, ou seja,
maior o grau de pé plano, ou pé chato”, explica a fisioterapeuta Sonia Maria
Fabris Luiz, autora da tese de doutorado Impacto de Dois Níveis de Obesidade
Grave sobre as Alterações Osteoarticulares e Funcionais de Joelho e Pé . Os
participantes foram avaliados quanto à idade, ao peso e à altura, para depois
serem submetidos a exames específicos. O IMC é calculado a partir do peso da
pessoa dividido pelo quadrado da altura.
A pesquisa aplicou questionários nos pacientes para conhecer
detalhes sobre os sintomas referentes ao joelho e aos pés. O levantamento
indicou que a maioria deles sofria de dores no pé e nas articulações do joelho,
o que afetava a capacidade de fazer atividades da vida diária, como subir e
descer escadas, calçar sapatos ou fazer caminhada em lugares planos. “Muitos
dos pacientes se referiam que eles desistiam de fazer uma atividade física
regular em função da dor que sentiam no pé e na articulação dos joelhos, o que
pode contribuir para um maior sedentarismo nessa população, o que agrava ainda
mais a obesidade”.
A pesquisa identificou também que 81,5% dos indivíduos
analisados tinham algum grau de ostioartrite – doença degenerativa das
articulações. No entanto, não foi possível estabelecer uma relação entre a
obesidade e a doença. (Edição: Fábio Massalli)
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