sábado, 26 de janeiro de 2013

PARÁ REGISTRA GRAVIDEZ RARA

MARANHENSE DEU À LUZ NA SANTA CASA, APÓS GESTAÇÃO NO ABDÔMEN. CASO OCORRE EM 1% DAS MÃES DO MUNDO.
Um caso de gravidez raríssimo foi registrado na Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém. Elizete Pavão, 26 anos, deu entrada no hospital com 28 semanas de gestação por apresentar problemas de pressão alta e ficou internada até o tempo normal da gravidez, 37 semanas. Mas, na hora do parto, verificou-se que o bebê não estava no útero, e sim no ovário - ele havia se desenvolvido no abdômen. Quase três meses após o parto, mãe e filho mantiveram o quadro de saúde estável e o hospital divulgou o caso. As informações são do G1 Pará.
Elias Gabriel nasceu com 1,7 quilos, medindo 44,5 centímetros, sem deformação alguma. O médico ginecologista que foi acionado para o parto, Romulo Muller, conta que este é o primeiro caso de gestação no ovário que ele conhece no Pará. "A gravidez ectópica [fora do útero] acontece em 1% de todas as gestações do mundo e, dentro deste 1% das ectópicas, a possibilidade de nascer no ovário é de 1%", explica. "O risco de mortalidade materna é 90 vezes maior que uma gestação normal e o risco do bebê falecer é de 95%", afirma o médico, que acrescenta o risco de haver alguma deformação na criança. A admiração é maior porque o ovário possui muitos vasos sanguíneos, que poderiam ter rompido e provocado uma hemorragia letal.
Nas gestações normais, o espermatozoide entra pelo útero e percorre a tuba uterina até encontrar o óvulo. Após fecundado, faz o caminho inverso, retornando para útero, local adequado para a gravidez se desenvolver. No caso de Elizete, há duas possibilidades do que pode ter acontecido: a primeira, que a fecundação ocorreu normalmente na trompa e depois migrou para o ovário, em vez do útero; a segunda, que o espermatozoide penetrou no próprio ovário e ali se desenvolveu. Romulo explica que há vários tipos de gravidez ectópica, em que o bebê pode se desenvolver no intestino, nas trompas, mas, na maioria dos casos, a criança não se desenvolve ou a mãe morre. Continue lendo...
Empregada doméstica, Elizete é natural do Maranhão e mora há oito anos no Pará. Ela conta que fez o pré-natal em um posto de saúde na região metropolitana, depois chegou a pagar um particular, mas em momento algum detectaram a anormalidade. Para chegar à Santa Casa, ela conta que estava indo para o trabalho, já com seis meses de gestação, quando se sentiu mal no ônibus. Ao chegar à casa da família em que trabalhava, sentiu fortes dores e levaram-na para um posto de saúde. De lá que foi encaminhada para a Santa Casa.
O parto - Na madrugada do dia 3 de novembro, por saber da complexidade do caso, uma equipe multidisciplinar do hospital participou da cesariana, que durou duas horas e meia. A cirurgia foi delicada, segundo o médico Romulo Muller, que atua na Santa Casa há oito anos. Ele precisou retirar os órgãos do corpo da paciente até encontrar onde o bebê estava. Teve que escolher o lugar certo para fazer o corte. Após a retirada do bebê, o médico optou por deixar a placenta no ovário, para evitar uma hemorragia. Segundo ele, a placenta seria absorvida com o tempo. (Amazônia – ORM)

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