Rogério Gentile é jornalista e secretário de redação do jornal a Folha de São Paulo. |
A cracolândia é, há anos, um dos lugares mais angustiantes de São Paulo. Uma
espécie de quadrilátero do suicídio, onde a cidade concorda que centenas de
pessoas, incluindo mulheres grávidas e crianças, vão se matando aos poucos, dia
após dia.
ONGs e afins alegam que os usuários do crack têm o direito de recusar atendimento. Dizem que só devem ser internados aqueles que assim desejarem. Mas será mesmo que os 'noias' que perambulam pela cracolândia como 'zumbis' têm condição de cuidar da própria vida? A dependência à droga não se tornou mais forte do que o medo de morrer?
Outro argumento muito comum contra a internação à força é o da baixa eficiência terapêutica. Pode até ser verdade. Mas ainda assim é melhor tentar salvar os dependentes, internando-os com indicação médica, do que simplesmente deixá-los perecer na rua, como ocorre hoje.
O enfrentamento do problema perdeu força em 2012, quando Alckmin e Kassab iniciaram uma ação atabalhoada na cracolândia. A PM foi acionada para prender traficantes, mas acabou jogando bombas de efeito moral em dependentes; assistentes sociais foram mandados para a região, mas nem mesmo o centro de tratamento da prefeitura estava pronto para receber os doentes. O resultado foi o fracasso da operação.
Naquela ocasião, sobrou atitude, mas faltou planejamento para as autoridades, mais preocupadas com o calendário eleitoral. Agora, o problema parece ser o inverso. Com cerca de 700 leitos de retaguarda, o que parece faltar é determinação para enfrentar o discurso politicamente correto dos "românticos do crack".
ONGs e afins alegam que os usuários do crack têm o direito de recusar atendimento. Dizem que só devem ser internados aqueles que assim desejarem. Mas será mesmo que os 'noias' que perambulam pela cracolândia como 'zumbis' têm condição de cuidar da própria vida? A dependência à droga não se tornou mais forte do que o medo de morrer?
Outro argumento muito comum contra a internação à força é o da baixa eficiência terapêutica. Pode até ser verdade. Mas ainda assim é melhor tentar salvar os dependentes, internando-os com indicação médica, do que simplesmente deixá-los perecer na rua, como ocorre hoje.
O enfrentamento do problema perdeu força em 2012, quando Alckmin e Kassab iniciaram uma ação atabalhoada na cracolândia. A PM foi acionada para prender traficantes, mas acabou jogando bombas de efeito moral em dependentes; assistentes sociais foram mandados para a região, mas nem mesmo o centro de tratamento da prefeitura estava pronto para receber os doentes. O resultado foi o fracasso da operação.
Naquela ocasião, sobrou atitude, mas faltou planejamento para as autoridades, mais preocupadas com o calendário eleitoral. Agora, o problema parece ser o inverso. Com cerca de 700 leitos de retaguarda, o que parece faltar é determinação para enfrentar o discurso politicamente correto dos "românticos do crack".
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