domingo, 17 de março de 2013

CARIOCAS VÃO AS RUAS PEDIR A CABEÇA DO PASTOR MARCOS FELICIANO

MANIFESTANTES VOLTAM ÀS RUAS CONTRA PASTOR NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS
Protestos aconteceram em Copacabana, no Rio, e no Centro de São Paulo 
RAFAELA JAVOSKI (EMAIL · FACEBOOK · TWITTER) - THIAGO HERDY (EMAIL)
RIO - Cerca de 300 pessoas se reuniram na tarde deste sábado, em Copacabana, num protesto contra o pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Carregando cartazes de repúdio ao deputado, e ao som do grupo de maracatu e candomblé Tambores do Olokun, os manifestantes saíram do Posto 5 da Praia de Copacabana em direção ao Posto 2, na altura do Hotel Copacabana Palace. Duas das três faixas de rolamento da Avenida Atlântica, no sentido Leme, foram interditadas. Em São Paulo, a manifestação reuniu 500 pessoas que fecharam três pistas da Avenida Consolação, no Centro, e seguiram até a Praça Roosevelt.
Representantes de vários grupos religiosos e de direitos dos negros e dos homossexuais participaram dos atos. O pastor responde a processo no supremo Tribunal Federal por homofobia e estelionato. Ele ficou conhecido por declarações polêmicas sobre negros e homossexuais. Marcos Feliciano já declarou que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva ao ódio, ao crime e à rejeição. E em 2011, criou polêmica ao escrever no Twitter que "os africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé" e que essa maldição é que explica o "paganismo, o ocultismo, misérias e doenças como ebola" na África.
No Rio de Janeiro, Julio Moreira, presidente do grupo Arco-Íris, disse que o Congresso precisa perceber a indignação popular: Leia mais...
— Não adianta os políticos fecharem os olhos. Quando personalidades como Xuxa se posicionam, é porque é grande o barulho e o povo precisa ser ouvido.
Ele ressaltou que o Brasil é um país laico, e a religião não pode se confundir com a política:
— Não dá para um pastor pregar dentro do Congresso. Se o Brasil quer ser uma grande potência, não pode ir na contramão da História — disse ele, citando Argentina, Uruguai e Equador como países que já avançaram na concessão de direitos aos homossexuais.
O professor Angelo Pereira também estava entre os manifestantes:
— Fiz questão de vir porque sou totalmente contra a nomeação. Sou gay, ateu e tenho um filho adotivo negro. A minha família é totalmente contra o que o Feliciano defende. Ele não me representa.
Já na reta final da passeata, quando os protestantes se aproximavam do Copacabana Palace, policiais militares do 19º BPM (Copacabana) procuravam pelos organizadores, afirmando que o grupo não tinha autorzação para ocupar a via. O movimento, entretanto, seguiu até o fim sem impedimento das autoridades. O estudante Fabrício Silva afirmou que um ofício foi enviado ao batalhão por advogados que representavam o grupo, mas eles não receberam retorno.
Embaixadora do movimento Femen no Brasil, Sara Winter também esteve na manifestação, e destacou a importância de uma representante o grupo:
— Uma de nós precisava estar aqui. É uma vergonha nacional que o deputado Feliciano ocupe este cargo, ele subverte os Direitos Humanos.
Em São Paulo, protesto reuniu 500 pessoas
Em São Paulo, os manifestantes entoaram gritos de guerra como “eu amo homem / amo mulher / tenho o direito de amar quem eu quiser”, e “fora Feliciano”. Cartazes produzidos por integrantes de movimentos em defesa de gays, lésbicas e simpatizantes se misturavam a manifestações de partidos como o PSTU e o PSOL, além de mensagens do movimento negro e em defesa do Estado laico.
— Que direito ele tem de ser contra o direito dos outros? Como uma pessoa preconceituosa pode ser indicada para tratar do preconceito contra pessoas na Comissão de Direitos Humanos? — perguntava o estudante de publicidade João Paulo Rosa, de 17 anos, enquanto distribuía panfletos com frases atribuídas a Feliciano. Ele pedia às pessoas que registrassem reclamações sobre a escolha de Feliciano na Ouvidoria da Câmara pelo telefone 0800 619 619.
Defensor do projeto de lei que criminaliza a homofobia e a equipa aos crimes de racismo, o aposentado Marcos Morcef, de 55 anos, colava adesivos com as cores do arco íris nos participantes. Mesmo participando da manifestação, para ele a batalha pela presidência da Comissão de Direitos Humanos estaria perdida, porque mesmo que Feliciano visse a deixar o cargo, outro político do PSC poderia vir a ser indicado.
— Não haveria quadro realmente comprometido com os direitos humanos neste partido — opinou o aposentado.
Para ele, este é o momento de "mobilizar os deputados para que a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos seja fortalecida e consiga influir na aprovação de projetos importantes para o país".
Programador, Gunthe Alexander, de 31 anos, disse não ver como se evitar a polarização e o embate com o deputado do PSC, por causa do posicionamento público do parlamentar em relação a temas que são objeto de análise na Comissão, como o debate sobre a homofobia.
— Você não pode colocar uma raposa para cuidar do galinheiro. A bancada evangélica se articulou para ocupar um espaço que é muito importante. Quem terá acesso a este quórum? Será tratado de forma justa? Será tratado com tolerância? — perguntou o jovem. (O Globo País)

1 comentários:

Anônimo disse...

Daqui ha pouco ser hetero vai ser crime, todo cuidado é pouco pra não por o nosso _ _ na reta! Pastor Feliciano me representa!

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