Jânio de Freitas é jornalista, trabalhou na revista Manchete no Jornal do Brasil e o Correio da Manhã. É colunista membro do conselho editorial do jornal Folha de S. Paulo. |
Aécio Neves apoiou sua "denúncia" dos "13 erros" do governo
petista na ideia de que "quem governa o Brasil é a lógica da
reeleição". Muito bem visto. Com toda a certeza, Dilma Rousseff não
governa com a lógica da derrota eleitoral. No que tem o exemplo deixado por
todos os políticos. E, em particular, por um certo Aécio Neves no governo de
Minas, que chegou até a espalhar no Estado placas de autopromoção em obras
devidas ao governo federal. A queixa federal não deu resultado, mas a propaganda
do então governador deu.
Desde o ano passado Fernando Henrique Cardoso e Sérgio Guerra, presidente do PSDB, insistiam com Aécio Neves, inclusive publicamente, para assumir o encargo de falar ao país pela oposição. Insistência duplamente justificada, por ser no partido o único possível candidato a presidente e pela oportuna ausência de liderança na oposição. Mas, se os erros e deficiências dos dois governos petistas fossem só os que Aécio Neves encontrou, para afinal lançar a pretendida liderança oposicionista, não haveria mesmo por que fazer oposição. Continue lendo...
A crítica de maior alcance produzida por Aécio Neves, como uma síntese de
todas, ficou na afirmação de que "tivemos um biênio perdido"
(2011-12). Perdido por quem? Não por aqueles milhões que, não tendo emprego
antes e não sendo herdeiros, obtiveram trabalho, salário, carteira assinada na
redução do desemprego a históricos 4,4%. Também não por aqueles que, dizem os
jornais apesar de si mesmos, entraram na classe média. Muito menos pelos
resgatados de carências opressoras por programas assistenciais, pelas cotas
universitárias, as oportunidades de consumo, e o mais que Aécio Neves sabe.Desde o ano passado Fernando Henrique Cardoso e Sérgio Guerra, presidente do PSDB, insistiam com Aécio Neves, inclusive publicamente, para assumir o encargo de falar ao país pela oposição. Insistência duplamente justificada, por ser no partido o único possível candidato a presidente e pela oportuna ausência de liderança na oposição. Mas, se os erros e deficiências dos dois governos petistas fossem só os que Aécio Neves encontrou, para afinal lançar a pretendida liderança oposicionista, não haveria mesmo por que fazer oposição. Continue lendo...
Eduardo Campos protegeu sua coerência com a criação de um neologismo: reclamou de "se eleitorizar" tanto e tão cedo a política. E tratou de se eleitorizar ali mesmo, em discurso para cerca de 200 prefeitos e sob os brados de "presidente! presidente!"
Seu discurso se eleitorizando tinha que ser crítico ao governo, do qual Eduardo Campos e o seu PSB são "aliados": "A população está preocupada com um Brasil que não cresceu como se esperava". Só se fosse a população pernambucana, mas nem ela, ao que se saiba fora de Pernambuco e conste sobre o governo de Eduardo Campos, no mínimo mediano.
Preocupados aparentam estar uma corrente empresarial e os economistas do mercado. Mas, se confrontados os seus ganhos e as tais preocupações, pode-se desconfiar (ou mais do que isso) de uma onda bem arranjada para extrair do governo sempre mais vantagens. E o fato é que o governo as tem concedido sem cessar.
Aécio Neves e Eduardo Campos não foram suficientes para evitar a atribuição a Lula e Dilma do lançamento da disputa sucessória. Para isso, bastou que Lula brindasse os petistas, na sua festa, com um "vamos reeleger Dilma!". Quem precipitou essa historiada de sucessão foi, de fato, a imprensa, a partir do blablablá de Lula candidato. Na realidade, Aécio Neves enfraqueceu-se muito; Eduardo Campos alimenta o noticiário criado em torno do seu nome, mas ainda não criou fatos que substituam a artificialidade; e Dilma, como sua Minas, está onde sempre esteve. Ou seja: a rigor, por ora nada de novo.
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