Ricardo Galuppo é Publisher do jornal Brasil
Econômico – Twitter: @ricardogaluppo. |
Entre as pessoas que não têm o direito de reclamar da
intenção do PSDB de antecipar a campanha presidencial de 2014 estão o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados.
Político de rara sensibilidade eleitoral, Lula transmite a impressão de que nunca desceu do palanque (a não ser no breve período em que se recolheu para cuidar da saúde).
Quem puxar pela memória recordará que a campanha por sua própria reeleição começou no dia 1º de janeiro de 2003, quando ele assumiu o primeiro mandato.
E que começou a trabalhar para fazer seu sucessor quatro anos depois, quando assumiu o segundo. Fez isso com extrema competência, é bom que se registre.
Mas também contou com o fato de ter, de um lado, uma oposição cabisbaixa. E, do outro, uma imprensa disposta a repercutir suas palavras e seus gestos.
Por mais que Lula e seus aliados se queixem do tratamento que ele e seu partido, o PT, recebem dos meios de comunicação, a verdade é que nunca foi negado espaço não só para o autoelogio como para as críticas aos adversários - e de um modo particular a seu antecessor Fernando Henrique Cardoso.
A comparação com os anos FHC é tão frequente no discurso de Lula que a impressão que se tem é a de que o PT está apenas começando a governar o país (e não a de que já está no Planalto há dez anos).
Portanto, ao criticar recentemente a presidente Dilma Rousseff, durante um evento em Belo Horizonte, Fernando Henrique sabia que Lula sairia em defesa de sua sucessora - e que, ao fazer isso, aumentaria a sobrevida da crítica nas páginas da imprensa.
Fernando Henrique disse que Dilma era "ingrata" e que "cuspiu no prato em que comeu" por não reconhecer a herança que recebeu de seu governo.
Lula reagiu dizendo que seu antecessor deveria "ficar quieto". Rusgas entre os dois sempre existiram.
A diferença desta última foi que, ao contrário do que aconteceu nas três eleições que houve desde que deixou a Presidência, o PSDB não está tentando esconder o ex-presidente e seu legado numa campanha presidencial.
Ao contrário: está se apoiando nele para aumentar a projeção do senador mineiro Aécio Neves, lançado por FHC para disputar o Planalto.
Aécio assumirá nos próximos dias a presidência nacional do PSDB - e nesse posto poderá dizer o que pensa sobre os problemas do país. Isso é fundamental.
Tirando a ideia do choque de gestão (que funcionou em Minas Gerais), pouca gente sabe o que Aécio pensa a respeito da política fiscal, da política externa, dos programas de inclusão social e de um punhado de bandeiras que, pelo lado de sua adversária, a presidente Dilma, são mais do que claras.
O palanque está armado e ninguém descerá dele. Dilma é favoritíssima. Quanto a Aécio, tudo o que pode ser dito é que ele teve um bom começo - mas que, para vencer, precisa de mais clareza.
Político de rara sensibilidade eleitoral, Lula transmite a impressão de que nunca desceu do palanque (a não ser no breve período em que se recolheu para cuidar da saúde).
Quem puxar pela memória recordará que a campanha por sua própria reeleição começou no dia 1º de janeiro de 2003, quando ele assumiu o primeiro mandato.
E que começou a trabalhar para fazer seu sucessor quatro anos depois, quando assumiu o segundo. Fez isso com extrema competência, é bom que se registre.
Mas também contou com o fato de ter, de um lado, uma oposição cabisbaixa. E, do outro, uma imprensa disposta a repercutir suas palavras e seus gestos.
Por mais que Lula e seus aliados se queixem do tratamento que ele e seu partido, o PT, recebem dos meios de comunicação, a verdade é que nunca foi negado espaço não só para o autoelogio como para as críticas aos adversários - e de um modo particular a seu antecessor Fernando Henrique Cardoso.
A comparação com os anos FHC é tão frequente no discurso de Lula que a impressão que se tem é a de que o PT está apenas começando a governar o país (e não a de que já está no Planalto há dez anos).
Portanto, ao criticar recentemente a presidente Dilma Rousseff, durante um evento em Belo Horizonte, Fernando Henrique sabia que Lula sairia em defesa de sua sucessora - e que, ao fazer isso, aumentaria a sobrevida da crítica nas páginas da imprensa.
Fernando Henrique disse que Dilma era "ingrata" e que "cuspiu no prato em que comeu" por não reconhecer a herança que recebeu de seu governo.
Lula reagiu dizendo que seu antecessor deveria "ficar quieto". Rusgas entre os dois sempre existiram.
A diferença desta última foi que, ao contrário do que aconteceu nas três eleições que houve desde que deixou a Presidência, o PSDB não está tentando esconder o ex-presidente e seu legado numa campanha presidencial.
Ao contrário: está se apoiando nele para aumentar a projeção do senador mineiro Aécio Neves, lançado por FHC para disputar o Planalto.
Aécio assumirá nos próximos dias a presidência nacional do PSDB - e nesse posto poderá dizer o que pensa sobre os problemas do país. Isso é fundamental.
Tirando a ideia do choque de gestão (que funcionou em Minas Gerais), pouca gente sabe o que Aécio pensa a respeito da política fiscal, da política externa, dos programas de inclusão social e de um punhado de bandeiras que, pelo lado de sua adversária, a presidente Dilma, são mais do que claras.
O palanque está armado e ninguém descerá dele. Dilma é favoritíssima. Quanto a Aécio, tudo o que pode ser dito é que ele teve um bom começo - mas que, para vencer, precisa de mais clareza.
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