RIO DE JANEIRO É O ESTADO COM MAIORES CASOS DE TUBERCULOSE
NO BRASIL
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Rio de Janeiro é o estado com maior
incidência de tuberculose, doença causada por uma bactéria (bacilo de Koch),
que atinge em grande parte a faixa etária entre 20 a 29 anos. De acordo com
dados preliminares da Secretaria de Estado de Saúde, em 2012, foram registrados
14.039 casos da doença no estado, que representam cerca de 15% do total do
país. Mais da metade (52,94%) foram na capital fluminense, onde 7.433 pessoas
contraíram tuberculose. A região metropolitana 1, que inclui também 11 municípios
da Baixada Fluminense foi a que anotou mais números de casos (10.964)
representando 78,09% do total do estado.
O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental
da secretaria, Alexandre Chieppe, explicou que a tuberculose é uma doença muito
relacionada à alta densidade populacional e afeta grandes centros urbanos do
país. Ele disse que o Rio de Janeiro é um estado que tem adensamento
populacional na região metropolitana, com uma grande quantidade de pessoas
morando em pequeno espaço. “Isso facilita muito a ocorrência de doenças
respiratórias, entre elas a tuberculose, um grande desafio de saúde pública.
Aqui, na cidade do Rio de Janeiro, é onde temos a maior incidência no estado.
Este é um desafio que tem que ser enfrentado agora e é urgente, tendo em vista
estes números alarmantes”, ressaltou. Continue lendo...
Embora os números sejam preocupantes, o superintendente
acrescentou que a incidência da doença vem apresentando queda significativa nos
últimos dez anos. Apesar disso, é preciso acelerar a redução da tuberculose no
estado. “A incidência de tuberculose vem caindo, a mortalidade também, mas
entendemos ser preciso um esforço conjunto: unir secretarias como a de
habitação, unir outros setores da máquina pública, chamar a sociedade para um
debate. É preciso aumentar a velocidade das quedas desses indicadores. Há muita
gente ainda contraindo tuberculose, o número de óbitos ainda é elevado. É
preciso um esforço adicional neste momento”, alertou.
Para o superintendente, o preconceito é uma grande barreira
no tratamento da doença. Ele explicou que ainda há desinformação sobre o
diagnóstico e muita gente não entende que a tuberculose tem cura, desde que o
tratamento seja feito até o fim. “As pessoas ainda acham que a tuberculose não
existe mais ou que existe para poucas pessoas, o que não é verdade. E também
existe preconceito com relação às pessoas que já tiveram tuberculose. Há
desconhecimento das formas de transmissão. A pessoa depois que inicia o
tratamento, também para de transmitir a doença. É importantíssimo combater o
estigma da doença com informação. Este é um grande desafio. Outro desafio é que
a tuberculose ainda afeta populações socialmente vulneráveis, o que faz com que
a adesão ao tratamento seja complicada. Várias frentes precisam ser enfrentadas
para que tenhamos a doença sob controle”, analisou.
Chieppe destacou que às vezes é difícil diagnosticar a
doença porque ela tem sintomas parecidos com resfriados ou com pneumonia, mas
ele chamou a atenção para um fato que pode, imediatamente, identificar a tuberculose:
a tosse prolongada. “A tuberculose é uma doença que costuma apresentar sintomas
muito específicos como febre baixa, geralmente, ao final do dia, mas a tosse
persistente, que dura mais de 30 dias, é o principal alerta de sinal. Além
disso, o cansaço que não é possível explicar por outras causas e emagrecimento
sem causa aparente. Isso pode fazer a pessoa suspeitar de tuberculose",
esclareceu.
O superintendente recomendou que ao suspeitar de sinais da
doença a pessoa deve procurar qualquer serviço de saúde básico próximo à
residência. “O tratamento e diagnóstico de tuberculose está descentralizado nas
unidades de Saúde e não é preciso nem um hospital especializado para que seja
feito o diagnóstico e o tratamento. Qualquer pessoa com tosse por mais de 30
dias deve procurar um serviço de saúde”, recomendou. (Edição: Aécio Amado)
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