QUASE CINCO POR CENTO DOS PRODUTOS IDENTIFICADOS COMO CARNE
DE VACA NA UNIÃO EUROPEIA (UE) CONTINHA VESTÍGIOS DO DNA DE CAVALO
Em cerca de 0,5% das carcaças de cavalo analisadas foi
detectada a presença do anti-inflamatório fenilbutazona.
Estes são os principais resultados dos testes realizados
pelos Estados-membros na sequência do caso da substituição da carne de vaca por
carne de cavalo e que foram divulgados hoje terça (16) pela Comissão Europeia, em
Bruxelas.
No total, as autoridades dos 27 Estados-membros realizaram
7.259 testes (4.144 com o objectivo de identificar vestígios de DNA de carne de
cavalo e 3.115 para detectar a presença de fenilbutazona), tendo sido
identificados vestígios de DNA de cavalo em 193 testes (4,66%) e detectada a
presença do anti-inflamatório proibido na cadeia alimentar em 16 (0,51%). Continue lendo...
Em Portugal, as autoridades fizeram 104 testes para aferir a
presença de DNA de cavalo em produtos rotulados como carne de vaca, tendo sido
detectados vestígios em dois.
No que respeita aos testes para verificar a presença de
fenilbutazona, foram analisadas em Portugal 21 amostras, não tido sido
detectados vestígios do anti-inflamatório.
França foi o país da UE com a maior percentagem de produtos
rotulados como carne de cavalo que continham DNA de cavalo (13,3%).
Quanto à presença de fenilbutazona, foram detectados 16
casos na UE, 14 dos quais no Reino Unido, ainda que este país tenha analisado
um elevado número de amostras (836).
Para o comissário europeu da Saúde, Tonio Borg, os
resultados dos testes confirmam que a substituição da carne de vaca por carne
de cavalo é uma "questão de fraude alimentar e não de segurança
alimentar".
Borg, citado num comunicado, sublinhou a necessidade de
"restaurar a confiança dos consumidores europeus" e adiantou que, nos
próximos meses, a Comissão Europeia vai apresentar propostas destinadas a
fortalecer os controlos feitos na cadeia alimentar.
Em resposta do caso da substituição da carne de vaca por
carne de cavalo, Bruxelas começou por apelar a todos os Estados-membros da UE para
que fizessem testes de DNA aos produtos à base de carne de vaca.
O executivo comunitário pediu posteriormente às agências
europeias para a Segurança Alimentar e do Medicamento para avaliarem os riscos
para a saúde pública do consumo de carne de cavalo com vestígios de
fenilbutazona, depois de ter sido descoberto o anti-inflamatório em carcaças de
cavalos destinadas à cadeia alimentar. (Diário Digital com Lusa)
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