PESQUISA REVELA QUE 22,7% DA POPULAÇÃO ADULTA BRASILEIRA
SOFREM DE HIPERTENSÃO
em casa.
Agora , de acordo com ele, o questionamento deve ser ampliado
porque a pesquisa vai começar a ser feita também em celulares. "A gente
acredita que os números são subestimados e que o número real é maior do que os
dados do Vigitel, mas mesmo subestimados são muito altos. A gente precisa
melhorar isso", disse.
Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil
Rio de Janeiro - A hipertensão atinge 22,7% da população
adulta brasileira. Desse total, o diagnóstico em mulheres é mais comum, 25,4%,
e em homens 19,5%. Os dados são da mais recente pesquisa Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel)
2011, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
"A mulher está mudando o perfil. Antes ela cuidava dos
filhos e o marido ia para o trabalho. Hoje não. A mulher ocupou um espaço na
sociedade igual ao do homem. Ela tem as mesmas posições. Está submetida às
mesmas situações de estresse e ainda tem dupla jornada. Além de trabalhar fora,
ela chega em casa faz as lições com as crianças, vai ao supermercado. Ela tem
uma carga de trabalho maior e ainda está fumando mais. Inclusive vem
aumentando, gradativamente, a mortalidade entre mulheres por doença
cardiovascular", disse o coordenador da campanha nacional contra a
hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Carlos Alberto
Machado.
Ainda conforme a pesquisa, há diferença entre níveis de
escolaridade. Enquanto na faixa de mulheres com até oito anos de escolaridade
34,4% informaram diagnóstico de hipertensão, entre as de nível superior foram
14,2%. "As mulheres com menos escolaridade, em geral, têm menos informação
e menos acesso aos serviços de saúde para fazer o diagnóstico. Tenta marcar uma
consulta na saúde básica no posto de saúde perto da sua casa. Hoje uma das
grandes lutas da sociedade é qualificar a atenção básica e facilitar o acesso
na rede primária que é porta de entrada do sistema de saúde qualificado",
informou. Continue lendo...
O cardiologista alertou que os números podem ser maiores,
porque a pesquisa é feita por telefone fixo e nos horários em que as pessoas
são encontradas
Pelos cálculos da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o
Brasil tem, atualmente, cerca de 32 milhões de hipertensos com mais de 20 anos
de idade. Segundo o coordenador, o grande problema é que a maioria dos hipertensos
nem sabe que tem a doença. "Inicialmente ela não dá sintomas e apesar de
não dar sintomas ela vai causando uma série de lesões em vários órgãos. Ela
pode lesar o coração, o cérebro, os rins, os olhos", alertou o médico.
De acordo com o cardiologista, a hipertensão é responsável
por 80% dos derrames, por 40% de doenças como infarto e 37% dos casos de
insuficiência renal, que levam os doentes à diálise. Ele disse que não tem
cura, mas com tratamento é possível controlar em 100% nas pessoas atingidas.
Para o médico, diante das possibilidades de acompanhamento
médico e de remédios disponíveis nas redes de atendimento público, não se
justifica mais a internação e a morte de pessoas hipertensas. "Hoje com
todo conhecimento que a gente tem, com todas as classes de remédios de graça na
rede, não se justifica mais internar ninguém por hipertensão e nem morrer
ninguém por hipertensão", avaliou.
Ele destacou ainda, que quando se analisa os dados de
mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde,
verifica-se que em torno de 12% das pessoas que morrem, está no atestado de
óbito que a principal causa mortis é a hipertensão. "Então é importante
chamar atenção da população da necessidade de medir a pressão. Se ela estiver
alterada, maior ou igual a 140 por 90, a pessoa deve procurar o médico confirmar
este diagnóstico e depois de confirmar, iniciar o tratamento", orientou o
cardiologista.
Segundo ele, há duas formas de tratamento, o medicamentoso e
o não medicamentoso. "O não medicamentoso são as mudanças no estilo de
vida, diminuir o sal da comida, emagrecer, fazer uma atividade física regular,
evitar o estresse e o uso abusivo de bebida alcóolica e abandonar o tabagismo.
O tratamento medicamentoso é individualizado, depende de cada pessoa. Vai ser
identificado o mecanismo mais prevalente na pessoa e medicá-la e quando inicia
o tratamento ele é para o resto da vida. A mudança no estilo de vida faz parte
do tratamento da hipertensão. Tem pessoas que só com isso a gente consegue
controlar a pressão. Na grande maioria, a gente precisa passar o remédio e
quando passa o remédio as pessoas vão tomar o remédio para o resto da
vida", explicou. (Edição: Fernando Fraga)
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