PDT AGORA EXIGE CARGOS NA EDUCAÇÃO
AE - Agência Estado
Partido que integra a base de sustentação da presidente
Dilma Rousseff, o PDT quer recorrer à tática do "loteamento cruzado"
para garantir mais espaço na máquina pública a seus integrantes. O plano será
colocado em curso caso o partido não consiga demitir do Ministério do Trabalho,
sob seu comando, o secretário Manoel Messias Melo, que é filiado ao PT e
diretor licenciado da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A prioridade, em um primeiro momento, foi desalojar Messias,
que comanda as Relações do Trabalho da pasta. Em recente conversa com o
secretário, o novo ministro, Manoel Dias, da cota pedetista, não escondeu o
jogo: afirmou que precisava da cadeira.
Foi quando Dilma entrou no jogo para conter a disputa entre
o PT e o PDT. Mandou o ministro manter Messias no mesmo lugar. Conduzido ao
cargo há um mês, como exigência do PDT para apoiar o projeto reeleitoral da
presidente em 2014, o titular do Trabalho disse a pelo menos três
interlocutores que, se não puder desalojar o secretário, vai recorrer à sua
ideia heterodoxa: pedirá vagas no Ministério da Educação, sob o comando do
petista Aloizio Mercadante. Continue lendo...
Na avaliação de dirigentes do PDT, essa seria uma forma de
"compensar" a legenda por não conseguir "porteira fechada"
no ministério. O jargão é usado na política quando todos os cargos de uma
repartição ficam sob controle da mesma sigla.
?Imexível?
Além de Messias, que na Secretaria de Relações do Trabalho
tem controle sobre os registros dos sindicatos brasileiros, o pedetista Dias
emprega outro petista conhecido. Trata-se de Paul Singer, secretário de
Economia Solidária do ministério.
Singer, porém, é considerado "imexível" por ser
histórico no PT, ter 80 anos e dirigir uma fatia do ministério que não desperta
cobiça. "O problema é que Messias está lá a serviço da CUT e do PT. Eu
avisei o Lupi: se ele ficar, vou reforçar a oposição ao governo Dilma",
insiste o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da
Força Sindical, numa referência ao ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que
comanda o PDT.
Messias diz estar "indignado" com a cobrança de
Paulinho. "Desde que entrei no Ministério, levado pelo (ex-ministro)
Brizola Neto (em junho do ano passado), saíram 140 registros de sindicatos de
trabalhadores. Deste total, 80 não informaram filiação a nenhuma central, 20
eram filiados à Força e outros se dividiam entre a CUT e a Nova Central. Como
dizer que eu estou beneficiando a CUT?", protesta o secretário de Relações
do Trabalho. "A disputa deve acontecer na base, e não no ministério",
afirma. (Estadão)
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